No último sábado (29) foi realizada em Costa Marques audiência pública pela Assembleia Legislativa, para discutir a criação de um corredor de exportação com a Bolívia e o Chile via Pacífico. A audiência foi proposta pelo deputado Eurípedes Lebrão (PTN) e comandada pelo presidente da Ale, Valter Araújo (PTB).
O corredor entre os três países reduz as distâncias do mercado asiático. Elas serão encurtadas em cerca de 1.000 quilômetros, “reduzindo custos e aumentando a competitividade dos nossos produtos” falou Valter.
Após a leitura do requerimento do deputado Lebrão para a realização da audiência foram executados – e cantados – os hinos da Bolívia e do Brasil. O presidente Valter Araújo abriu a audiência cumprimentando as autoridades.
O deputado Lebrão disse que o encontro era um momento histórico para Costa Marques, e uma das “maiores audiências públicas realizadas no Estado”. Segundo Lebrão, há 20 anos foi iniciado um trabalho como esse, mas “fomos prejudicados pela Imprensa, na época, que taxou a iniciativa como a Estrada do Pó”.
Hoje é possível sair de Presidente Médici e ir até La Paz, um corredor de exportação que irá facilitar a vida de todos. A meta é pavimentar o trecho todo.
Lebrão destacou o presidente da Ale Valter Araújo, que sempre deu apoio a ele e aos demais companheiros. “Não temo a luta, pois sei que sempre teremos o apoio de todos os nossos deputados, inclusive para as decisões que forem tomadas nesta audiência”, explicou.
A bandeira da saída para o Pacífico é um sonho de Rondônia e da Bolívia, que em breve deverá ser consolidada. “Nossa meta é melhor a qualidade de vida do povo, por isso não podemos ficar de costas para os países vizinhos, temos que integrar a América do Sul, iniciando por Brasil, Bolívia e Chile”, ponderou Lebrão.
O presidente da Assembleia Legislativa de Beni (Bolívia) Alex Ferreira Abidar, disse que estava participando do encontro, devido ao enorme interesse pela integração da Amérida do Sul. “O Brasil tem mais possibilidade de recursos para consolidar a integração da América do Sul”, ponderou.
A ligação através de Beni só irá fortalecer a economia. Com a construção da carretera (rodovia) teremos condições de chegar a Cochabamba e La Paz. Com o apoio do Brasil teremos condições de pavimentar a carretera Costa Marques a Trinidad uma garantia da integração entre os países citados.
A prefeita de Costa Marques Jaqueline Mesquita (PR) elogiou a iniciativa do deputado Lebrão, que é uma luta de anos. Tudo teve início em 1987 com a realização de uma conferência. Posteriormente foram realizados outros encontros, todos visando a integração nacional. Jaqueline disse que “hoje estamos a galgando mais um degrau dessa iniciativa da maior importância, para alavancar o desenvolvimento da região, na agricultura e na pecuária, principalmente”.
Moises Shiriqui Vejarano, prefeito de Trinidad explicou que a iniciativa tem como finalidade chegar a mercado de grande consumo, como o asiático, por isso o enorme interesse em dar apoio ao Brasil. Segundo ele, serão favorecidos estados ligados a Rondônia com muito mais vantagens que outras ligações.
A previsão de conclusão da carreteira é de pelo menos dois anos. Já está sendo executado trabalho entre Beni e Cochabamba (estados). A boa relação entre os governos brasileiros e o trabalho iniciado por Lula terá o apoio da presidente Dilma e a estrada será uma realidade.
O representante do governador de Beni Carlos Ernesto Dellieri Bause, disse que resta apenas 340 km para ligar Rondônia a Trinidad interligando Rondônia a Arica e Iquiqui, no Chile. “Isso é muito importante para nossos países”, alertou Carlos Ernesto, por isso, “estamos envidando os esforços para construção desta carretera”, concluiu.
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO)afirmou que “discutir problemas com a sociedade é o melhor caminho para resolvê-los”. A iniciativa do deputado Lebrão, segundo Acir, pavimentando a rodovia Costa Marques a Trinidad é o caminho para a integração comercial entre Brasil e Bolívia.
O crescimento de uma região é somente com a integração dos países. O Brasil deve avançar em sua economia, “mas temos que integrar os países vizinhos, principalmente com os amigos bolivianos”, alertou Acir.
O presidente da Administração e Estradas de Beni Ing Guevordk Ocampo Maelgar fez um balanço sobre a situação das estradas em seu estado. Ele garantiu que há recursos para a ligação Brasil-Bolívia ao Pacífico.
