Acostumados a se reunir apenas uma vez por semana (sempre às terças, de manhã), os vereadores vilhenenses seguem à risca uma legislação criada eles mesmos: apenas três reuniões são realizadas no mês. De acordo com a alegação dos parlamentares, que recebem mais de R$ 4mil de salários por tão estafante serviço, é preciso “seguir o Regimento Interno”. Ou seja, se a regra diz que só pode haver três sessões, para que um assunto urgente seja discutido, é preciso uma convocação extra e, nesses casos, o pagamento também é “por fora”.
Neste mês de agosto, que teve cinco terças-feiras, por exemplo, a Casa se reuniu nas três primeiras e gazeteou as outras duas. Nenhuma extraordinária foi convocada, o que significa que os esforçados edis não deixaram nada engavetado. A maioria alega que o trabalho deles não se resume à presença em plenário, o que não deixa de ser verdade. Mas custaria desenvolver alguma atividade realmente relevante nesse tempo que o Regimento lhes garante o ócio? Participar das reuniões de algum dos Conselhos Municipais ou realizar reuniões para a discussão de temas comunitários são duas dicas para os sempre atarefados parlamentares. Boa parte dos representantes populares, no entanto, usa a folga para ir pescar, como em várias ocasiões já flagrou a imprensa da região. Mas nem todos são tão folgados assim: há os que aproveitam o raro momento de descanso para viajar e conhecer projetos importantes em outras cidades. O deslocamento, claro, tem que ser custeado pelos cofres do Parlamento, através de diárias.
POR QUE NÃO MUDA? – Os mesmos vereadores que brandem o Regimento Interno para justificar a vida mansa, poderiam alterar a regra, se quisessem. Se a Lei orgânica, uma espécie de Constituição Municipal, será mudada por eles para abrir mais vagas na Câmara, é de se supor que a mudança mais importante para a sociedade (que permite uma jornada maior, com mais sessões por semana) não deve ser tão complicada assim. Cabe a eles decidir: o povo que os elege prefere prioridade para o aumento de cadeiras ou de serviço?
Autor: Folha do Sul/Dimas Ferreira
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