OSMAR SILVA: DE QUEM É A CULPA?

Não sei não, mas a impressão inicial é a de que saímos da frigideira para a panela quente. Ou seja, estamos atolados exatamente como estávamos antes. E pior: antes havia esperança. Agora a desesperança tomou o lugar.

Estamos entrando no terceiro mês da nova gestão pública da Capital de Rondônia. E, até agora, ninguém viu nada. Ou melhor: vimos tudo o que víamos antes, com a significativa diferença de que o que era ruim ficou pior.

Para onde quer que se vá, é só problema. Por onde quer que se ande, é só buracos, atoleiros, lagoas e donas de casas desesperadas empurrando, em vão, o lixo e as águas fétidas que teimam em invadir as casas, danificar o mobiliário e o que houver rente ao chão.

Nas clínicas, policlínicas e postos de saúde, públicas e privadas, a dor e o desespero diante dos crescentes casos de dengue confirmados, e os mascarados como virose, ceifando vidas e avançando para uma epidemia diante de ambiente tão propício à propagação. Águas paradas e lixo em abundância, tudo o que os mosquitos Aedes Egípcio(da Dengue) e o Anofelino(da malária) gostam. Sem falar nos infernais carapanãs.

E o que se ver como iniciativa do poder público para mitigar o sofrimento da população diante destes males? Nada. Não se ver nada. Não se topa com uma patrulha tapando buracos, limpando bueiros, construindo uma drenagem, escoando os lagos do meio das ruas, aproveitando os  poucos dias de sol.

Não se ver uma equipe repondo lâmpadas nas ruas escuras e esburacadas, armadilhas de todo tipo, apropriadas para a multiplicadora ação  dos bandidos. Estamos à mercê do nada e de tudo.

O trânsito assassino ficou mais letal. Só aumenta sua produção de vítimas fatais e de incapacitados na flor da idade. Encontra, no abandono das ruas, seu principal parceiro. O zigzag forçado dos veículos para livrar-se dos buracos, provoca acidentes à direita e à esquerda, na frente e atrás. Nem a pé se consegue andar. É o fim do mundo. Ou a falta de vergonha na cara. Com qual você fica?

E o que mais enerva, decepciona e entristece é ouvir as autoridades responsáveis, usar a mídia para queixar-se do inverno, do governo anterior, da justiça e até dos anjos pela sua inação. É mole ou quer mais?

Ontem o sujeito tinha solução pra tudo. Na hora. Independente de inverno ou verão. Era só votar que, no dia da posse, começaria resolver todos os problemas. Lama, lixo, transporte, viadutos, saúde, moradia, segurança, tudo teria solução imediata. “Estou preparado. Tudo é questão de gestão, de competência”. E tome sorriso. “Que tal a gente começar por terminar os viadutos em 30 dias? Hein!”

Era um carioca falando em governar a Suiça e não uma cidade da Amazônia. E nós acreditamos. Viu quem é o culpado?

Osmar Silva – jornalista – [email protected]

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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