A próxima fronteira da IA vai além do processamento de dados ao manipular objetos, salvar vidas e redefinir os limites entre humanos e máquinas
A inteligência artificial que conhecemos permanece, em grande parte, confinada às telas. Comunica-se por meio de assistentes virtuais, gera imagens e vídeos, redige textos, traduz idiomas, esclarece dúvidas e educa. Tudo isso no ambiente digital.
No entanto, uma revolução silenciosa avança rapidamente, rompendo essa barreira: a inteligência artificial física. Diferente da IA tradicional, que apenas processa dados, a IA física combina percepção sensorial avançada, raciocínio adaptativo e ações motoras reais. Ela interpreta e transforma espaços físicos, produzindo resultados que surpreendem até os mais otimistas entusiastas da tecnologia. Essa nova geração de IA utiliza sensores sofisticados — como visão computacional, audição aprimorada e tato artificial — integrados a sistemas de decisão inteligente para atuar no mundo real.
Carros autônomos, drones e robôs assistenciais já interagem de forma eficiente e proativa com o ambiente físico. A grande inovação está justamente nessa capacidade de interação concreta. O que parecia ficção científica há poucos anos é agora uma realidade em laboratórios de universidades renomadas e nas linhas de produção das maiores empresas do mundo. Robôs que percebem o ambiente e se movem de acordo com essa percepção, buscando atingir objetivos definidos como seus propósitos, já executam tarefas complexas em fábricas e centros médicos com precisão milimétrica. No Laboratório de Movimento de Stanford, por exemplo, robôs são treinados para auxiliar pacientes com limitações físicas a se vestirem, utilizando aprendizado profundo para se adaptar às necessidades individuais.
Pessoas com deficiência ganham autonomia por meio de próteses robóticas inteligentes e assistentes pessoais. Idosos preservam a independência por períodos mais longos graças a essa tecnologia transformadora.
A indústria manufatureira também passa por uma revolução profunda. Avanços no aprendizado por reforço permitem que robôs tomem decisões autônomas em tarefas físicas desafiadoras, desde ações aparentemente simples, como pendurar camisetas, até montagens técnicas e minuciosas.
Um exemplo recente é a inserção automática de parafusos e a aplicação de cola em peças em movimento na linha de montagem. Robôs FANUC, equipados com visão 3D da Inbolt e inteligência artificial em tempo real, ajustam seus gestos com base no formato e na posição da peça, mesmo durante o deslocamento.
A personalização em escala industrial tornou-se viável, permitindo adaptações rápidas a demandas específicas. No setor logístico, robôs autônomos reorganizam armazéns com uma eficiência inédita, otimizando cada etapa da cadeia de suprimentos. Já o transporte talvez concentre as mudanças mais visíveis: veículos autônomos processam milhares de variáveis em tempo real (do clima ao comportamento dos pedestres) e tomam decisões seguras. A promessa é clara e urgente: reduzir drasticamente acidentes e salvar vidas.
Máquinas já assumem tarefas perigosas em ambientes hostis, como soldagens em temperaturas extremas ou a manipulação de materiais radioativos. Na medicina, a precisão em cirurgias aumentou significativamente, reduzindo complicações graves e ampliando as possibilidades de tratamento.
Mas ainda há grandes desafios. A precisão sensorial exigida é imensa: uma máquina deve ser capaz de interpretar nuances sutis, como o toque humano delicado ou a complexidade de uma expressão facial. Além disso, questões éticas se tornam inevitáveis diante de decisões em tempo real.
O dilema de um carro autônomo ao escolher entre proteger o condutor ou os pedestres é emblemático, e recorrente nas discussões do Fórum Econômico Mundial. A automação física também levanta preocupações sociais inadiáveis: a substituição de trabalhadores operacionais, a crescente dependência de sistemas automatizados e a exposição a riscos cibernéticos requerem respostas urgentes.
De acordo com o próprio Fórum Econômico Mundial, cerca de 12% dos empregos industriais poderão ser impactados diretamente pela automação física até 2028. Isso exige políticas públicas robustas voltadas à requalificação profissional e à proteção social.
Apesar desses desafios, é preciso reconhecer: o avanço tecnológico é não apenas inevitável, mas desejável. Quando bem aplicado, o progresso da IA física traz benefícios substanciais para indivíduos, empresas e sociedades inteiras.
A integração entre modelos avançados de linguagem e robótica ampliará ainda mais a presença da IA física no cotidiano, tornando dispositivos comuns mais inteligentes e interativos. E isso é apenas uma etapa intermediária de um futuro ainda mais fascinante.
Sistemas híbridos, capazes de operar simultaneamente nos mundos físico e digital, surgem como o próximo passo. Robôs atuarão com fluidez entre o espaço real e o virtual, conforme a necessidade. Isso poderá criar indústrias trilionárias com o desenvolvimento de robôs humanoides para fábricas, empresas e lares.
Mais do que automatizar tarefas, a inteligência artificial física redefinirá nossa relação com o mundo material. Seu potencial não está apenas em melhorar a eficiência, mas em libertar os seres humanos de funções repetitivas e perigosas, permitindo o foco em atividades criativas, sociais e estratégicas.
O futuro da IA física, ao que tudo indica, será marcado por uma profunda simbiose entre homem e máquina. Uma parceria em que o toque da tecnologia não apenas complementa, mas muitas vezes potencializa e supera a ação humana.
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Fonte: *por Roger Finger
Foto: Ilustrativa