Aeroporto de Vilhena pode deixar de operar voos comerciais em dezembro

Preocupados com a situação do aeroporto municipal e a possível interrupção dos voos comerciais em Vilhena, diretores da ACIV (Associação Comercial e Industrial de Vilhena) e do Sindicato dos Produtores Rurais de Vilhena estiveram em Brasília no dia 19/10 para uma reunião com diretores da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Na reunião com Bruno Pimenta, da Diretoria de Infraestrutura Aeroportuária, o presidente da ACIV José Ivanildo, o vice-presidente Cleivo Baldin e o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais Evandro Padovani solicitaram um relatório com os itens de conformidade necessários para resolver as pendências que, segundo a ANAC, comprometem a segurança do aeroporto.

A comitiva descobriu por exemplo que o aeroporto de Vilhena está classificado na categoria 2, não comportando operações com jatos Embraer – os modelos operados pela companhia Trip em Ji-Paraná (Em Vilhena a Trip opera com o ATR-42, aeronave menor, o que aumenta o valor da passagem). Na reunião também foi confirmado que a alteração da categoria depende do cumprimento a uma série de exigências ainda não regularizadas pela administração do aeroporto.

No que diz respeito a brigada de combate a incêndio o prazo para a efetivação do serviço termina no dia 31/12/2011, segundo a resolução 115 de 6/10/2009 que define as regras de segurança para os aeroportos brasileiros. “Nossa preocupação é com a possibilidade da ANAC cancelar os voos comerciais em Vilhena a partir do dia 31/12. E isso fatalmente ocorrerá caso a administração do aeroporto não cumpra com as exigências da ANAC, isso ficou bem claro na reunião que participamos em Brasília”, disse José Ivanildo, presidente da ACIV.

Segundo Evandor Padovani, a ANAC deverá realizar uma nova vistoria no aeroporto de Vilhena nos próximos dias para verificar se os problemas apontados pela agência foram de fato solucionados. “Desta vez, pedimos a diretoria da ANAC para acompanharmos o trabalho de vistoria, uma vez que a situação é bem complexa e envolve diretamente o setor produtivo da cidade”, disse Padovani.

APOIO DA BANCADA

Logo após a reunião com a ANAC, a comitiva da ACIV e Sindicato Rural visitou os parlamentares da bancada federal de Rondônia e conseguiu apoio de todos os parlamentares para um projeto que repensa o aeroporto para atender todas as normas de segurança previstas na Legislação brasileira. Os 8 deputados e três senados da bancada se comprometeram a destinar recursos na ordem de R$ 2.150 milhões para as obras do aeroporto. “Nosso aeroporto é bem estruturado no que diz respeito a pista para pouso e decolagem, mas tem deficiências no nível de segurança por conta da falta de portal de raio-x, de uma bridada de incêndio em tempo integral e cerca de isolamento entre outras pendências. E a bancada federal entendeu a importância de nosso pedido e prontamente se comprometeu a atender nossa revindicação”, enfatizou José Ivanildo.

TERCERIZAÇÃO

Outra opção para a restruturação do aeroporto pode estar na terceirização do local, como aconteceu com a rodoviária municipal, há cerca de quatro anos. Sem dinheiro para reformar a rodoviária a prefeitura decidiu terceirizar sua administração. A empresa que administra o terminal reformou e modernizou as instalações da rodoviária, que hoje é exemplo para todo o estado. “No caso de aeroportos temos o exemplo do aeroporto de Ji-Paraná que é administrado pela associação comercial daquela cidade. A estrutura, tanto física quanto administrativa, é excelente, muito diferente do que temos aqui em Vilhena”, explica o presidente da ACIV, salientando que a ACIV não está propondo administrar o aeroporto e sim colaborar para a solução de um problema que vem se arrastando a vários anos.

Hoje a prefeitura administra o aeroporto, mas não é a dona do aeródromo. O aeroporto Brigadeiro Camarão pertence ao governo do Estado, e a concessão da administração ao município venceu a mais de dois anos.

José Antonio Sant’Ana
Jornalista profissional
Registro no MTE/RO:1026
Fonte/hojerondonia.com.




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