O Ministério Público de Rondônia (MPRO) acompanha as investigações e aguarda a conclusão do inquérito do caso que vitimou Davi da Silva Batista, de 41 anos. Ele estava voltando para casa de bicicleta quando foi atropelado pela condutora de um veículo na tarde do sábado (1º/7) em Porto Velho. O caso aconteceu nas proximidades de um residencial na BR-364. Davi morreu no local.
Segundo a família, Davi trabalhava como operador de caldeira e durante as folgas fazia renda extra vendendo pães e tapiocas no residencial onde morava. No sábado, ele saiu para comprar os materiais de que precisava para a venda dos alimentos e durante o retorno foi atropelado. Ainda de acordo com a família, a mulher que matou Davi fugiu sem prestar socorro e já havia se envolvido em acidentes de trânsito no mesmo dia.
Nesta sexta-feira (14/7) parentes e amigos da vítima se reuniram em frente ao edifício-sede do MPRO em uma manifestação pacífica pedindo a prisão da condutora do veículo. Durante o ato, os irmãos e sobrinhas de Davi Batista foram ouvidos pelos Promotores de Justiça Marcus Alexandre de Oliveira Rodrigues, Átilla Augusto da Silva Sales e André Luiz Rocha de Almeida, que atuam na área criminal no MPRO.
O Promotor de Justiça Marcus Alexandre, que coordena o Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) explicou que desde o início o Ministério Público entendeu o caso como homicídio praticado com dolo eventual, ou seja, quando a pessoa assume o risco de matar alguém.
“Ainda na audiência de custódia percebi que houve um equívoco na lavratura do flagrante. Que o caso não se tratava do Artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, mas sim de um crime doloso contra a vida, previsto no Código Penal no Artigo 121 e com base nisso eu pedi pela conversão da custódia dela em prisão preventiva. Não foi acatado pelo juiz naquele primeiro momento, mas as investigações continuam e, no meu entendimento, esse é um caso que precisa ser levado para o Tribunal do Júri. Essa não foi uma morte “sem querer”, culposa, mas uma morte mediante dolo eventual”, disse o Promotor de Justiça.
A partir de agora, assim que as investigações se encerrarem na Delegacia de Crimes de Trânsito e o Inquérito for concluído, o Ministério Público oferecerá denúncia para levar o caso ao Tribunal do Júri da Capital.
Davi deixa companheira com quem era casado há mais de 20 anos e uma filha de consideração em cuja criação ajudava.“A gente, enquanto família, não aceita ela ter pago a fiança e ter sido solta, então viemos pedir esse apoio do Ministério Público para que a gente tenha Justiça. As palavras dos promotores aliviaram um pouco os nossos corações e a nossa indignação. A gente tem fé e confiança que as coisas vão se resolver”, comentou Caren Cristine da Silva Batista, uma das sobrinhas da vítima.