Escola Estadual Jorge Teixeira, em Cerejeiras, RO, improvisou refeitório. Crianças são servidas na cozinha, mas levam refeições para sala de aula…
A Escola Estadual Jorge Teixeira, em Cerejeiras (RO), que servia merenda para os alunos em baldes, mudou o método de trabalho, após a reportagem publicada pelo G1, em abril deste ano. De acordo com a diretora da instituição de ensino, Elisete Teixeira, o almoço e o lanche estão sendo servidos no balcão da cozinha. Ainda sem local apropriado para as refeições, os estudantes vão até a cozinha, são servidos e voltam às salas de aulas, onde almoçam nas carteiras escolares. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc), afirmou que esta foi uma decisão provisória.
“Nós estamos finalizando um projeto de refeitório para a escola. Assim que concluirmos, vamos abrir a licitação”, explica Isabel Luz, secretária de Educação. De acordo com ela, ainda não existe data prevista para o novo refeitório.
Para melhorar a situação e evitar que os alunos continuem comendo na sala de aula, a diretora da escola contou ao G1 que improvisou um refeitório. Segundo Elisete, a construção em um espaço entre dois pavilhões da escola só aconteceu porque a instituição tinha uma reserva em caixa. “Compramos o material no ano passado, mas acabamos ficando sem dinheiro para a mão de obra. Só agora conseguimos”, revela a educadora.
A parte da cobertura já foi finalizada, mas faltam ajustes. Um deles, segundo ela, é colocar uma grade no local, fazer a canalização da água que está passando na calçada e construir uma divisória para separar o banheiro do refeitório. Com tudo isso, de acordo com Elisete, vai restar apenas a parte imobiliária do local, que no caso, seriam mesas e bancos.
Ao G1, a secretária de Educação disse que a diretora já comunicou este pedido, que deve demorar para ser correspondido, pois toda compra do governo depende de licitações. “Com o projeto de construção do refeitório, tudo isso estará incluído no pacote. Teremos que aguardar”, explica a secretária.
Três refeições por R$ 0,90
Outra situação que a diretora da escola questiona é referente à merenda escolar. Para Elisete, o valor de R$ 0,90 por três refeições diárias repassadas pelo Governo Federal não está sendo suficiente para a realização do almoço e lanche. “Eu não consigo servir o cardápio elaborado por Porto Velho, pois o dinheiro não dá. Eu recebi apenas R$ 61,80 para preparar um cardápio. Se fosse fazer tudo que está sendo pedido nele, o valor seria de R$ 129. Frequentemente o comércio nos doa arroz e açúcar, por exemplo”, explica Elisete.
De acordo com Isabel, atualmente não existe nenhuma previsão do governo estadual em fornecer uma contrapartida, pois não há registros de escolas com déficit na merenda escolar. “Só demos uma contrapartida para as instituições que possuem ensino integral, ou seja, aquelas que executam o projeto Guaporé”, explica a secretária da Seduc.
Do G1 RO
REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM
