A escolha da Escola Maria Arlete de Toledo, no bairro Alto Alegre, periferia de Vilhena, para a abertura oficial do ano letivo na rede estadual não foi aleatória. A instituição, ao longo dos seus 25 anos, tem construído um currículo invejável.
São 1.300 alunos matriculados do 6º ao 9º anos do ensino médio e alguns têm se destacado nos esportes. Em 2014, os representantes do colégio conquistaram títulos na fase nacional dos jogos escolares. A equipe juvenil de vôlei masculino venceu, em João Pessoa (PB), os Jogos Escolares da Juventude. Nos Jogos Escolares de Rondônia (Joer), alunos e equipes foram destaque.
A escola, que tem grande foco nos esportes, precisa equipar a quadra poliesportiva com arquibancadas e construir vestiários. O pedido de recursos para estas obras, cerca de R$ 450 mil, foi apresentado ao governador Confúcio Moura, que prometeu atender assim que possível.
Mas não é só nos esportes que a escola Arlete Toledo tem se dedicado. Há dois anos, a professora de inglês Roseana Costa foi aos Estados Unidos para participar de um curso de intercâmbio. No ano passado, o professor e biólogo Adriano Romano foi destaque na Conferência de Meio Ambiente, realizada em Vilhena, defendendo o tema Escola Sustentável.
“Tudo isto explica o privilégio da presença do governador para iniciar o ano letivo”, diz o coordenador regional de educação, Edson Nogueira. Confúcio informou à Secretaria de Estado de Educação (Seduc), desde o ano passado, que gostaria de abrir o ano letivo em Vilhena.
Conquista
A escola ainda não tem números definitivos, mas muitos dos seus alunos foram aprovados para faculdades, por meio do Enem. Estas conquistas são consideradas o coroamento dos esforços conjuntos de professores, alunos e comunidade. São consequência do programa Educação Solidária, que tem aulas intensivas e prepara os alunos que estão concluindo o ensino médio. “É difícil manter estudantes nesta fase na escola. A maioria quer partir para o mercado de trabalho, para as primeiras conquistas”, explica o professor Adriano.
“Em geral o maior índice de desistência está no curso noturno”, afirma vice-diretora Nélia Siqueira, mas esclarece que esta estatística é comum em todo o estado. Segundo ela, por pouco não suspendeu o turno da noite, mas a comunidade interveio e defendeu a manutenção. No total há seis turmas de ensino médio. “Algumas dinâmicas serão utilizadas para manter a escola atrativa para os jovens”, salienta a vice-diretora. A proposta é ter atrativos com cinema e festivais de música, entre outras iniciativas. A escola oferece inclusive jantar aos estudantes. “A evasão ocorre, na maioria das vezes, entre alunos do sexo masculino que, apesar de jovens, já constituíram família.”
As estantes da biblioteca e os bancos ao redor do pátio são fabricados pelos próprios alunos que ,orientados por professores, utilizam madeira descartada por empresas. Para preparar a escola para o ano letivo, membros do grêmio escolar ajudaram na pintura de alguns ambientes e a secretaria Regional se responsabilizou pela repintura das salas de aula. O conselho de Educação também colaborou nas atividades. “A escola pertence a todos” diz a professora Nélia Siqueira.
Dedicação
José dos Reis Mucuta está com 50 anos, dos quais 16 dedicados a escola Arlete Toledo. Só não foi professor em sala de aula, mas sempre que pode orienta e aconselha alunos que pedem ajuda. O conhecimento didático é limitado, mas da vida ele conhece muito. Onde precisar de reforço Mucuta se apresenta. Já trabalhou no portão, foi inspetor e agora está na biblioteca, auxiliando na separação e organização de livros.
Mucuta diz que nos anos em que está na escola viu muita coisa, inclusive o salto na qualidade do ensino. Perguntado sobre a visita do governador, disse que é sempre bom a presença de uma pessoa importante, porque valoriza a comunidade e faz com que o estabelecimento ganhe mais destaque. “Acho muito proveitosa a presença do governador aqui”.
Marta Fiao Ribeiro trocou a cidade de Ouro Preto do Oeste por Vilhena e matriculou a filha Mary Jane Ribeiro, de 12 anos, na Escola Maria Arlete Toledo. Ela espera que a filha seja feliz na nova jornada de ensino. Mary Jane está matriculada no 6º ano e se considera uma boa aluna. Espera manter o ritmo dos estudos, inclusive participando do projeto Mais Educação e outros programas. “Na escola anterior, em Ouro Preto, eu participava da oficina de balé e de educação física”, relata.
Decom
DA REDAÇÃO DO HOJERONDONIA.COM