ASSEMBLEIA LEGISLATIVA ENCERRA 2012 DE FORMA SIMPLES, DEMOCRÁTICA E TRANSPARENTE, DIZ HERMÍNIO COELHO

O deputado Hermínio Coelho (PSD) fez hoje uma prestação de contas das ações da Assembleia Legislativa no decorrer de 2012, destacando que avanços significativos são registrados, com o fim de escândalos e de denunciada, passou a condição de fiscalizadora e denunciante. “Temos hoje uma Assembleia simples, democrática e transparente”, declarou. Ele disse não fazer parte de seu projeto político na atualidade ser governador, adiantando que sempre na sua trajetória política as coisas acontecem naturalmente.  Hermínio Coelho ressaltou que infelizmente muitos usam a política para saquear o dinheiro público e quando alguém começa a denunciar, as conspirações acontecem.

Independente de conspirações, o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Hermínio Coelho afirmou que o combate a corrupção vai continuar em 2013, e no momento reúne provas para mais denúncias. Lamentou ele que o Governo Estadual venha enganando a população alardeando uma falsa queda de arrecadação. “O rombo no Governo é grande, e eles agora ainda buscam financiamento, agora este dinheiro vai levar muita gente para a cadeia”, observou.

Neste dia 28 de dezembro de 2012, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Hermínio Coelho, apresentou um balanço de seu trabalho e das atividades na Casa de Leis durante o este ano. Segundo ele, merecem destaque as ações visando moralizar a administração pública e as denúncias que resultaram no afastamento do prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), na prisão de secretários municipais e até mesmo nas exonerações das irmãs do governador.

ASSEMBLEIA FEZ ECONOMIA

Bem administrada a Assembleia Legislativa conseguiu economizar e manter seus compromissos com fornecedores, prestadores de serviços, gastos com pessoal, e reiniciar a construção da futura sede do Poder Legislativo. Com austeridade e rígido controle de gastos, foi possível até mesmo ajudar outros poderes.

O parlamentar citou, ainda, que a Assembleia Legislativa cedeu R$ 5 milhões de sua própria fatia no Orçamento ao Ministério Público, para que fosse possível convocar os aprovados no concurso realizado em 2004. Outros R$ 5 milhões foram repassados ao Tribunal de Justiça e R$ 2 milhões foram destinados a despesas de servidores a Brasília, para pressionar o governo federal a agilizar a transposição.

Em respeito ao servidor, pela primeira vez a Assembleia Legislativa pagou pecúnias, que são as gratificações que os servidores estatutários têm direito a cada cinco anos de trabalho, como determina a lei. Além disso, prossegue a construção da sede própria da Casa. O salário e o décimo terceiro dos servidores foi pago em dezembro antes do repasse efetuado pelo Executivo, porque a Assembleia tinha dinheiro em caixa.

Hermínio Coelho explicou, ainda, que pediu ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas para que acompanhem as obras da sede da Assembleia, porque o volume de dinheiro gasto é alto. Com o prédio deverão ser gastos entre R$ 47 milhões e R$ 50 milhões e somente com aparelhagem de ar condicionado a despesa deverá ser de R$ 10 milhões. Ele afirmou que a Casa está agindo com transparência em relação aos próprios gastos e disse que o Executivo deve seguir o exemplo.

DENÙNCIA: LAVAGEM DE DINHEIRO

Ao contrário do passado quando a Assembleia Legislativa constante era alvo de operações policiais, de operações de busca e apreensões de documentos, em 2012 esta imagem começa a mudar, e a própria Assembleia Legislativa que começa a receber e a fazer denúncia.

Hermínio Coelho citou que chegam constantes denúncias contra o governo. A mais recente é a de que o Banco do Povo estaria sendo usado para politicagem e “lavagem de dinheiro”. “Dizem que o banco é do povo do governador. Essa é mais uma denúncia que precisaremos apurar melhor”, destacou.

O deputado disse que outra denúncia que chegou à Assembleia é em relação ao empréstimo que o Executivo está contraindo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Acontece que os deputados não deixarão a roubalheira acontecer. Vamos fiscalizar com rigor a utilização desse dinheiro”, afirmou.

Ele afirmou, ainda, que há fortes indícios de envolvimento de parentes do governador nos desvios de dinheiro público verificado durante a Operação Termópilas. “O Francisco de Assis, cunhado do governador, agia como uma espécie de PC Farias (em relação às denúncias atribuídas ao ex-presidente da república Fernando Collor de Melo). Entre o Assis e o (deputado cassado) Valter Araújo parecia haver uma disputa para ver quem roubava mais”, denunciou.

Ainda de acordo com Hermínio, o deputado cassado Valter Araújo “pagou por ser ganancioso”. Ele lembrou que em gravações feitas pela Polícia Federal, o ex-secretário de Estado da Saúde, José Batista, dizia que era Valter Araújo quem mandava na Saúde. “Mas quando Batista fala no chefe, certamente está se referindo ao governador, que deveria saber de todos os esquemas”, afirmou.

“LAMBANÇAS COM DINHEIRO”

Ele também explicou detalhadamente que a arrecadação do Estado não caiu, como muitas pessoas estão dizendo, citando que houve um tremendo erro de cálculo por parte do Executivo. De acordo com o presidente da Assembleia, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado é de aproximadamente 7% ao ano, um recorde comparado ao da China.

