Recomendo-lhes que pensem sobre este texto de Berthold Brecht: Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso, Eu não era negro. Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso, Eu também não era operário. Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados, mas, como tenho o meu emprego, também não me importei. Agora estão me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.
Algo precisa ser feito, o que não pode continuar é que a pretexto da liberdade religiosa, pessoas humildes, incautas, menos vigilantes, acabem caindo nas armadilhas de tantas e tantas igrejinhas que vêm proliferando em todo o país. De falsos milagres, passando pelo monitoramento extremado do dízimo, da busca de cargos políticos, e infelizmente chegando até mesmo em instituições de fachada para o crime organizado. Em Rondônia não é diferente, cresce até mesmo em número superior a instalação de bares e farmácias.
Um fanático ou espertalhão poderia logo dizer, ser então boa a informação, diante do crescimento do número de igrejas evangélicas. Acontece que por detrás de alguns destes empreendimentos, existem seguramente as armadilhas, as intenções, ou até mesmo planos diabólicos. A bandidagem viu neste segmento uma ótima oportunidade para também agir. Pequenas igrejas, grandes negócios.
É igreja de todo tipo, de tantos nomes, sempre com o pretexto da propagação do evangelho, da salvação de almas para Jesus. Pessoas se transformam repentinamente em pastores, diáconos, evangelistas, apóstolos e até em bispos. Lucro certo para os espertalhões, que aproveitando-se da ingenuidade, da fraqueza, da desesperança, da falta de orientação, acabam usando como obreiros (mão de obra gratuita), para arregimentar mais vítimas, de “olho” no dízimo. O dinheiro dizem ser para Deus, agora onde concretamente vai ser utilizado e quem vai utilizar, fica por conta do dono da igreja. Repito, nem todas agem desta forma.
Falsos milagres, alguns estrategicamente teatralizados para enganar as vítimas, têm sido uma das estratégicas para aumentar o caixa. Existem até denúncias de que algumas igrejas são utilizadas para “lavar dinheiro” do crime. A situação efetivamente saiu do controle, e algo precisa ser feito. Recentemente em Porto Velho um desses picaretas apelidado de pastor, utilizava os internos de um centro de recuperação de drogados, para agir em assaltos e seqüestros. O tal líder evangélico criou na prática um exército particular de bandidos.
É preciso controle, até mesmo para diferenciar o joio do trigo. Neste sentido, é nosso entendimento que para o surgimento de uma igreja, deveria pelo menos contar com o aval de 10 (dez) igrejas já existentes e em pleno funcionamento em pelo menos na metade dos estados brasileiros. Além disso, o pretendente a fundador, deveria comprovar documentalmente e testemunhalmente a participação de no mínimo dez anos em outra instituição religiosa. O nome do fundador e do pastor de cada unidade religiosa também deveria constar na porta da igreja, destacando também a sua formação. Para todos os membros da diretoria seria obrigatório a apresentação de certidões criminais. Pessoas que já foram condenadas poderiam integrar, mas ficariam impedidas de fundarem uma instituição religiosa. Talvez estas não sejam as melhores propostas, mas devemos dar um basta aos abusos, a verdadeira proliferação do crime. Vale ressaltar que dentre estas denominações existem sim, aquelas efetivamente preocupadas com a evangelização, mas também infelizmente existem aquelas já criadas para a locupletação de seu idealizadores.
Muitos estão enganados e sendo usados demoniacamente e fazendo ao contrario da Palavra de Deus: “Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.” (Mateus 15 : 9). “Em vão, porém, me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.” (Marcos 7 : 7). “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” (Efésios 4 : 14). “As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens;” (Colossenses 2 : 22). Estes textos deixam claros que existem homens que se dizem de Deus, enganando as pessoas. Na Paz de Cristo!
Paulo Ayres – Jornalista, Radialista, Professor e Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos. Email: [email protected] Celular: 8116.9750.
REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM