DESAPARECIDOS: TENENTE-CORONEL DA PM/AM AFIRMA QUE FALTA DE LÍDER DA FUNAI AGRAVA CONFLITO EM HUMAITÁ

Representante da Polícia Militar no interior do Amazonas, o subcomandante tenente-coronel Everton Cruz, afirmou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) está sem representantes em Humaitá para intermediar o conflito, que começou no último dia 25.

“Esta tarde, os órgãos federais vão se reunir para tomar atitudes e solucionar esses conflitos pelo menos até domingo. Mas os representantes da Funai não estão aqui, tanto que os índios precisaram se refugiar no 54º Batalhão de Infantaria de Selva (Bis)”, explicou.

Segundo o comandante de Policiamento do Interior (CPI), tenente coronel Brandão, as informações sobre conflitos ocorridos dentro do território são apenas especulações. “Não há confirmação sobre essa ocorrência, isso é especulação. Mas o Estado disponibilizou duas aeronaves e vamos sobrevoar a área. Estamos esperando a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal e a Força Nacional, que são os responsáveis por isso. O Estado, através da Casa Militar, está aqui para dar um apoio”, disse Brandão.

Nesta manhã, um bloqueio com 240 policiais militares foi montado no km 150 da BR-230 (conhecida como Transamazônica), após tentativa de invasão de civis nas aldeias de Terra Indígena Tenharim, em Humaitá. Conforme Cruz, a tentativa de invasão é organizada por madeireiros e fazendeiros do município, e não pelos familiares dos três homens supostamente desaparecidos no território indígena.

“Essa tentativa de invasão não está sendo feita pelos familiares dos desaparecidos, mas por fazendeiros e madeireiros de Apuí (interior do Amazonas) que se aproveitaram do conflito para tentar afastar os índios da rodovia federal. Os interesses não são de familiares, mas de revolta contra o pagamento de pedágio na estrada”, disse Cruz.

Conforme Cruz, existem três barreiras de pedágios, onde são cobradas R$ 40, cada uma, diariamente pelos índios, na BR-230. “Eles (fazendeiros e madeireiros) mudaram o foco das manifestações. Mas estaremos lá para tentar impedir qualquer conflito e preservar a integridade de todos”.

A reportagem fez contato com a Funai, mas não obteve retorno. Em seu site, a Fundação publicou uma nota de repudio à violência ocorrida na última quarta-feira, quando manifestantes do município de Humaitá incendiaram o prédio da Funai, veículos e barcos oficiais.

Na nota, a Funai esclarece ainda que não compete a ela promover ações de investigação, apuração ou buscas de pessoas desaparecidas. Também ressaltou que a Funai se colocou sempre à disposição para apoiar e colaborar com as autoridades em apurações e no acompanhamento do diálogo com os indígenas.

Ainda assim, cerca de 140 indígenas da etnia Tenharim continuam refugiados no 54º Bis, desde quinta-feira (26), com medo de agressão por parte dos manifestantes, segundo Cruz. Atualmente na terra indígena Tenharim vivem, em média, 600 índios das etnias Parintintins, Tenharim e outros.

A Articulação dos Povos Indígenas em Rondônia (AIR), através de nota, informou que no início do mês de dezembro o cacique Ivan Tenharim foi atropelado na rodovia que corta a área de Tenharim, na qual os índios suspeitavam de uma tentativa de homicídio a mando de não indígena. A ação também teria sido articulada por conta do desaparecimento de três pessoas, vistas próximas a área, e pela a falta de informações sobre o caso, familiares e amigos dos desaparecidos culparam os povos indígenas.

Fonte: d24am.com

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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