O governador Confúcio Moura renovou o apelo aos servidores da área da educação para que suspendam o movimento grevista e retornem às salas de aulas. O apelo foi repetido na tarde de segunda-feira (5), após tomar conhecimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu o direito de greve da categoria.
Confúcio Moura chama, entretanto, a uma reflexão, sobre o que já foi conquistado pelos educadores e demais trabalhadores da educação, em pouco mais de um ano de governo, depois de oito anos acumulando perdas salariais, sem ter sequer um canal de negociação democrática, como o que foi estabelecido pela atual administração que os tem recebido quase cotidianamente.
PCCR
O governo reafirmou também a disposição em continuar negociando pontos da pauta de reivindicação e está confiante de que na reunião agendada para esta quarta-feira (7), na Casa Civil, deverão ser acordados os itens ainda pendentes para a construção de um velho sonho da categoria que é o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), que será enviado o mais breve possível à Assembléia Legislativa.
“A GREVE É DEMOCRÁTICA MAS NÃO ATENDE AO TODO”
O secretário de Estado da Educação, Júlio Olivar, lembra que toda categoria tem direito à greve, é uma conquista democrática irrevogável, mas neste caso há uma falha de foco, pois quem a defende pensa que todos os recursos da Seduc devem ser direcionados para salários, quando educação não é somente folha de pagamento. “Temos mais de 50 escolas que não têm sequer refeitórios. Temos centenas de salas quentes e superlotadas, principalmente em Porto Velho. Por que não fizeram greve para se exigir dos 8 anos do governo anterior novas escolas para a capital que cresceu 100 mil habitantes nesse período? No ranking nacional de evasão no ensino médio, de cada 100 alunos que se matriculam aqui apenas 32 concluem efetivamente, isso é um drama social imperdoável. Em Rolim de Moura temos 7 escolas e 5 delas não têm cozinha ou são cozinhas improvisadas em salas de aulas. Quando se fala em informática, que vergonha, estamos na idade da pedra. E quantas escolas têm quadras poliesportivas?… que é um fator fundamental para a juventude, inclusive para evitar as drogas entre eles”.
Para o secretário, quem pensa que a educação tem muito dinheiro não sabe que do total 80% vai para a folha dos servidores. “Veja que neste mês de fevereiro, por exemplo, nós tivemos uma arrecadação do FUNDEB de 46 milhões de reais e no tesouro estadual 13 milhões, perfazendo portanto um total de 59 milhões de reais. Mas os nossos gastos com a folha foram de 47 milhões de reais, mais 8 milhões com despesas fixas, um total portanto de 55 milhões de reais, sobrando apenas 4 milhões para investimentos num contesto de 416 escolas que compõem a nossa rede estadual de educação, muitas delas lembrando mais o sofrido Haiti que o rico Brasil”
CONQUISTAS
Em seguida, Júlio Olivar lembrou que os trabalhadores em educação tiveram incomparável avanço no primeiro ano do governo Confúcio Moura. “Foram conquistas de pautas históricas, como a redução da jornada em sala para atividades de preparação de aulas, de 40, para 26 horas semanais, o que exigiu dezenas de milhões de reais gastos extras a partir de 2011. Aumento salarial de 8,12% no ano passado, e algumas categorias foram beneficiadas de forma diferenciada, e maior. Diretores e vices alcançaram a tão sonhada gestão democrática, sendo todos eles eleitos. E para este ano, além do reajuste, cujo índice oferecido é de 6,5%, o governo está dobrando a gratificação em sala de aula, dobrando o salário dos diretores e vices, porque o que o governo pode fazer faz, não espera greve; agora tudo tem limite, a educação é um todo, não um contracheque”
E tem muito mais neste primeiro ano, continuou o secretário, “aumento de 100% do auxílio-saúde; o programa Escola de Cara Nova, com 270 escolas estaduais melhoradas com recursos aplicados pelas próprias comunidades escolares. Crescimento de 25% de investimentos para o orçamento da educação, aumento do auxilio saúde que cresceu de 75 para 150 reais, e fez a atualização do piso para os professores do magistério, o que ocorreu no mês de novembro; e para este ano temos de convocar mais de mil candidatos aprovados no concurso em 2010. Mas como faremos isso? Só se tivermos dinheiro porque o governo, todos sabem, não fabrica dinheiro, mas juntos, governo, sociedade e servidores temos de fabricar uma nova educação porque essa que herdamos podemos considerar quase uma massa falida”.
INFRA ESTRUTURA ESCOLAR
Mas este governo é sempre determinado, encerra o secretário. “Até mesmo ousado, não esmorece, e por isso temos esperança de que as conquistas de 2012 serão ainda maiores que as de 2011, até porque a Assembléia Legislativa aprovou o Programa Integrado de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômica (Pidise). Com este programa, além dos recursos regulares a Seduc terá 101 Milhões de reais de investimentos na área de infra estrutura das escolas, implantação das escolas de tempo integral, sendo 20 já em processo de implantação. Por tudo isso esperamos que a categoria reflita, pense nos alunos, nos seus pais, e na história que estão escrevendo hoje, porque todos nós seremos cobrados, e a Seduc, como todo o governo da Cooperação está fazendo seu dever de casa com esmero, e muito diálogo com todos, principalmente com os representantes da classe dos professores. Por tudo isso peço, com responsabilidade e humildade, vamos ao trabalho, nossa missão é uma só: educar nossos jovens.”
DECOM/GOVERNO.
FONTE E FOTO/HOJERONDONIA.
