Como Estado pioneiro na regularização do pirarucu para exportação e que se desponta pelo potencial e logística favorável, Rondônia deverá se tornar em cinco anos o maior produtor de peixes do Brasil, superando o Estado de Santa Catarina, com uma produção de 100 mil toneladas/ano até 2014…
O prognóstico foi reforçado na manhã desta segunda-feira (26) pelo governador Confúcio Moura ao recepcionar o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, em visita ao terminal pesqueiro de Porto Velho, seguida de solenidade para entrega de uma retroescavadeira à prefeitura, que deverá ser utilizada pelos produtores na abertura de tanques para criação de peixes. Além de destacar o potencial do Estado, que deverá ser expandido com a parceria de instituições que trabalham a profissionalização e melhoria da gestão, a exemplo do Sebrae, o governador pediu apoio ao ministro para que a produção de peixes, que hoje é de 12 mil toneladas/ano, se torne referência do Estado, que hoje é o segundo maior produtor de bois do País.
Para tornar o projeto viável, além da retroescavadeira, os produtores vão contar com pelo menos R$ 350 mil como contrapartida do governo do Estado para a aquisição de combustível, enquanto a manutenção do maquinário ficará por parte do município.
O equipamento, que faz parte de um total de nove adquiridos por indicação de emenda parlamentar da deputada Marinha Raupp e do senador Valdir Raupp, atende à proposta do governador de incentivar o setor pesqueiro no Estado como medida sustentável e economicamente viável, considerando a potencialidade natural, além dos parques aquícolas de Samuel e das usinas de Santo Antônio e Jirau, onde pelo menos 30 mil tanques poderão ser construídos. “Rondônia tem grande potencial para a criação de peixes e uma logística favorável para escoamento, como a Estrada do Pacífico e os 1.100 quilômetros de hidrovia do Madeira”, disse o governador, completando que os produtores precisam apenas de incentivo para fazer o produto chegar com mais facilidade ao mercado consumidor, não apenas brasileiro.
O governador lembrou ao ministro Crivella, que assumiu a pasta há menos de um mês, que além de produtor bovino, Rondônia foi o Estado que mais cresceu nos últimos anos, com 7,2% de Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o Brasil teve 2,7%; além disso, se sobressai com a agricultura familiar, lacticínios com excelente infraestrutura, madeira certificada e minérios com mercado na China, Malásia, Índia e Inglaterra, e que também procura investir no ser humano, oferecendo educação com qualidade com vistas à inserção dos jovens no mercado de trabalho e com condições de competir nos tradicionais concursos nacionais. Ele ainda informou que está sendo enviado à Assembleia Legislativa um projeto para criação da Secretaria da Paz, com foco na profissionalização dos presos para reinserção no mercado de trabalho e evitar a reincidência criminal.
Com a retroescavadeira, em 80h (três dias e 8h) será possível fazer um tanque em um hectare de terra com capacidade para 10 mil toneladas de peixes e renda anual de R$ 50 mil. Com isso, o governo espera substituir o boi pelo peixe, trabalhando a preservação ambiental e contribuindo com a melhoria da qualidade de vida no campo para reduzir o êxodo rural.
O governador reforçou pedido da presidente da Colônia dos Pescadores, Marina Gomes, no sentido de restabelecer o fornecimento de energia elétrica no terminal pesqueiro da Capital, que após passar por ampla reforma, encontra-se parado, quando deveria estocar a produção e beneficiamento do peixe para uso na merenda escolar.
Além de empenhar apoio para o desenvolvimento da piscicultura no Estado, o ministro se prontificou em ajudar a sanar o problema do terminal pesqueiro para que funcione em sua plenitude com a despolpadeira e fábrica de gelo; e disse ter ficado impressionado com a informação da secretária estadual de Desenvolvimento Ambiental, Nanci Rodrigues, de que Rondônia conseguiu em 2011 atingir 208% de regularidade ambiental, com 1.500 licenças entre prévias, de instalação e operações, enquanto que em Estados como São Paulo os projetos de regularização ambiental estão engavetados.
O governador ainda lembrou do subcrédito de contrapartida das duas usinas do Madeira para as comunidades ribeirinhas e disse que vai traçar diretrizes para o setor pesqueiro do Estado numa parceria com os municípios, governo Federal e a iniciativa privada, por meio do Sebrae.
REDAÇÃO/HOJERONDONIA.
