CRESCE O RISCO DE INUNDAÇÃO DE JACY

As contradições entre informações apresentadas pela Santo Antônio Energia e a análise feita pela Agência Nacional de Águas (ANA), sobre a alteração do nível de água, de 74,5 metros para 75 metros, no reservatório do empreendimento no Rio Madeira, pode surpreender a área urbana do distrito de Jacy-Paraná com um alagamento fora dos padrões estimados.

Em carta endereçada à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), datada do dia 12 último, segunda-feira, o diretor presidente da Energia Sustentável do Brasil, Vítor Paranhos, previne sobre os riscos reais e necessidades de relocação, ou proteção, da localidade de Jacy-Paraná em função da elevação da cota de operação da usina de Santo Antônio.

De acordo com o documento de Paranhos à Aneel, o rebaixamento da cota operacional proposto, de 71,3 metros para 70,5 metros, nas situações de cheia, é inviável e ocasionará impactos não mensurados, principalmente na cidade de Porto Velho. Ele ressalva também que “caso o rebaixamento da cota seja realizado, considerando um volume ainda inferior ao previsto, haverá a formação de um verdadeiro ‘tsunami’ que atingirá Porto Velho, em função da ampliação dos picos de cheia e do aumento da variabilidade nas vazões que chegam no local”. Isso, segundo ele, deve gerar transtornos e impactos socioambientais não previstos e avaliados pela SAE e aprovados pelo Ibama.

O ponto mais crítico que consta da correspondência de Vítor Paranhos diz respeito à localidade de Jacy-Paraná. Segundo ele, a área urbana será afetada pelo reservatório da usina de Santo Antônio. “A operação deste empreendimento na cota 71,3 metros, além de resultar em um aumento significativo da área inundada pelo reservatório, agravará ainda mais os impactos causados na área urbana de Jacy”, explica Paranhos. Ele sugere ainda que estudos complementares sejam realizados pela Santo Antônio Energia e apresentados em audiência pública, conforme determinado pelo Ibama em parecer de junho deste ano.

Paranhos também enfatiza que, de acordo com despacho do próprio Ibama, antes de uma eventual autorização para elevação da cota do reservatório o empreendedor deve realizar consulta pública e apresentar autorização dos órgãos envolvidos. O Diário da Amazônia, edição deste domingo, traz entrevista com o diretor presidente da usina de Jirau, Vitor Paranhos, onde este esclarece sobre pontos importantes da guerra que está sendo travada entre os dois empreendimentos. (Analton Alves).

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





Últimas Notícias


Veja outras notícias aqui ?