Rio baixou e deixou um cenário de guerra na cidade. Nível está abaixo da cota de alerta. Ruas de Brasiléia após vazante — Foto: Divulgação prefeitura de Brasiléia
Depois de atingir a marca histórica de 15,58 metros, a cidade de Brasiléia , na fronteira com a Bolívia, trabalha agora para retirar o rastro de destruição deixado pela cheia.
Há muita lama, móveis e eletrodomésticos espalhados pela cidade. Em bairros, crateras se formaram e há muitos pontos com risco de desmoronamento.
Equipes trabalham na limpeza de Brasiléia após cheia — Foto: Prefeitura de Brasiléia
Além das equipes da prefeitura, muitos voluntários ajudam na limpeza. Uma dessas voluntárias é a Joseane Pimentel, que neste sábado atuava na limpeza da igreja da cidade, que ficou submersa na cheia.
Ruas de Brasiléia após vazante — Foto: Divulgação prefeitura de Brasiléia
“A gente vive um momento delicado aqui no nosso município. Um dos momentos mais difíceis é o pós-alagação. A gente viu que os pontos que alagaram ficaram muito destruídos. Nosso sentimento é de tristeza, mas precisamos manter a nossa fé a nossa força,” diz.
Brasiléia após vazante — Foto: Divulgação prefeitura de Brasiléia
Neste sábado, o nível do rio marcava 9,75, abaixo da cota de alerta que é de 9,80 metros. Algumas famílias já começaram a voltar para casa. A operação de limpeza das casas ainda será iniciado.
No no bairro Leonardo Barbosa, que chegou a ficar isolado do lado brasileiro, uma cratera se formou. A área, porém, não sofreu rompimento definitivo do território nacional.
Por conta do estrago, só é possível chegar ao bairro Leonardo Barbosa a pé. O local tem muita lama, galhos e destroços. Moradores deixam os veículos de um lado e passam caminhando pela área destruída para chegar do outro lado.
O bairro fica na periferia da cidade e tem cerca de 1,1 mil moradores, segundo a Assistência Social do município. O total da área do bairro, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), é de 44 hectares, o equivalente a 66 campos de futebol.
Há anos, a área enfrenta erosão causada pelas cheias do Rio Acre, com o risco de ficar isolada do lado brasileiro e só acessível pelo lado boliviano.