A “Expedição Rondon Bigham (Brasil Cusco)” marca de forma amistosa a integração entre os Estado de Rondônia com República do Peru, objetivando o estreitamento dos laços comerciais e impulsionando o turismo destas regiões com o país andino. E conta com o apoio do “Governo da Cooperação”, através da Superintendência Estadual de Turismo (Setur) e Secretaria de Estado da Cultura, do Esporte e do Lazer (Secel).
É como disse um dia Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon: “O Brasil começa no seu quintal. Em se tratando de América Latina, pode também chegar ao quintal do vizinho”. Com a força comercial que impulsiona os países que integram o Mercosul (Mercado Comum do Sul). O Oceano Pacífico, a cada dia, deixa de ser costa para também tomar a frente. A cultura dos povos andinos é o que mais fascina e surpreende turistas que vão pela primeira vez a região. “Conhecer novas culturas e me aventurar”, destaca a veterinária Samanta Carloto que segue viagem com mais três pessoas, dentre os quais, o pequeno, Humberto Carloto.
A expedição partiu de Porto Velho na madrugada de quinta-feira (28) com o propósito de explorar o mercado do turismo rondoniense, destacando as rotas peruanas. Para isso, vinte aventureiros, de vários municípios do Estado, embarcaram rumo ao ‘Vale Sagrado’ onde está situado Cuzco. Para o coordenador, e experiente em viagens ao Peru, Diego Vasconcelos, “contribuir para que Rondônia possa expandir o comércio bi-lateral é dever de cada cidadão brasileiro que viaja para fora de suas fronteiras”, enfatiza.
Sete carros integram a comitiva de reconhecimento. E haja chão. De Porto Velho a Cuzco, no Vale Sagrado dos Incas (cidade turística), os expedicionários percorrerão um total de 1.800 km, levando em conta uma altitude de 3.400 metros acima do nível do mar. Uma viagem literalmente de tirar o fôlego.
Para o campeão nacional e 17 vezes estadual de MotoCross, Rodrigo Selhorst que é de Pimenta Bueno, a viagem a Cuzco é classificada como um momento único. “Desbravar fronteiras, retratando os povos e culturas ancestrais. Um sonho de criança que se torna realidade”, disse o campeão.
Além de experiência é preciso tomar alguns cuidados essenciais para evitar sustos desnecessários. Na bagagem, utensílios para se aquecer do frio que, em alguns dias, pode chegar abaixo de zero. Outro requisito é quanto ao cartão de vacinação que deve estar em dia. “A expedição que integrar os dos países usa como ponte o Estado de Rondônia e Acre, divulgando a sua viabilidade logística e turística. O que está dentro dos padrões do Governo de Rondônia”, destaca a assessora especial, Lania Silva responsável pela divulgação do Estado na Segunda Expedição Interoceância que aconteceu de Novembro a Dezembro deste ano, a primeira foi em 2011.
Ainda de acordo com a representante, o “Governo da Cooperação” vem priorizando a integração de Rondônia com a República peruana. Para isso, a Setur trabalha junto a Associação Brasileira de Agências de Viagens do Estado de Rondônia (ABAV/RO) que estuda a colocação de um voo da empresa Trip – Linhas Aéreas – saindo de Porto Velho com escala em Rio Branco (AC) tendo seu destino final na capital Lima no Peru. “Apenas alguns tramites nos separam dessa possibilidade, mas provavelmente em 2013 já podemos contar com mais essa opção de voo, daí sim o Aeroporto Governador Jorge Teixeira poderá enfim ser chamado de Internacional”, acrescenta.
