AÇÃO POLÍTICA: OPERAÇÃO APOCALIPSE: POLÍCIA CIVIL GRAMPEOU CONVERSAS DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA

Para manter o afastamento de Hermínio, juíza usou trecho deconversa entre procurador e deputado, mas o diálogo não apresenta nenhuma irregularidade da parte de ambos…

Procuradores e promotores de justiça reagiram indignados com as declarações da juíza convocada Sandra Silvestre, do Tribunal de Justiça de Rondônia, que, na quinta-feira, ao julgar o processo de afastamento de cinco deputados estaduais acusados de envolvimento em crimes de narcotráfico e estelionato, fundamentou seu voto pela renovação da decisão por mais 15 dias  baseando-se numa conversa telefônica interceptada pela polícia, por volta das 6 horas da manhã do dia 4, em que o deputado Hermínio Coelho conversa com o procurador geral de Justiça, Hérverton Alves de Aguiar, sobre a operação policial em andamento.

Na tarde desta sexta-feira, procuradores e promotores se mostraram unidos ao rechaçar, enfaticamente,  a insinuação da magistrada contra o procurador geral e o Ministério Público. Em nota assinada pelo subprocurador geral, Cláudio Silveira, o colégio de procuradores diz que Sandra Slvestre foi infeliz ao tentar macular a imagem e credibilidade do procurador chefe e da instituição.

Para o Ministério Público, Sandra Silvestre foi irresponsável ao insinuar, num jogo de palavras, que o procurador de Justiça tenha mantido qualquer diálogo suspeito com o deputado Hermínio Coelho na manhã da operação Apocalipse. “Esta magistrada incorreu numa infelicidade sem precedentes”, disse Hérverton Aguiar durante entrevista à imprensa na tarde desta sexta.

De fato, na citação que a juíza Sandra Silvestre fez sobre a conversa de Hermínio com o procurador não surge uma única frase que possa comprometer Hérverton Aguiar, mesmo assim o diálogo, gravado pela polícia – não se sabe se com ordem judicial- foi usado pela juíza para prorrogar o afastamento de quatro deputados oposicionistas e liberar o governista Jean Oliveira (PSDB) para voltar à Assembleia.

“Somente a magistrada Sandra Silvestre e o Tribunal de Justiça poderão explicar porque tentaram macular, desmoralizar e desqualificar a instituição Ministério Público”, disse Hérverton, que não soube responder se ele, Hermínio ou ambos estavam ou estão sendo gravados pela polícia comandada pelo secretário Marcelo Bessa.

O procurador disse ainda que a juíza Sandra Silvestre faz insinuações levianas e, ao mesmo tempo, ela própria diz que Hermínio foi aconselhado a voltar para Porto Velho no dia da operação e que Hérverton limitou-se a dizer que o pouco que sabia era por meio dos sites na internet.

Segundo o procurador, naquela manhã o próprio secretário de Segurança, Marcelo Bessa, e seu assessor, Marcos Resende, publicaram na internet que a operação iria começar ou estava em curso. “A manifestação da magistrada foi infeliz e inconsequente”, acrescentou o procurador. Segundo ele, a juíza tentou, de forma leviana , levantar suspeita sobre alguma possível ligação espúria entre ele e o deputado Hermínio. “Atendi o telefone e falei com o parlamentar como falaria com o governador , o presidente do Tribunal de Justiça, o presidente do tribunal de Contas, ou qualquer outra instituição. Foi uma conversa republicana, institucional”.

GRAMPOS TELEFÔNICOS O Ministério Público quer saber detalhes sobre os grampos telefônicos,pois o órgão, em momento algum, foi informado sobre tais escutas. O procurador não sabe se as escutas foram plantadas contra Hermínio ou contra ele, ou, ainda, contra ambos. O MP quer saber sobre todo o procedimento, quem pediu, quem autorizou e porque.
Um outro aspecto da investigação é que o Ministério Público foi mantido de fora e até agora não teve acesso aos inquéritos. O órgão já deu um prazo de 24 horas para que cópias integrais sejam remetidas aos promotores e procuradores, senão vai ser obrigado a fazer pedido de busca eapreensão. “O tempo vai mostrar porque não querem o Ministério Público acompanhando essas investigações”, concluiu Hérverton Aguiar.

Tudorondonia

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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