Fátima Cleide diz que não quer tomar o mandato de Cassol e confirma pré-candidatura à prefeita

A ex-senadora Fátima Cleide (PT), foi a entrevistada desta sexta-feira (09), do programa A Voz do Povo, da rádio Cultura FM 107,9, comandado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá e retransmitido pela rádio Antena FM 98,3, de Alvorada do Oeste.

Ela falou sobre o seu trabalho no Senado, disse que não defende uma bandeira LGBT, mas sim os direitos humanos, atribuiu a sua derrota à falta de dinheiro, criticou duramente o senador e ex-governador Ivo Cassol (PP), de quem sonha em herdar o mandato e assumiu a pré-candidatura a prefeita de Porto Velho.

“Sou integrante da direção nacional do PT e coordenei o 4º Congresso Nacional do PT, em Brasília (DF), com mais de 1.500 filiados do partido participando do evento, entres eles o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff. Realmente, sinto falta, mas ou uma mulher de fé e Deus coloca a gente no local certo, no momento certo. Me elegi senadora em 2002 e na reeleição, enfrentei uma disputa econômica desigual”, disse.

Segundo ela, “infelizmente, a política eleitoral, com as reformas na lei, autoriza a compra deliberada de votos. Basta ter dinheiro e contratar um número de pessoas que sirva para eleger determinado candidato. Por isso, é necessária a reforma política. Da forma encaminhada pelo Congresso, não vai ser ainda como queremos, mas vai ser um caminho. O financiamento público de campanha, exclusivamente, deve ser uma prática implantada de imediato, para equiparar as candidaturas e equilibrar as disputas”, completou.

Fátima negou que a luta pelos homossexuais tenha sido uma bandeira dela como senadora. “Naquele momento, no Senado Federal, tendo que relatar meu projeto, exerci o meu papel, tratando de um assunto polêmico. Sofri muitas perseguições e fui vitima de muitas inverdades. Hoje, são pelo menos seis ações na Justiça Eleitoral acatadas, que tratam dessa questão. Houve muito abuso econômico, inclusive a distribuição de cesta básica, incluindo DVD’s me denegrindo e á presidenta Dilma”, acrescentou.

A petista disse ainda que “a matéria continua em tramitação no Congresso. Eu vou continuar defendendo os direitos humanos, conforme a minha luta histórica. O projeto é contra o preconceito, ele busca criminalizar a homofobia e também o preconceito contra idoso, mulheres e outros segmentos. É uma pauta do Congresso Nacional, não me pertence mais. A minha bandeira não é somente em defesa do público LGBT, ao contrário da campanha difamatória que fizeram comigo na campanha. Me rotularam para fazer o mal”, desabafou.

O ponto mais polêmico da entrevista foi quando ela respondeu sobre as suas querelas com o senador e ex-governador Ivo Cassol (PP), seu declarado desafeto. “Eu não tenho nenhum problema com o senador Cassol eu fui oposição ao Governo dele, por não concordar com a forma como ele administrava. Ele causou muito prejuízo ao Estado. Poderíamos estar ainda melhor na área social, na saúde – basta ver como é o João Paulo II –, a educação foi um desastre, falta de planejamento, entre outros desmandos em sua gestão. Não vejo uma marca efetiva nenhuma do ex-Governo. Falavam que faziam estradas, mas é mentira, em seis meses, as obras nas rodovias se desmancham”, denunciou.

Cleide garantiu que não tenta tomar o mandato de Cassol no tapetão. “Não quero tomar o mandato dele de senador, mas quem vai dizer isso é a justiça. Ele tem ações por abuso de poder econômico e por isso pode perder o cargo, não será por uma ação minha”, comentou.

Ela avaliou a gestão do governador Confúcio Moura (PMDB)  como positiva. “Confúcio está sim fazendo um bom Governo e vai fazer um efeito positivo, a médio e longo. O PT está ao lado do PMDB no Governo e esperamos que essa aliança continue, independente das candidaturas a prefeito. Eu acredito que PT e PMDB continuarão juntos na prefeitura da capital’, observou.

Sobre a sua pré-candidatura a prefeita, Fátima Cleide declarou que “eu recebi um convite de um grupo de companheiros e companheiras do PT e resolvi colocar meu nome à disposição do partido, para a sucessão municipal de Porto Velho. Estou preparada, conheço os caminhos em Brasília e estamos juntos com o Governo e vamos lutar para melhorar a vida do nosso povo ainda mais”.

A petista enumerou como seus atributos para ser a escolhida do PT para suceder Roberto Sobrinho, a sua experiência, a sua trajetória e o seu capital político. “Obtive 75 mil votos para senadora em 2010, na capital. A história dos concorrentes internos é menor do que a minha. Creio que o partido terá sabedoria para escolher o melhor nome e confio que será escolhido o meu nome”, afirmou.

Segundo ela, várias obras que estão acontecendo na capital foi graças ao seu trabalho. “Uma delas são os polêmicos viadutos. Também lutei pela inclusão da ponte na BR-319 e para trazer o Instituto Federal para Porto Velho. Temos ainda creches, lar do bebê, escola de música Som na Leste e a transposição dos servidores ao quadro da União”, apontou.

A ex-senadora negou que haja brigas internas no PT. “Temos quatro nomes como pré-candidatos: Hermínio Coelho, Epifânia Barbosa, Claudio Carvalho e eu. Mas, isso não quer dizer dissidência. A nossa democracia interna permite essa situação, nas prévias eleitorais internas, sendo um esforço do partido para escolher o melhor nome. É um processo normal interno que o PT exercita”, garantiu.

Sobre a deputada Epifânia, ela assegurou que não houve rompimento com o prefeito Roberto. “A deputada tem apenas uma relação institucional com o presidente da Assembleia Legislativa, Valter Araújo (PTB), por integrar a mesa diretora da Casa”, finalizou.

 





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