Para atender de forma mais eficiente a este público, os 60 docentes, que atuarão diretamente com os presos, estão passando por uma capacitação…
Pela primeira vez no País uma Penitenciária Federal de Segurança Máxima oferecerá aos internos cursos profissionalizantes integrado com a Educação Básica na modalidade presencial. A unidade contemplada é a Penitenciária Federal de Porto Velho. As aulas iniciaram na manhã desta sexta-feira, 21, e serão ministradas por professores do Instituto Federal de Rondônia (IFRO) e Secretaria Estadual de Educação.
Os 26 internos matriculados receberam a visita do Reitor do IFRO, Raimundo Vicente Jimenez, do Diretor do Sistema Penitenciário Federal, Arcelino Vieira, do Chefe da Casa Civil de Rondônia, Ricardo de Sá e da representante da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), Érica Tanner.
Visivelmente ansiosos em começar a estudar, os detentos de forma voluntária agradeceram pela oportunidade. “Muito obrigado ao sistema por oferecer este curso. Vamos nos esforçar ao máximo e manter a disciplina para que outros projetos possam vir e mostrar a sociedade de que queremos nos ressocializar”, disse Alexandre de Souza Ribeiro.
A iniciativa de oportunizar aos presos aumento de escolaridade aliado à qualificação profissional foi desenvolvida de forma conjunta entre o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça e Ministério da Educação através do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), Secretaria de Educação do Estado e Departamento Penitenciário de Rondônia. “Queremos ser modelo para os Estados. Isso demonstra uma condição mínima de humanização”, declara Arcelino Vieira.
O Reitor Raimundo Vicente Jimenez aproveitou a oportunidade para destacar a importância dos Institutos Federais e sua atuação na área técnica e científica para o País, além de parabenizar aos internos pela decisão de retomar os estudos. “Espero que vocês honrem essa camisa e aproveitem o máximo esse momento. Se envolvam, leiam bastante e redescubram o mundo. A melhor forma de se libertar é através da educação”, comenta o reitor.
Nesta primeira etapa, dois cursos estão sendo ofertados ao reeducandos: Formação Inicial e Continuada em Vendas e Auxiliar Administrativo, ambos integrados ao Ensino Fundamental na modalidade do PROEJAFIC (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com Educação de Jovens e Adultos/Formação Inicial e Continuada). Os cursos com carga horária total de 200 horas/aula acontecerão três vezes por semana e contam com material didático, que inclui livros, cadernos de atividades, caneta, borracha e materiais para o desenvolvimento de atividades educativas, mais o fardamento. Além de aprender uma profissão e aumentar sua escolaridade, os detentos também terão para cada 12 horas de aula, um dia de abatimento na pena a cumprir.
“Estamos satisfeitos com esta ação. Temos agora que replicar isso aos outros presídios para que o interno volte à sociedade com condições de conseguir um emprego”, comenta Érica Tanner, da Setec, órgão responsável em fomentar a política da educação profissional e tecnológica em âmbito nacional.
Para atender de forma mais eficiente a este público, os 60 docentes, que atuarão diretamente com os presos, estão passando por uma capacitação. A primeira, de 60 horas/aula já foi cumprida e abordou aspectos referentes à segurança e conduta no Sistema Penitenciário, politicas públicas da Educação de Jovens e Adultos, área técnica da Educação Profissional, elaboração de instrumentos e materiais pedagógicos, resgate da noção de formador entre outros. A última etapa corresponde às oficinas pedagógicas.