Quilombo


Fúria e Marcos Rogério lideram corrida ao governo de Rondônia; veja análise da pesquisa IHPEC


Sílvia Cristina lidera para o Senado em disputa acirrada; Alto índice de indecisos revela cenário aberto e polarizado

Em uma radiografia detalhada do eleitorado rondoniense a exatamente um ano das eleições gerais de 2026, o IHPEC – Instituto Haverroth de Política, Estatística e Comunicação, em parceria com o portal Rondoniaovivo, divulgou nesta sexta-feira (31) os resultados iniciais de uma pesquisa abrangente realizada entre 16 e 30 de outubro de 2025. O levantamento, que abrangeu os 43 municípios mais populosos de Rondônia, entrevistou 2.200 eleitores por meio de amostragem sistemática e estratificada, com margem de erro de 2,5 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%.

O foco foi avaliar o desempenho do governador, prefeitos e parlamentares, além de mapear intenções de voto para governador, senador, deputados federais e estaduais, e identificar desafios nos serviços públicos.

Embora grande parte dos dados – incluindo avaliações de gestão, preferências regionais e cruzamentos qualitativos – seja reservada para uso interno do IHPEC, os resultados parciais já pintam um quadro de polarização intensa na disputa pelo Palácio Rio Madeira, com empate técnico entre nomes bolsonaristas e o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria. No Senado, a deputada federal Sílvia Cristina (PP) surge como favorita, enquanto Fernando Máximo (União Brasil) e o governador Marcos Rocha (União Brasil) travam uma briga apertada pelo segundo lugar.

Disputa pelo Governo: Polarização entre bolsonaristas e Fúria

A pesquisa testou dois cenários estimulados para a eleição ao Governo do Estado, variando nomes do campo conservador como cabeças de chapa. Em ambos, o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD), demonstra força, consolidando-se como principal opositor ao grupo bolsonarista.
  • Simulação 1 – Com o senador Marcos Rogério (PL) no páreo: O parlamentar federal aparece ligeiramente à frente, com 30,9% das intenções de voto, contra 30,0% de Adailton Fúria. Os indecisos ou que não responderam representam 19,7% do eleitorado. Completam o quadro o senador Acir Gurgacz (PDT), com 8,5%; o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB), com 8,3%; e o vice-governador Sérgio Gonçalves (UB), com 2,5%.
  • Simulação 2 – Substituindo Marcos Rogério pelo deputado federal Fernando Máximo (União Brasil): Aqui, Adailton Fúria assume a liderança isolada, com 32,3%, seguido por Máximo com 27,2%. O índice de indecisos cai para 19,1%, enquanto Acir Gurgacz sobe para 9,7%Hildon Chaves marca 7,5% e Sérgio Gonçalves chega a 4,2%.

Esses números reforçam uma polarização clara entre Fúria, que representa uma ala mais local e combativa do PSD, e o espectro bolsonarista, encarnado por Marcos Rogério e Fernando Máximo. Candidatos de centro-esquerda e tradicionais, como Gurgacz e Chaves, ainda não decolam, sugerindo que a eleição pode se resumir a um embate entre alas do conservadorismo rondoniense. O alto patamar de indecisos – entre 19% e 20% – indica um eleitorado volátil, sensível a estratégias de campanha e eventos regionais nos próximos 12 meses.

Corrida ao Senado: Sílvia Cristina na frente, com disputa fragmentada pelo segundo lugar

Para o Senado, onde os eleitores escolhem dois nomes, a pesquisa simulou primeiro e segundo votos, com ponderação final. Sílvia Cristina (PDT) domina consistentemente, projetando-se como a mais votada no estado.

  • Primeiro Voto: Sílvia Cristina lidera com 24,6%, seguida por Marcos Rocha com 21,2% e Fernando Máximo com 19,4%. Confúcio Moura (MDB), ex-governador, marca 12,4%; o deputado federal Delegado Camargo (PL) tem 7,4%; e o deputado estadual Bruno Scheid (União Brasil) fica em 3,8%. Não responderam: 11,2%.
  • Segundo Voto: A disputa se aperta, com Fernando Máximo à frente (19,8%), empatado tecnicamente com Sílvia Cristina (19,6%) Marcos Rocha (18,4%). Confúcio Moura tem 12,6%, Delegado Camargo 7,9% e Bruno Scheid apenas 1,7%.
  • Resultado Ponderado: Sílvia Cristina consolida 22,1%, enquanto Marcos Rocha (19,8%) e Fernando Máximo (19,6%) brigam pelo vice-liderança. Confúcio Moura fecha com 12,5%, seguido por Delegado Camargo (7,7%) e Bruno Scheid (2,8%). Indecisos/NR: 15,6%.

Aqui, o cenário é mais fragmentado, com a deputada capitalizando sua base e visibilidade nacional, enquanto o bolsonarismo se divide entre Rocha, Máximo e Camargo. O MDB de Moura mantém relevância moderada, mas sem ameaça imediata à liderança.

Desafios e perspectivas: Um eleitorado em busca de respostas

Além das intenções de voto, o levantamento identificou os principais gargalos nos serviços públicos rondonienses, como saúde, infraestrutura e segurança – temas que devem pautar as campanhas. O IHPEC enfatiza que os dados divulgados são um recorte parcial, com análises internas apontando para variações regionais significativas, especialmente em Porto Velho e no Cone Sul.

Análise da pesquisa -pela editoria

A sondagem divulgada pelo IHPEC demonstra que grande parte do eleitorado rondoniense ainda está indeciso, apesar do barulho bolsonarista, percebe-se que a polarização já cansou grande parte dos eleitores, e a prova disso é a liderança de Adaílton Fúria, prefeito de Cacoal, que ‘pega carona’ no jeito Léo Moraes (prefeito de Porto Velho) de ampliar o engajamento, além do fato de serem uma ‘novidade’ no cenário majoritário estadual.

Léo, que tem larga experiência política (foi vereador, deputado estadual, deputado federal, disputou o governo e atualmente é prefeito da capital) pontua altíssima popularidade junto ao eleitorado, e inevitavelmente estará na mesa para as articulações de 2026. Fúria vem nesse embalo. Prefeito altamente popular, usa muito bem as redes e consegue se fazer ‘onipresente’ junto à população.

O discurso bolsonarista já mostrou que não convence mais, ao menos em grande parte de Rondônia. O próprio Jair Bolsonaro esteve em Porto Velho tentando eleger Mariana Carvalho na disputa com Léo Moraes e foi um fiasco retumbante. E isso reflete em candidaturas como de Marcos Rogério, que não consegue ‘desapegar’ da bolha radical que infla seu ego e o impede de enxergar o cenário completo.

De outro lado, temos um insípido Fernando Máximo, que vai para onde a onda leva. Sem bandeira definida (mesmo sendo médico) e populista, o ex-secretário de Saúde de Marcos Rocha ainda enfrenta um problema grave, o de não ter um partido para chamar de seu, o que pode inviabilizar suas intenções de conseguir uma vaga majoritária.

A julgar pelos números apresentados nesta sondagem, tudo indica que Fúria já está no segundo turno, resta saber contra quem. Se ele tiver o apoio de Léo Moraes, ou mesmo compor com o Podemos, a chance de vitória é certa, mas se o PSD optar pelas velhas receitas (ou personagens) corre o risco de nadar e morrer afogado bem pertinho da praia.

Fonte: [email protected]


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