A iniciativa do deputado Lebrão e o apoio da Assembleia Legislativa foram destacadas pelo deputado federal Carlos Magno (PP). A luta por um intercâmbio comercial é o caminho para se garantir o fortalecimento de Brasil e Bolívia.
A importação de leite, por exemplo, é um dos problemas enfrentados com o Mercosul. No caso do leite e dos seus derivados “há prejuízos reais para o produtor brasileiro”, afirmou Carlos Magno, que disse dar apoio integral para a construção da rodovia interligando o dois países.
O corredor é uma alternativa segundo Carlos Magno, para atingir também os países asiáticos, não apenas com produtos, mas também na troca de experiências com pesquisas.
O deputado estadual Lebrão, “é o grande defensor da 429”, ponderou o senador licenciado Ivo Cassol (PP-RO), que governou Rondônia em dois mandatos.
Ivo explicou que esteve diversas vezes na Bolívia para buscar parcerias, não apenas com estradas, mas para a luta contra a febre aftosa, e pelo espaço aéreo. “Temos que enfrentar uma burocracia burra que apenas prejudica a economia regional”, afirmou Cassol.
Quando governador, Cassol disse que desafiou o governo federal que pavimentasse a 429, “ou faremos a pavimentação com recursos estaduais”.
Criticou as constantes mudanças de ministros (já ocorreram seis). “Vagabundo e ladrão, tem que agir como se lava cabeça de burro: só com água e sabão”, explicou Cassol. Também sobraram críticas para a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Ela se diz defensora do Meio Ambiente, mas sabia da legislação e permitiu que fossem praticadas irregularidades. “Se alguém tem que ser preso por crime ambiental, tem que ser ela”.
Brasil e Bolívia argumentou Cassol, “tem que ser uma única família”, por isso é a favor da pavimentação da estrada ligando com o pacífico com menos de 1800 km. Para o Atlântico são mais de 3 mil km, por isso “Costa Marques não será mais o fim de linha, mas o meio do processo de integração”, concluiu Cassol.
O representante do governo estadual o diretor do DER engenheiro Lúcio Mosquini disse que Rondônia estava saindo da audiência com a responsabilidade de resolver o problema de integração. O governador Confúcio Moura (PMDB) disse que teremos em Costa Marques, Pimenteiras e Guajará-Mirim, o ensino de língua espanhola nas escolas desses municípios.
Mosquini destacou a relação Brasil e Bolívia no comércio na fronteira. Já há uma parceria fronteiriça, mas o governador Confúcio afirmou que em breve a presidente Dilma Rousseff, virá à Rondônia lançar o Plano de Integração da Fronteira.
A idéia é lançar um plano de integração de Rondônia com os países fronteiriços, via um tratado bi-lateral. Mosquini convidou a todos para que seja feita uma viagem no percurso.
O representante da Idaron Marcelo de Lima Borges fez uma explanação sobre o trabalho que é realizado na fronteira para combater, controlar e evitar a febre aftosa na fronteira.
Lebrão encerrou a audiência agradecendo a todos alertando as autoridades bolivianas sobre necessidade da integração para o desenvolvimento pleno da região.
Foi elaborada uma Carta de Intenções, que será enviada para o Congresso Nacional. A saída para o Pacífico pela 429, “é uma fundamental para o futuro da economia da América do Sul”, concluiu Lebrão.
O presidente Valter Araújo disse que vai trabalhar para que seja asfaltada a ligação de Costa Marques ao Forte Príncipe da Beira, com pouco mais de 20 quilômetros. “Tenho certeza que governo do Estado irá fazer essa obra”, argumentou.
Valter ainda fez um apelo ao deputado Carlos Magno e ao senador Ivo Cassol, para que seja retomada a discussão entre Brasil e Bolívia do Tratado de Cooperação da Amazônia, com a implantação da sede, que vai dirimir todas as dúvidas da parceria no desenvolvimento da região.
A parceria entre a bancada federal e o governo do Estado sugerida pelo deputado Carlos Magno deve ser consolidada com a realização de audiências sobre relações exteriores e indústria e comércio, financiamento para construção da rodovia, discussão abordando barreiras comerciais e tarifárias. “Não basta estarmos ligados apenas pela estrada, mas em todos os aspectos”, concluiu Valter Araújo.
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA ASSEMBLEIA
Autor: Assessoria da presidência
Fonte/hojerondonia.com
