ACIR CRITICA SUBSTITUIÇÃO NO DNIT EM RONDÔNIA

A substituição do superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Rondônia e Acre foi criticada ontem, em Brasília, pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO), no plenário do Senado. “Houve uma substituição do representante do órgão sem o apoio, sem a conversa de nenhum parlamentar, seja da situação, seja da oposição, do Estado de Rondônia. Simplesmente, por ordem do Ministério dos Transportes, houve uma substituição do responsável pelo Dnit”, declarou o parlamentar.

Para Acir Gurgacz, o superintendente anterior “era uma pessoa técnica, sem influência política, assim como eu entendo que devem ser os cargos técnicos, mas infelizmente houve uma substituição completamente política”. O próprio senador afirmou que veio da cúpula do Dnit a informação sobre a ordem para a substituição: “A ordem veio do Ministério dos Transportes, parece que alguém do ministério quis mudar porque talvez a pressão em cima das empreiteiras para fazer uma obra bem feita, para fazer uma obra de melhor qualidade estava atrapalhando alguém”, denunciou Acir.

O parlamentar fez diversas denúncias no ano passado sobre trabalhos mal feitos de recuperação da BR-364. Em duas ocasiões teve a companhia do próprio superintendente do Dnit em diligências para averiguar irregularidades das obras. “O André Reitz do Valle, o superintendente anterior, fez um ótimo trabalho recebendo as nossas denúncias e puxando as empresas pela responsabilidade. Vou continuar minha fiscalização com relação à execução das obras de infraestrutura, não só no meu Estado, mas em todo o País, e que não aconteça um retrocesso na qualidade das obras do meu Estado de Rondônia que são feitas através do Dnit”, alertou Acir.

Professor reforça denúncia do senador

Não é apenas o senador Acir que está de olho no trabalho irregular que vem sendo feito por empresas que ganharam licitação para fazer a restauração da BR-364. Desde o dia 11 de novembro do ano passado, quando o parlamentar publicou nas redes sociais fotos em que denunciava camada irregular de asfalto na rodovia, várias pessoas têm entrado em contato para também fazer denúncias pontuais de trabalhos mal feitos na rodovia. Ontem mesmo, o professor Ronaldo Gaspar, 62 anos, morador de Jaru, entrou em contato com o gabinete em Brasília e citou o caso do trecho entre Ouro Preto e Ji-Paraná. “Estão simplesmente passando asfalto em cima de asfalto, sem preparar, sem escarificar. Não adianta nada”, explicou ele, que já trabalhou com terraplenagem e asfalto.

Gaspar disse que na segunda-feira, voltando de Ji-Paraná, chegou a parar no acostamento junto a trabalhadores que estavam aplicando asfalto na rodovia e criticou o que estava sendo feito. “Eu disse para eles que aquele asfalto não iria durar sequer três meses. E eles simplesmente concordaram comigo!”, desabafou Gaspar.

Tanto o professor quanto o senador têm consciência de que é fundamental a fiscalização para que o trabalho de restauração da BR-364 seja bem feito. “O que acontece hoje é que a empresa remenda o buraco e logo depois está aberto. Eu vi um buraco aqui perto do frigorífico ser coberto com asfalto, de qualquer jeito, há três dias contados. Hoje já está aberto de novo”, citou Ronaldo Gaspar. “Isso é um trabalho porco com o nosso dinheiro, com o dinheiro do povo, com o dinheiro da nação”.

Acostumado a fiscalizar a rodovia e a receber informações como essa quase todos os dias, o senador Acir afirmou ontem, no plenário, que a situação requer cautela. “Eu fiquei muito preocupado com essa substituição do representante do Dnit em Rondônia e Acre sem a participação de nenhum parlamentar nem do Estado do Acre nem do Estado de Rondônia. É uma substituição inexplicável. Eu só espero que não seja pressão dos empreiteiros, que querem fazer um serviço malfeito, como estavam fazendo na BR-364, como estavam tentando fazer na BR-425 e também na 429”, reforçou o parlamentar.

DIARIO DA AMAZONIA

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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