Assista vídeo e leia o Boletim de Ocorrência Policial
Porto Velho (RO) – Novos desdobramentos surgiram no caso de suposto assédio sexual denunciado por Helena Bongiolo Terra, ex-assessora comissionada da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO). A servidora divulgou vídeo e boletim de ocorrência em que detalha perseguições que estaria sofrendo do presidente da Associação dos Policiais Civis Aposentados e Pensionistas de Rondônia, Humberto Jhonson de Castro Inácio, que também estaria, segundo ela, realizando ameaças de morte após intenso assédio sexual.
Nos novos elementos apresentados, Helena acusa diretamente Humberto Jhonson de perseguição e intimidação, incluindo o envio de fotos portando armas, mensagens com teor ameaçador via aplicativos de mensagens, e rondas em frente à sua residência. Segundo relato da ex-assessora, essas imagens enviadas pelo WhatsApp eram programadas para serem apagadas após a visualização, dificultando a coleta de provas.
Ainda de acordo com a denúncia, o caso expõe uma prática considerada irregular e já condenada judicialmente em Rondônia: servidores públicos com cargos lotados na Assembleia Legislativa atuando, na prática, em entidades privadas. Helena afirma que foi indicada para o cargo a pedido de Humberto Jhonson, aliado político do deputado Ribeiro do Sinpol (União Brasil), e que, embora recebesse salário pelo gabinete do parlamentar, exercia suas atividades exclusivamente na associação da Polícia Civil, com pleno conhecimento do deputado.
Esse modelo de contratação, segundo jurisprudência consolidada do Tribunal de Justiça de Rondônia, pode configurar improbidade administrativa. Casos semelhantes levaram à condenação de políticos como Zequinha Araújo e Suely Aragão, por manterem servidores pagos pelo poder público atuando em fundações assistenciais privadas.
No vídeo divulgado nas redes sociais, Helena desmente a versão apresentada pelo deputado Ribeiro do Sinpol, que alega não conhecê-la pessoalmente. A ex-assessora afirma ter imagens e documentos que comprovam o vínculo e encontros com o parlamentar, prometendo divulgar esse material.
Apesar das negativas, o vínculo funcional de Helena era formalmente com o gabinete do deputado na ALE-RO, o que o torna, administrativamente, responsável pelas condições de trabalho da servidora. Ela alega ainda que, ao tentar denunciar os abusos, foi demitida, desacreditada e exposta publicamente, tendo sua estabilidade funcional e integridade emocional comprometidas.
O caso tramita sob sigilo na Delegacia da Mulher, onde já existem, segundo o deputado, cerca de 20 registros e ações relacionadas ao episódio. Ribeiro do Sinpol declarou que buscará a remoção do vídeo das redes sociais e sustenta que as acusações têm motivações financeiras.
A Assembleia Legislativa informou, por meio de sua Diretoria Geral, que não recebeu nenhuma denúncia formal envolvendo a servidora. Já Humberto Jhonson, até o fechamento desta reportagem, não havia se manifestado.
A reportagem do site Tudorondonia mantém aberto o canal de comunicação para novas manifestações das partes envolvidas.
Fonte: Por Tudorondonia