O município fronteiriço é um dos oito considerados em pontos importantes envolvendo imigração e tráfico humano. Imigrantes chegam ao Acre pela fronteira com o Peru, em Assis Brasil. Foto: Neto Lucena/Arquivo Secom
O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou um novo plano contra o contrabando de migrante e o tráfico de pessoas, com o objetivo de fortalecer as colaborações internacionais, e auxiliar de maneira mais eficaz as vítimas.
O Ministério da Justiça identificou Assis Brasil sendo um dos municípios com situação crítica de contrabando de migrantes em fronteiras. Além da cidade acreana, Pacaraima e Bonfim, os dois em Roraima, São Gabriel da Cachoeira e Itabatinga, no Amazonas, Foz do Iguaçu, no Paraná, Guarulhos, em São Paulo e Brasília também terão atenção especial.
As principais origens dos migrantes com destino ao Brasil são América Latina, Caribe, África e Ásia, que nem sempre tem o país como destino final, sendo apenas um intermédio para outras localidades, principalmente a América do Norte.
A ação conta com quatro pilares, sendo eles: alertar a sociedade através das campanhas educativas, maior controle de fronteiras e ações das forças de segurança, mais proteção social com imigrantes vítimas de contrabando e a intensificação da cooperação entre o Brasil e outros países.
Novos abrigos
O relatório do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MSJP), aponta que, pelo menos, 143.033 pessoas estavam refugiadas no Brasil em 2023. Segundo o documento, 58.628 mil migrantes pediram abrigo no Brasil.
No ano passado, o Conare, órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública para deliberar sobre refugiados, analisou mais de 138 mil pedidos.
Desses, 6.565 foram no Acre, registrando o terceiro maior número de pedidos para abrigo. Boa parte dos migrantes acabam chegando a capital Rio Branco, principalmente por ser o maior centro econômico do estado.
A capital tem apenas um abrigo para receber os migrantes, com capacidade para atender apenas 30 pessoas. Porém, atualmente, o espaço tem pelo menos o dobro de acolhidos.
Com a superlotação do espaço, a Secretaria de Assistência Social de Rio Branco, anunciou uma nova casa de abrigo, com maior espaço e quartos para acolher os migrantes e refugiados.
A nova casa será locada pela Prefeitura de Rio Branco e fica no bairro Aviário.
Novo abrigo também na fronteira
Com número alto de migrantes, o prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, precisou criar uma segunda casa de apoio. Em maio de 2024, a cidade estava acomodando cerca de 100 estrangeiros, a maior parte deles venezuelanos.
“A gente tem percebido, mais uma vez, o aumento na chegada de estrangeiros, na maioria venezuelanos. Tivemos que abrir uma outra casa de apoio, alugando um outro imóvel, mais espaçoso e ventilado, e estamos colocando as pessoas solteiras em um local e as famílias no outro”, disse em entrevista.
Fonte: Por Vitor Paiva, ContilNet