Eleição de outubro deve ratificar decadência do MDB no estado

Partido comandado por Confúcio Moura e Lúcio Mosquini não terá candidato na capital e nem na maioria das chamadas cidades polos do estado. Vai se contentar com pequenos municípios e um punhado de vereadores.

Quem viveu a história política de Rondônia até a década de 2010 lembra a força do Partido da Mobilização Democrática Brasileira (PMDB) no estado. Sempre foi a legenda com o maior número de deputados estaduais, federais e senadores. Tinha também a maioria das prefeituras do estado e nas Câmaras municipais, comandava grande parte delas. Uma história de liderança e de bons nomes, que estavam sempre na disputa. Hoje o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) não é nem um arremedo do que era o velho PMDB. Sem uma identidade própria, corroída ao longo dos anos pela falta de renovação e desmandos dos seus caciques, que pensam mais no próprio umbigo do que no coletivo, a sigla é só um puxadinho dos partidos de esquerda.

Nas eleições de outubro próximo, o MDB tende a repetir sua decadente história, especialmente no que diz respeito aos grandes municípios, considerados como sedes regionais. Confúcio Moura, de olho no governo do estado em 2026 andou percorrendo alguns municípios para filiação de lideranças, mas não teve muito êxito. Foi igual tosa de porco: muito gripo e pouca lã.

Veja como está o MDB no estado:
Em Porto Velho, o MDB não terá candidato a prefeitura e sofre para formar uma chapa para a Câmara de Vereadores. O partido ficou esses últimos anos nas mãos do ex-deputado Wiliames Pimentel e perdeu quase todos os espaços que ocupava na política local. Tem apenas um vereador eleito, Márcio Oliveira, filho do ex-presidente da Assembleia Carlão de Oliveira e irmão do deputado Jean de Oliveira, oriundos da região de Alta Floresta.

Em Guajará Mirim, o MDB chegou a eleger em 2020 a prefeita Rayssa Bento, que está afastada da prefeitura pela Justiça e não deve mais votar. Rayssa sempre reclamou da falta de apoio do partido, especialmente do senador Confúcio Moura, que desde a eleição, nunca mais pisou na Pérola do Mamoré.

Em Ariquemes, o MDB praticamente não existe mais. Elegeu apenas Chico Pinheiro como vereador em 2020 e para a prefeitura apostou no pangaré chamado Tiziu Jidalias (foragido da Polícia), que acabou perdendo a eleição pra ele mesmo. Nesta semana perdeu o deputado federal e ex-prefeito Thiago Flores, que trocou o partido pelo Republicanos.

Em Buritis, o MDB nunca elegeu um prefeito e na eleição deste ano, não tem candidato

Em Jaru, terra do deputado Federal e presidente do MDB estadual Lúcio Mosquini, o prefeito Joãozinho Gonçalves se elegeu pelo PSDB, acabando com o clã dos emedebistas da família dos muletas. Dificilmente tenha candidato à prefeitura.

Em Ji-Paraná, a segunda maior cidade do estado, o MDB elegeu em 2020 o polêmico Isaú Fonseca. Assim como a prefeita emedebista de Guajará Mirim, foi afastado duas vezes pela justiça por improbidade administrativa e não deve mais voltar este ano.

Em Cacoal o MDB não existe há muito tempo. Desde a época de Suely Aragão, fritada por Confúcio Moura, o partido não tem uma liderança forte. Não deve nem ter candidato a prefeito, pois lá quem manda é o prefeito Fúria (PSD), que vai à reeleição.

Rolim de Moura é o único município de médio porte que o MDB ainda tem prefeito. Aldo Julio, ligado à família Raupp é o administrador. Enfrentou problemas na justiça, mas continua no cargo. Deve ir à reeleição, mas com iminente perigo de não se reeleger.

Em Vilhena o MDB acabou. Nas mãos do clã Donadon por muitos anos, a sigla definhou. Lá o prefeito Delegado Flori conseguiu organizar a prefeitura e deve ser reeleito com folga em outubro. O MDB não deve nem ter candidato à prefeitura.

Texto: Jocenir Sérgio Santanna – DRT 001742





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