NAVIO DA MARINHA PRESTA ATENDIMENTO DE SAÚDE A ATINGIDOS PELA CHEIA EM RONDÔNIA

Equipe de 50 pessoas presta atendimento primário e ambulatorial básico. Pacientes podem fazer exames com resultados rápidos e receber remédios…

Um navio da Marinha do Brasil chegou esta semana a Porto Velho para prestar assistência médico-sanitária aos atingidos pela cheia do Rio Madeira que, neste sábado (1), chegou a marca de 18,68 metros, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). A embarcação de 48 metros de comprimento está atracada no Porto de Porto Velho. Os pacientes serão encaminhados após uma triagem realizada pelas secretarias de Saúde Municipal e Estadual. O navio de assistência médico hospitalar Oswaldo Cruz permanece em Porto Velho por tempo indeterminado. O prefeito Mauro Nazif já decretou estado de calamidade pública e mais de 2,3 mil famílias precisaram sair de casa.

A equipe médica é formada por 13 profissionais, entre médicos, dentistas, enfermeiros e farmacêuticos. São dois ambulatórios, dois consultórios odontológicos, farmácia, laboratório, setor de radiologia, duas enfermeiras, além de um centro cirúrgico. O paciente que der entrada e precisar fazer exames clínicos já sairá com o resultado, após uma espera de mais ou menos trinta minutos.

“O navio disponibiliza a série bioquímica e hematológica, além de alguns exames clínicos e imunológicos oferecidos a bordo. Os diagnósticos são rápidos, e em cerca de trinta minutos, já se tem o resultado. O médico analisa a necessidade, encaminha ao laboratório, e com o diagnóstico, o paciente já sai com o medicamento em mãos”, afirma a farmacêutica bioquímica da Marinha do Brasil, Fernanda Farias.

O capitão de corveta Leonardo de Pádua disse que as operações duram, em média, 30 ou 40 dias, dependendo da localidade. Na Amazônia, algumas comunidades só têm acesso a atendimentos básicos de saúde por meio dos serviços prestados pela Marinha. Um helicóptero também é disponibilizado para transportar equipes médicas aos lugares de difícil acesso.

“Realizamos um atendimento primário, ambulatorial básico e também odontológico. Vacinas também são disponibilizadas aos ribeirinhos. A equipe tem um total de 50 pessoas, saímos de Manaus com todos os equipamentos médicos e medicamentos necessários. A Marinha do Brasil veio para somar esforços junto a Defesa Civil, forças que se ajudam mutuamente”, disse o capitão de corveta, Leonardo Pádua.

Lioberto Caetano, coordenador da Defesa Civil Estadual, afirma que, embora a cidade ofereça uma estrutura de hospitais, o navio atende a um público diferenciado. “São pessoas que precisam de atendimento lá na beira do rio mesmo. A demanda é maior que podemos imaginar, a força é exatamente esta, o suporte para os atendimentos de saúde, vindo das Forças Armadas, um acordo entre o Ministério da Integração, Secretaria Nacional de Defesa Civil e Ministério da Defesa”, finalizou Caetano.

Cenáro da cheia
O prefeito Mauro Nazif decretou estado de calamidade pública em Porto Velho na quinta-feira, 27 de fevereiro, em razão da cheia história do Rio Madeira. Mais de duas mil famílias, o que representa cerca de 10 mil pessoas, estão fora de suas casas, na capital e em 14 distritos atingidos pelas águas, de acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel José Pimentel.

Na região do Baixo e Médio Madeira, o distrito São Carlos está praticamente submerso pela água do Rio Madeira, segundo a Defesa Civil, e todas as famílias foram retiradas de lá e levadas para abrigos em Nazaré e outros foram trazidos para Porto Velho.

A água inundou plantações e criadouros de Porto Velho e dos distritos São Carlos, Calama e Nazaré. A estimativa é de que os prejuízos cheguem a R$ 55 milhões.

Nos distritos do Eixo da BR-364 – Fortaleza do Abunã, Jacy-Paraná e Abunã – 30 famílias estão desabrigadas e 126 desalojadas. Já em Nova Mamoré, 15 estão desabrigadas e 41 famílias desalojadas, mas a Defesa Civil ressalta que todos os moradores são indiretamente atingidos, porque o município está isolado. O ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, esteve em Porto Velho duas vezes e reconheceu que a situação encontrada “é o maior desastre natural da Amazônia”.

A cheia do Madeira está ainda impedindo que caminhões do tipo cegonha cheguem até o Acre, por causa de uma lâmina d’água que cobre a BR-364. Por conta disso, os veículos estão sendo deixados em depósitos em Porto Velho, fazendo com que as transportadoras tenham prejuízos, pois precisam alugar um espaço e depois deverão custear a viagem até a cidade acreana, explica Luís Augusto de Oliveira, dono de depósito.

Do G1 RO com informações da TV RO

DA REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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