AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALE DISCUTE POLÍTICAS DE INCENTIVOS AO COMÉRCIO EXTERIOR DE RONDÔNIA

A Assembleia Legislativa realizou nesta quinta-feira (08), audiência pública que reuniu empreendedores do segmento comercial e industrial, técnicos, autoridades estaduais, renomados conferencistas, especialistas nesta área de atuação, com o objetivo de se buscar espaços para o Estado no competitivo comércio exterior. A audiência foi requerida pelo presidente do Poder Legislativo, deputado estadual Hermínio Coelho (PSD), salientando que em decorrência deste evento, espera que  ocorra o fomento e o incentivo para a instalação de indústrias, visando o beneficiamento da produção local, para que Rondônia busque espaços no comércio exterior.

Palestrantes

O gerente de projeto da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimento do Ministério da Agricultura (APEX Brasil), Eduardo de Figueiredo Caldas, falou que a inteligência do mercado é uma ferramenta que orienta os empresários em suas decisões, estratégias e na busca por novas oportunidades de negócios no mercado internacional e a qualificação empresarial com planejamento estratégico, marketing e vendas. Citou que as estratégias para internacionalização tem foco na expansão competitiva e sustentável das empresas brasileiras.

O analista de Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústrica (CNI), Fabrizio Sardelli Panzini, disse que as exportações de Rondônia foram reduzidas, que é preciso uma diversificação maior de parceiros e políticas para ampliação das exportações. Parabenizou a iniciativa da Assembleia Legislativa afirmando que cada estado tem suas particularidades. “É importante ter uma produção mais robusta e políticas para estruturar a produção dentro do estado”, destacou.

O especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Rafael Guimarães Requião, afirmou que o agronegócio tem contribuído com superávit recorde no país, exportando 95 bilhões de dólares e importando 77, 5 bilhões de dólares. Informou que o país tem exportado em ordem decrescente, o açúcar, café, suco de laranja, soja em grão, carne bovina, carne de frango, óleo de soja, farelo de soja, milho e carne suína. “As carnes brasileiras estão presentes em mais de 140 países. Os principais parceiros se mantiveram constantes, tendo como destaque a China, os Estados Unidos e a União Europeia, além da expansão para outros países, o que torna o Brasil menos vulnerável à crises internacionais. Rondônia está em 17º lugar na exportação brasileira, comercializando com a Rússia, Egito, Países Baixos, Hong Kong, Venezuela e outros. Os desafios para as exportações são a logística, o escoamento da produção, o câmbio desfavorável, juros mais altos, subsídios e barreiras sanitárias”, finalizou, complementando que: “Rondônia pode ter o Ministério da Agricultura como um parceiro.”

Fiero

O economista Eumir Marques, representando a Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero) disse que a instituição tem feito sua parte contemplando todas as indústrias e o setor produtivo. Falou que as explanações contribuíram para que pudessem obter mais conhecimento dando abertura para possam dar continuidade na ampliação da exportação em Rondônia. “Rondônia, com a saída para o Pacífico, nos vislumbrou o mercado andino que tem 140 milhões de consumidores para comprar o alimento que produzimos. Com a transoceânica ligando o Brasil a esses países andinos, poderemos do Peru chegar à Ásia. Firmamos um convênio com a Alemanha para uma escola de mecatrônica – que é uma área que utiliza as tecnologias de mecânica, eletrônica e a tecnologia da informação para fornecer produtos, sistemas e processos melhorados, sendo uma das áreas mais novas da engenharia”, informou.

Salientou que Rondônia passa a ser considerada o coração da América devido sua posição geográfica. “Temos a oportunidade de ser um divisor na América do Sul, tanto com saída para o Atlântico, como para o Pacífico. Há uma rota viável com2.078 km, que economiza 38 dias na frota náutica. Para ser efetivada há a necessidade de estruturar o porto daqui para que tenha capacidade, sendo que inclusive a Honda, quer passar seus containers  por aqui, o que vai diminuir o valor do frete. Somos o 3º colocado na balança comercial da Região Norte”, destacou.

Revista Brasil Export

O presidente da Revista Brasil Export, jornalista Cláudio Ribeiro citou que a revista tem 43 anos e está presente em mais de 100 países, participando de feiras nacionais e internacionais, atuando em favor do desenvolvimento do comércio exterior, para que cada vez mais o país consiga investidores. “Rondônia pode contar com nossa parceria para que o estado possa alcançar de forma significativa o comércio exterior”, frisou.

Em artigo técnico publicado na Revista Brazil Export, o professor de economia da Fundação Universidade Federal de Rondônia, Silvio Persivo, que é doutor em desenvolvimento sustentável destaca: “Há muitos sinais positivos para o comércio exterior com destaque para o Complexo Rio Madeira, a construção das grandes usinas de Santo Antônio e Jirau, o segundo maior investimento do mundo, que movimentou algo como US$ 32 bilhões nos últimos anos para a sua construção. Tal fato acelerou o desenvolvimento da capital do Estado, que, por sua localização privilegiada em relação à América do Sul, possui uma vocação natural para ser um imenso centro de abastecimento regional”.

Governo

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e Social, Edson Vicente, representando o governador Confúcio Moura (PMDB), parabenizou o presidente Hermínio Coelho pela iniciativa. Falou que Rondônia vive um momento especial, com um crescimento além da média nacional e é preciso fazer com que isso continue após o término das usinas. “O caminho sem dúvida é a exportação. O Governo de Rondônia tem algumas iniciativas para que no futuro essa exportação seja consistente, que é a construção da Zona de Processamento de Exportação que será construída na beira do rio Madeira, sendo que o projeto já está pronto; o fomento da piscicultura com a construção de dois frigoríficos também visando a exportação e a construção da nova usina de calcário para poder proporcionar competitividade aos produtores para que possam ter uma produção em grande escala”, encerrou.

Autor: Liliane Oliveira.

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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