EXCLUSIVO: EMPRESA DE IRMÃO DO MOTORISTA DE ROVER FOI CRIADA PARA “DISPUTAR” LICITAÇÃO

A suspeita é que os processos estejam sendo “maquiados” para garantir pagamentos junto à Caixa Econômica Federal…

As obras de pavimentação das Avenidas Tancredo Neves e 1.705, orçadas em mais de 11 milhões, tiveram 1% – cerca de 110 mil reais – do orçamento, destinados ao Projeto de Trabalho Sócio Ambiental (PTSA), previsto pelo Ministério das Cidades na liberação do recurso.

A empresa Girardello e Bastos, vencedora do pregão eletrônico, pertence aos empresários Adélcio Bastos, conhecido como “Dedé” – irmão do motorista do prefeito Zé Rover – e Vilso Girardello, proprietário da papelaria Lider. Ambos são conhecidos por serem donos da boate Puby.

Uma denúncia de supostas irregularidades na prestação de contas dos serviços levou o VILHETAÇO a investigar o caso e logo descobriu que o engenheiro Eduardo Fernandes, servidor da prefeitura, foi convidado, formalmente, a realizar palestras sobre as questões estruturais da obra, mas, como funcionário da prefeitura, não poderia receber pelos serviços. Eduardo aceitou o convite e fez duas ou três palestras gratuitamente para ajudar na divulgação da obra. Mesmo assim, pagamentos ao engenheiro estariam constando no relatório da empresa, embora Eduardo garanta nunca ter recebido. O engenheiro ficou surpreso ao ser deparado com o relatório onde consta o pagamento pelas palestras.

O presidente da Associação de Moradores do Setor 5, Paulo Rodrigues Damasceno, disse que nunca foi chamado para ajudar na mobilização das pessoas que moram ao redor da Tancredo Neves e também ficou surpreso, neste caso, com o valor de 110 mil do contrato. “fizeram uma ou duas reuniões que não deu ninguém” – garante Paulo.

Procurado pela nossa reportagem, Vilso admitiu que a empresa foi criada pouco antes do início da obra, com a finalidade clara de “disputar” a licitação. O empresário garante que os pregões eram abertos e que chegou a ficar em segundo lugar na licitação do projeto social da obra de macro drenagem, mas, reverteu e acabou executando a obra porque, segundo ele, a empresa primeira colocada não apresentou os documentos necessários.

Empresas novas dificilmente possuem Atestado de Qualificação Técnica para a prestação de serviço a órgãos públicos, antes de terem adquirido experiência na iniciativa privada. O atestado define se a empresa está apta a prestar um serviço de qualidade, o que normalmente é exigido em licitações desse porte. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11309440/inciso-ii-do-artigo-30-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993. Mesmo assim, a empresa venceu o pregão e foi contratada pelo município. Vilso também admitiu manter a assistente social contratada pela empresa, trabalhando dentro da Secretaria Municipal de Ação Social – SEMAS, mesmo depois de encerrado o Plantão Social, em dezembro de 2013, que previa o atendimento a pessoas que buscassem informações sobre a obra.

Criada há mais de dois anos, a empresa Girardello e Bastos não possui nenhuma sala de escritório. O gerenciamento é feito dentro da Livraria Lider, o que, segundo o empresário, justifica a permanência da assistente social na Semas. “o contrato prevê que temos que atender as pessoas lá, então, a Flávia faz esse trabalho”, afirmou Vilso.

O VILHETAÇO acompanhou na última sexta feira, um trabalho de ação social feito pela empresa para divulgar as obras de Macro Drenagem. Embora seja de responsabilidade da empresa, a mobilização das pessoas que estavam no local foi feita pela igreja Metodista do Brasil, que reúne semanalmente grupos de células para um trabalho em comum na creche da igreja. Os equipamentos como pula pula, pipoqueira, máquina de algodão doce foram contratados por pouco mais de 700 reais. O som será pago pela prefeitura através de outro contrato, a palestra feita por uma engenheira ambiental, não durou mais do que oito minutos, usando fotos da assessoria de comunicação da prefeitura e um texto superficial sobre a obra, que não explicou com profundidade o alcance da macro drenagem e seus efeitos urbanos. O que se viu, foi a equipe da Semas atuando sistematicamente no evento, como se não houvesse nenhuma empresa para realizar o serviço. Nada que pareça justificar um contrato de R$ 240 mil reais. Apesar da suspeita de maquiagem nos processos, a Caixa Econômica Federal, que ainda não se pronunciou oficialmente, teria aprovado os relatórios.

FONTE: O VILHETAÇO

DA REDAÇÃO DO HOJERONDONIA.COM





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