Confúcio é o primeiro governador a visitar aldeia central Karitiana

Rondônia é o estado que possui a maior diversidade étnica do país. Ao todo são 43 etnias e entre elas estão os karitianas, distribuídos em 4 aldeias nos municípios de Porto Velho e Candeias do Jamari, com mais de 350 indígenas que falam a língua nativa tupi Arikém…

Na aldeia central localizada a 95 km do centro de Porto Velho, moram cerca de 200 índios, que tem como principal fonte de renda o artesanato, fabricado na aldeia e comercializado em feiras na capital.

Para conhecer a localidade e ouvir as reivindicações dos moradores, o governador Confúcio Moura, acompanhado pelo ex-ministro Mangabeira Unger e secretários estaduais, visitou a aldeia na manhã dessa terça-feira (15).

Os visitantes foram recebidos com festa pelos anfitriões. “Fiquei feliz e impressionado pela conservação das raízes, o idioma nativo, as apresentações culturais, e principalmente, pela receptividade dos povos Karitianas”, disse o governador que foi recebido calorosamente pelos indígenas.

O presidente da Associação Karitiana, Antenor Karitiana, considerou o momento um marco importante. “Esta é a primeira vez que um governador pisa em nossa aldeia. Acredito que agora seremos ouvidos e que muitas coisas boas estão por vir”, disse.

Ao todo foram 25 pontos apresentados em um documento que foi elaborado pelos moradores e membros da associação. As reivindicações são principalmente nos setores de educação, saúde, turismo, estradas e geração de emprego e renda.

Após ouvir atentamente as solicitações, o governador Confúcio Moura determinou de imediato, providências que levem benefícios para os Karitianas. “Ouvi com atenção todos os discursos e quero assumir alguns compromissos. O primeiro é a recuperação das estradas. Dentro de 15 dias os maquinários estarão aqui dando inicio aos trabalhos. Vamos melhorar o trabalho e a produção na aldeia. Inserir a produção de lavoura mecanizada, treinar os jovens da aldeia para aprender a mexer com o maquinário. Além disso, vamos contratar técnicos da aldeia para serem qualificados e ainda este ano vamos construir tanques de peixe”, anunciou o governador.

No turismo, Confúcio solicitou ao superintendente de Turismo (Setur), Leandro Basílio para verificar uma área boa para a comercialização de artesanato indígena. “Um local onde as pessoas possam comprar as coisas da nossa terra, produzida por vocês”, disse o governador.

Ainda no setor de turismo, Basílio disse que novas estratégias estão sendo traçadas para desenvolver o turismo em todo o Estado. “Através do PIDISE estamos elaborando um projeto de turismo em terras indígenas, tomando tomas as precauções para não atingir a tradição e origem desses povos”, afirmou.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes), Edson Vicente, destacou a importância da visita in loco do governador. “Pelo simples fato de estar aqui e ser o primeiro a fazer essa visita, demonstra que o Estado está com os olhos voltados para as causas indígenas. Vamos construir um projeto de mecanização e piscicultura para dar mais rentabilidade a região”, disse Vicente.

Já o secretário de Planejamento (Seplan), George Braga, falou da necessidade da criação de políticas públicas para os povos indígenas. “Durante muito tempo essas pessoas foram esquecidas. Agora, enfim, alguém começa a olhar para elas. Está mais do que na hora de criar políticas voltadas para as causas indígenas.

Para estabelecer um canal de comunicação entre a aldeia e o governo, Confúcio Moura designou a secretária de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Nanci Rodrigues, para ser o elo de ligação. “É bom estar entre os povos que mantém sua tradição e conhecer suas culturas. Uma das preocupações do governador foi criar uma diretoria de povos indígenas e colocamos a frente dessa diretoria um indígena, que entende e conhece os anseios e necessidades. Estamos aqui para trabalhar e reparar os anos de esquecimentos”, disse Rodrigues.

Mangabeira Unger disse que está a um ano trabalhando junto ao governo para construir uma estratégia de desenvolvimento que sirva de exemplo para o Brasil. “Rondônia é uma terra privilegiada para construir um novo caminho de desenvolvimento e temos uma obrigação especial com o povo indígena. O Brasil sempre deu terra aos índios, mas o que adianta dar terra, se não der instrumentos para crescer? Vamos traçar estratégias e dar exemplos de como integrar os povos e dar instrumentos de trabalho”, disse o ex-ministro.

Ainda durante a visita, foram entregues a Escola Indígena 4 de Agosto kits pedagógicos. Ao final da visita, o governador Confúcio Moura e o ex-ministro Mangabeira Unger foram presenteados com cocares.

REDAÇÃO/HOJERONDONIA.





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