Os produtores da parte sul da Zona da Mata e do Cone Sul do Estado, ganharam no último sábado (25) uma obra pública essencial para a consolidação econômica da região, que foi a ponte sobre o rio Pimenta, na RO-391, em Chupinguaia, com 145 metros de extensão, 8.80 metros de largura e pista de mão duplana, na qual foram investidos aproximadamente R$ 3,5 milhões, com recursos do Fundo de Infraestrutura de Transportes e Habaitação de Rondônia (Fitha).
E por lá que passa boa parte do PIB rondoniense, como a produção de 12 mil hectares de soja por safra, milho, arroz e mais cerca de 30 mil bois já prontos para o abate por mês. “Numa estrada por onde passam setenta carretas carregadas por dia, não poderia ser uma ponte o impedimento para o progresso”, disse o governador Confúcio Moura durante a inauguração, acrescentando que “mesmo longe, o governante precisa ter um olhar sobre o Estado como um todo, sobretudo as comunidades mais distantes”.
Após anos e anos de seguidas promessas, moradores e produtores já não acreditavam na realização do sonho de todos. O sentimento de frustração e a sensação de impotência frente a inércia do poder público foram bem dimensionadas pelo gerente da fazenda Juliana, Nadi Razzini, onde é feita a maior criação de bois em confinanmento no Estado, com cerca de 35 mil cabeças. Ele pediu desculpas ao governador Confúcio Moura ao confessar que em fevereiro do ano passado, quando Moura esteve na localidade para assinar a ordem de serviço autorizando a obra, ainda no início de suas gestão, ele não acreditou. Para ele, era mais uma promessa, depois de tantas outras.
“Todos os anos recebíamos a promessa de que a ponte seria construída. Os anos se passaram e nada. Por isso peço desculpas, porque quando o senhor esteve aqui e disse que construiria a ponte, pensei: é mais uma promessa”. A desconfiança, que era compartilhada por todos os moradores, foi alimentada ao longo dos oito anos do governo passado, que a renovava a cada ano. Confúcio esteve na localidade em fevereiro, disse que faria a obras e em dezembro a ponte estava concluída. Foi inaugurada agora porque faltava fazer o aterramento nas cabeceiras, o que foi dificultado devido as fortes chuvas desta época do ano.
No sábado, mesmo após as intensas chuvas que caíram no dia anterior e na manhã sábado, centenas de moradores de Chupinguaia e de comunidades rurais da região prestigiaram a cerimônia de inauguração da ponte, que fica distante dez qulômetros da cidade. Pioneiros que ajudaram a fundar o então povoado de Vila Virador, como Chupinguaia era conhecida, porque quando chegavam ao rio Pimenta eram obrigados a ‘virar’ para retornar, falaram dos anos difíceis e das frustrações sofridas.
Luiz Antonio Faggion, o popular “Tonhão”, foi quem serrou as toras de madeira para construir a primeira ponte, no ano de 79. “Antes o que tinha era uma balsa de tambores. A segunda ponte foi feita em 91”, lembra, acrescentando que por três ou quatro vezes a ponte foi levada pelas águas nas enchentes do rio Pimenta no inverno amazônico.
As irmãs Maria Tereza e Vera Lúcia Alves Lima são outras que tem muita história para contar sobre a saga dos pioneiros em suas lutas pela construção da cidade. As duas foram vereadoras na primeira legislatura depois da emancipação do município, mas estão há bem mais tempo na localidade. Maria tereza, por sinal, está escrevendo um livro sobre essa trajetória. Foi ela quem, meio que por acaso, acabou dando o nome de Chupinguaia a localidade, quando resolveu batizar com este nome a escola na qual era diretora. Como o nome de Vila Virador já não agradava os moradores, resolveram adotar o nome da escola para o município.
Outros pioneiros, como Milton Gomes da Silva, que foi vereador por Vilhena quando Chupinguaia ainda era distrito e Valdomiro Custódio da Silva, o popular ‘Careca’, também ex-vereador de Chupinguaia, lembram das lutas e das frustrações pela construção da ponte. Nadi Razzini, disse que já há bastante tempo não se conseguia escoar a soja por Chupinguaia. “A soja apodrecia nos armazéns porque a gente não conseguia tirar”, lembra, sem saudades. O transporte tinha que ser feito por totas alternativas que encareciam o frente e diminuía a rentabilidade.
O diretor geral do DER, Lùcio Mosquini, destacou que o governo Confúcio Moura é o governo que faz o que promete e o que não promete, numa referência a campanha eleitoral, quando apesar de ter recebido o pedido da população, o então candidato ao governo não quiz se comprometer. No entanto, já no primeiro ano fez e cumpriu o compromisso. O prefeito Vanderlei Palhari estava eufórico. Além da ponte, recebeu a notícia de que terá 12 km de asfalto na cidade, numa parceria da prefeitura com o Estado e com deputados estaduais, por meio de emendas.
MAIS OBRAS
Confúcio Moura reafirmou sua disposição em construir a TransRondônia, rodovia que ligará de Pimenteiras a Guajará-Mirim e servirá de alternativa a BR-364. O primeiro trecho já será construído este ano, ligando Pimenteiras a Cerejeiras. “Será uma rodovia para transportar riquezas”, disse, acrescentando que neste ano o Estado fará 500 km de asfalto urbano nas cidades e que para isso, já adquiriu oito usinas de asfalto.
Na próxima sexta-feira o governador estará em Colorado do Oeste, onde assinará convênio no valor de R$ 3 milhões para a construção de um frigorífico de suínos.
TRANSPOSIÇÃO
Ao final da cerimônia o governador falou sobre a transposição dos servidores para os quadros da União. Disse que esta semana irá com o senador Valdir Raupp ao Ministério do Planejamento, “dar uma chega pra lá”. Segundo ele, irá dizer que se o governo federal não consegue fazer a transposição, “me entregue que eu garanto que faço em quatro meses”.
Participaram da cerimônia ainda o senador Valdir Raupp, a deputada federal Marinha Raupp, o deputado federal Natan Donadon, os deputados estaduais Luizinho Goebel, Valdivino Tucura, kaká mendonça e Jaques Testoni, prefeitos e vereadores da região.
DECOM/GOVERNO.
FOTOS/WILMER G. BORGES.
FONTE/HOJERONDONIA.
