ARTIGO: Sobre o trabalho e o discurso

Assim como em outras atividades, também na educação é o trabalho de qualidade que leva aos resultados positivos. Uma dessas tarefas da Secretaria de Educação, objetivando a melhoria do ensino rondoniense, é o diálogo com a categoria.

Pautando-se pelo bom-senso e realidade orçamentária, a Seduc sempre esteve de portas abertas para as negociações possíveis, responsáveis. Não nos negamos a informar sobre os gastos da secretaria. Embora a pasta tenha um grande montante de recursos, parte da verba provém do Governo Federal e, obrigatoriamente, precisa ser investida em programas específicos. Neste momento, por exemplo, gastamos mais de 80% do Orçamento com a folha de pagamento dos servidores da Seduc.

Necessitamos chamar os dois mil candidatos aprovados em concurso em 2010. Mas como faremos isso? Faltam professores de química, física, matemática, português… Faltam merendeiras, zeladores… E o que fazer?

Tudo é transparente. Não temos caixa-preta e nem caixa-dois. Administramos o caos. Uma herança de oito anos ou mais sem investimentos, com mais de 50 escolas que não têm sequer refeitórios. Encaramos cenários desalentadores: salas quentes e superlotadas. Porto Velho cresceu 100 mil habitantes em oito anos. E quantas escolas foram erguidas no município nesse tempo? Nenhuma.

O que temos para investimentos em 416 escolas não passa de R$ 73 milhões. Mas para cobrir nossas necessidades básicas na área de infraestrutura (leia-se eficiência enérgica, mais salas, ar condicionado, quadras, reformas), precisaríamos ter mais de R$ 400 milhões. O estado é de abandono!

Será que há alguém querendo do Governo mais do que diálogo e respeito? Se não for isso, quer o que então? Mentira? Utopia? Discursos? Não sabemos fazê-los. Sabemos trabalhar; pressionar nossos gerentes; cobrar resultados; estudar saídas.

Não perdi a capacidade de me indignar e, antes e acima de tudo, sou cidadão de Rondônia. Sabe quantos servidores tem a Rede Estadual de Ensino? Mais de 24,5 mil (quase metade do total dos funcionários do Governo, mas com um orçamento de apenas 25% do total do Estado). Certamente, cada 1% de aumento não significaria nada para cada servidor, mas representaria um desfalque de milhões para a Seduc, cujas escolas carecem de investimentos básicos.

Vamos falar de como diminuir a evasão escolar, de qualificação profissional, de qualidade de ensino. Vamos nos unir pela transposição, que nos daria fôlego e uma nova possibilidade de melhorar a vida dos servidores. Vamos lutar por Rondônia. Chega de indisposição para o diálogo, chega de crucificar um Governo que busca saídas justas para todas as pautas da população.

Querem diálogo? Querem informação? Querem justiça? Eu também quero tudo isso! Quero o certo. Chega de não querer ver o que de bom já foi feito em poucos meses deste Governo: gestão democrática; aumento salarial de 8,5% em 2011; aumento de 100% do auxílio-saúde; o programa Escola de Cara Nova, com 270 escolas estaduais melhoradas com recursos aplicados pelas próprias comunidades escolares.

Também avançamos no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), a ser encaminhado em um mês à Assembleia Legislativa. Propusemos, em 2012, reajuste conforme o índice do IPCR.

Não há motivos para pressões e nem discursos veementes. Aliás, chega de discursos! Quero ação, verdade restabelecida, justiça e paz. Quero Educação de qualidade e isso não se constrói do dia para a noite.

Vamos trabalhar. E o tempo nos dará razão.

 

Júlio Olivar, secretário de Estado da Educação





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