“Acontece que o Executivo calculou que o crescimento seria de 19%, algo irreal. Com base nisso começou a gastar por conta. Não é que a arrecadação tenha caído. O que acontece é que não chegou nem perto do que o governo calculou, por isso ficou um rombo tremendo nas contas públicas”, afirmou.

ROUBALHEIRA NA PREFEITURA

Em relação ao prefeito Roberto Sobrinho, afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça, o deputado Hermínio Coelho afirmou que até o momento foi apurado pouca coisa dos desvios ocorridos na Prefeitura. “A quadrilha do Sobrinho deve ter desviado cerca de R$ 300 milhões. Falam nessa CPI, mas a maioria dos vereadores não tem moral para investigar, porque vivia debaixo das asas do prefeito”, afirmou.

O presidente da Assembleia disse, ainda, que até o momento a Justiça ainda não colocou Roberto Sobrinho na cadeia, mas adiantou que isso ainda deverá acontecer. “Eu faço minha parte, denunciando as irregularidades. Antes de apresentar a denúncia eu tinha conversado com o Sobrinho. Ele sabia que tinha coisa errada”, destacou. Complementou ele ter levado todas estas denúncias anteriormente ao Partido dos Trabalhadores, mas ao invés de receber apoio, ocorreram articulações para o expulsar da instituição.

De acordo com Hermínio Coelho, na Assembleia Legislativa continuam chegando denúncias contra o prefeito, principalmente de que Sobrinho teria diversas propriedades, como fazendas. “Ele diz que não usa laranjas, que tudo o que possui está em nome dele. Mas pelo jeito ele deve ter um grande laranjal”, adiantou.

DESCONFIANÇA COM FUTURO PREFEITO

O deputado explicou que pretende apresentar emendas para a Prefeitura de Porto Velho, porque pretende ajudar o prefeito eleito Mauro Nazif (PSB). “Mas não creio que ele faça uma boa administração, porque o conheço. Mas farei minha parte para que as coisas melhorem. Os moradores de Porto Velho precisam de apoio”, garantiu.

Quando ao transporte coletivo, Hermínio afirmou que não espera nenhuma melhoria. Lembrou que Gilson Nazif, irmão do prefeito eleito, vende às empresas de ônibus as cestas básicas que são entregues a motoristas, cobradores e pessoal administrativo e de apoio. Citou, ainda, que Gilson Nazif também é quem controla as propagandas colocadas nos vidros traseiros dos ônibus, os busdoors.

“A primeira coisa que o prefeito eleito deve fazer é romper esses contratos com as empresas de ônibus. Não adianta dizer que as empresas são do irmão dele. Todo mundo sabe que os dois são sócios. A família dele também precisa parar de prestar serviços para as usinas. A prefeitura deve fiscalizar as usinas, por isso os parentes do prefeito não devem ter negócios com os consórcios”, afirmou.

HISTÓRICO DE HERMÍNIO COELHO

A trajetória política de Hermínio Coelho está ligada a empresas de ônibus. O presidente da Assembleia Legislativa tem 47 anos e nasceu em Dormentes (Pernambuco), que era distrito de Petrolina, em pleno sertão. Ele foi para São Paulo e chegou em Porto Velho no início da década de 90, quando o ex-presidente Collor confiscou a poupança e com isso inviabilizou investimentos na construção civil paulista.

O primeiro emprego de Hermínio Coelho foi na viação Porto Velho, hoje Três Marias. Ele foi contratado como cobrador. Quase foi demitido, porque não impedia que integrantes de gangues utilizassem os ônibus sem pagar. Ficou no emprego porque explicou ao gerente que nem a Polícia dava jeito nas gangues, naquela época e que a sua vida e a do motorista correria risco se enfrentasse os bandidos.

Com a ameaça de ser demitido, conseguiu ser eleito para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Cipa). Assim, começou a lutar pelos direitos de trabalhadores, impedindo que ônibus em mal estado continuassem sendo utilizados. Hermínio conta que na época lhe foi oferecido como suborno o valor de três ônibus, para que ele fosse embora de Rondônia.

Hermínio não aceitou o suborno e pouco antes de sua estabilidade na Cipa terminar foi eleito presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Urbanas de Passageiros do Estado de Rondônia (Sitetuperon). Ele havia entrado em atrito com a direção da entidade ao tentar impedir um acordo entre patrões e o sindicato. O acordo acabou acontecendo e os trabalhadores tiveram perdas salariais.

“Meu primeiro atrito com o Roberto Sobrinho foi quando ele era secretário do então prefeito José Guedes. Eu puxei uma greve de motoristas e cobradores e o Sobrinho me pediu para parar a greve, dizendo que eu estava prejudicando o Guedes. A greve prosseguiu. Não aceito suborno e nem pressão para prejudicar o trabalhador”, afirmou Hermínio.

No ano 2000 ele se elegeu vereador com 2.634 votos. Foi o mais votado do PT e o oitavo mais votado naquela legislatura. Em 2002 se elegeu pela quarta vez presidente do Sitetuperon. Em 2008 se elegeu para o terceiro mandato como vereador e em 2011chega à Assembleia Legislativa. Em 2012, o ex-operário e cobrador de ônibus, que tomou sua primeira Coca Cola e comeu o primeiro pão doce aos dezesseis anos, assume a presidência da Assembleia Legislativa. Neste mesmo ano, pela primeira vez um deputado rondoniense teve o mandato cassado.

Autor: Nilton Salina e Paulo Ayres

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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