O Governo do Peru também acena para a integração com os Estados do Norte, em especial Rondônia e o Acre pela viabilidade econômica. Durante a 2ª Expedição Interoceânica que ocorreu de 15 de novembro a 02 de dezembro, o Estado desempenhou participação importante no evento que tem aliados empresários do Mato Grosso, Rondônia e Acre com articulação direta do Ministério do Turismo brasileiro e peruano, da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae) e da Organização Promocional do Peru para Assuntos de Exportação e Turismo a (Promperú) instituição internacional com ramificação na Secretaria Estadual de Desenvolvimento (Sedes). Além de ser condecorado pelos representantes das províncias de Juliaca, Puno, Arequipa, Colca e Cuzco. “Rondônia deixou de ser apenas um Estado do Norte, hoje fazemos parte dos negócios brasileiros fora das nossas fronteiras. A América Latina nos descobriu”, declara a assessora Especial do Governo da Cooperação, Silva.
As autoridades destes locais enviaram uma carta convidando o governador Confúcio Moura para estar junto aos representantes peruanos em 2013. Moura já confirmou presença em 2013 no país andino.
Comércio Brasil /Peru
Em 2012 as exportações de Rondônia para o país aumentaram em 64%. Os produtos de maior interesse são os de carne de gado e o leite industrializado. Dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes) mostram que somente no mês de julho de 2012 o Estado exportou o equivalente a US$ 89 milhões e importou cerca de US$ 45 milhões, com um superávit de US$ 44 milhões. Para a jornalista peruana e diretora do periódico ‘Nós Reunidos’, Lilia Grandez Ruiz, “a integração do Brasil com Peru começa pelos Estados vizinhos com articulação dos povos que habitam e conversam de política de integração com essas regiões”, informa a Lilia.
O governador Confúcio Moura aposta na queda e superação das medidas “pretencionistas” entre Brasil e Peru para que os Estados integrados do Norte possam garantir um salto importantíssimo nas exportações, o que é de interesse para dois povos. Ao todo, o intercâmbio comercial entre o Peru e o Brasil foi de US$ 3,580 bilhões em 2011. O montante representou um crescimento de 18,4%. As exportações peruanas foram de US$ 1,268 bilhão, o que significou um crescimento de 33,5% em relação a 2010. Entre janeiro e junho de 2012, as exportações do Peru para o Brasil chegaram a US$ 548 milhões.
A Estrada do Pacífico
A Rodovia Interoceânica que liga o Pacífico peruano com o Atlântico brasileiro tem um total de 5.404 quilômetros. Começa no Brasil, pela BR-364 em Porto Velho (RO) e segue pela BR-317 no Acre, passando pela tríplice fronteira conhecida como (BOLPEBRA), atravessa à cidade acreana de Assis Brasil e a peruana Iñapari. Já em Território peruano, a Estrada do Pacífico se divide em duas; uma em direção a oeste, que no Peru segue pela rodovia PE-030, desde Nazca, passando por Cuzco, até o Porto de San Juan de Marcona.
A outra rota, em direção ao Sul, subdivide em duas na região próxima ao Lago Titica, pelo trajeto da PE-034 até o porto de Matarani e pela PE-036 até Porto llo no Peru. A Estrada do Pacífico é o primeiro eixo multimodal Atlântico-Pacífico na América do Sul. Além de favorecer a integração sul-americana, a circulação de pessoas, o turismo e o comércio bilateral entre o Brasil e o Peru, a estrada vai garantir o acesso dos produtos peruanos ao Oceano Atlântico e o acesso dos produtos brasileiros ao Oceano Pacífico.
“Nós acostumamos a ver o mapa do Brasil todo virado para o lado leste, para o Oceano Atlântico, dando as costas para todos os vizinhos que estão a oeste, os países de fala hispânica, a Cordilheira dos Andes, o próprio Oceano Pacífico, que fica do outro lado. É por isso que, deste ponto de vista, o Acre e Rondônia fica no fim do Brasil. Mas, com a construção da Transoceânica, os acreanos e rondonienses querem ser vistos como o começo de tudo”, declara a jornalista que também sonha com o presente onde o seu povo possa está realmente integrado com o que expressa uma das palavras destacada na bandeiro do Brasil o “progresso”.
Texto: Emerson Barbosa – Decom
Fotos: Rodrigo Erse – Assessoria Setur
REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM