Garoto de 5 anos, irmão de 16, mãe e tio foram assassinados no dia 30. Ronildes Paiva vivia em Rio Branco com os filhos…
Pai do menino Renato Paiva de 5 anos e padrasto do adolescente Elissandro Tavares, de 16 anos, assassinados na madrugada da última segunda-feira (30), em Guajará-Mirim (RO), o pedreiro Ronildes Paiva, 33, diz que não sabe ainda o que vai fazer quando voltar para a casa que vivia com os filhos em Rio Branco, no Acre.
Os jovens, a mãe deles Luciene Almeida e o irmão dela Jocley Lima teriam sido assassinados com tiros na cabeça pelo namorado de Luciene, Tanus da Silva. O crime teria sido motivado por ciúmes.
Paiva conta que estava separado de Luciene há um ano e vivia com o filho e o enteado, que criava desde que o menino tinha 2 anos, na capital acreana. Os filhos iriam passar o Réveillon com a mãe em Guajará-Mirim.
“Minha família tinha vindo para Rio Branco passar o final de ano comigo. Saímos e quando estávamos chegando em casa me ligaram e falaram da tragédia que tinha acontecido. Fiquei desesperado e na hora mesmo arrumamos as coisas e fomos para lá”, lembra.
A última vez que ele viu os filhos foi na sexta-feira (27), quando eles viajaram para Rondônia. “No domingo (29) liguei para eles e eles me disseram que estavam com saudades de mim, que me amavam”, diz.
‘A fama dele não era boa’
Paiva diz que conhecia o namorado da ex-esposa, suspeito de cometer os crimes e afirma que ele era um sujeito violento. “Ele era amigo do irmão da Luciene, que também morreu e andava no meio da família. Mas ele andava armado, a fama dele não era boa, já havia sido preso com carro roubado em Guajará-Mirim”, diz.
O pedreiro diz que ele tinha ainda um ciúme excessivo de Luciene, mas achou que ele não faria nada com os filhos dela.
“Nunca imaginei que ele pudesse fazer algo assim com as crianças, se tivesse que fazer alguma coisa era com ela. No meio do ano fui em Guajará-Mirim e chamei ela para conversar e ela disse que não podia nem estar conversando comigo porque ele era muito ciumento e só andava armado. Falei para ela: ‘Esse é o cara que tu escolheu para tua vida’?”, diz.
Na quarta-feira (1), o pedreiro chegou a encontrar com o suspeito, após ele ter se entregado à polícia. Ele conta que Tanus da Silva foi frio. “Eu perguntava as coisas para ele e ele dizia que não queria fazer isso. Uma hora disse que minha ex-mulher queria bater no caçula e tentou impedir porque queria cuidar dele. Eu falei: ‘como é que você queria cuidar do menino rapaz? Você deu um tiro na cabeça do meu filho. Como é que você fez isso com meu filho?”, diz.
Paiva conta que fez mais algumas perguntas mas não obteve resposta. “Ele nem olhava na minha cara. Aí não aguentei e avancei nele e foi quando me tiraram da cela”, afirma.
‘Acabou com a minha vida’
Ronildes Paiva diz que ainda não sabe o que fazer quando voltar para Rio Branco. “Acabou com a minha vida. Minha mãe quer que eu vá para Rio Branco para vender a casa e volte para cá, mas também não quero isso. Vou esperar passar a missa de sétimo dia , esfriar a cabeça e ver o que vou fazer. Porque voltar para casa e morar sozinho lembrando das crianças aqui comigo vai ser muito difícil”, afirma.
G1
REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM