Se tudo feito e bem feito, como penso e sonho – as futuras gerações dirão, com certeza, muito obrigado…
O Vale do Guaporé deve entrar no sangue do rondoniense, como um orgulho nativo. Como as savanas africanas, as luzes de Paris, catedrais romanas. Cada um se orgulha do que tem de melhor. Para que se eternize – é necessário impor limites ao homem. Criar regras claras, construídas em cima de costumes tradicionais e desejos perenes. As alternativas de negócios com limites precisos. A necessária lei que viva e seja cumprida. A lei que emerge como a flor, que surge e brote. A lei boa, discutida na inspiração das visões, de palmeiras, das telas de cipós, dos passarinhos pescadores. Este deslumbramento ensina a fazer a coisa certa. Porque ali estão por tempos imemoriais as próprias respostas.
O Guaporé não pertence aos viventes de hoje. O seu dono é o próprio universo das coisas eternas. É necessário se detalhar para o bem de todos – o Plano Diretor do Guaporé, criar os próprios mecanismos fiscalizatórios. Humanos e tecnológicos. Firmes e permanentes. Como se fosse um exercito da salvação. E tem mais, esta intenção não pode tardar. Estas palavras escritas devem se transformar em ações concretas. Para que não nos chegue tarde a culpa e nem a pena.
Tudo pode no estrito limite da lei. Não a lei humana, do debate, de emendas, mas, a lei dos olhos vistos, a dita lei natural tramada nas águas pelos peixes e jacarés. Nos galhos das arvores, das esteiras das cortinas de raízes, do cipoal frenético costurado por mãos invisíveis. O mercado imobiliário se estabeleça contido em princípios. Sentir piedade pelos igarapés que agonizam. O uso controlado e restrito de agrotóxicos nas lavouras próximas às bacias. Porque o rio é rico. A água poderoso insumo produtor de energia, bens e riquezas. O rio e o povo se entendem bem, a não ser quando um ofende ao outro.
O Rio Guaporé não é um rio comum. É muito mais que tudo isto. É instrumento logístico e barato de transporte fluvial. Transformador de uma forma de energia em outra. Criatório perene de riquezas naturais. Fonte incalculável de pesquisa cientifica. A fronteira boliviana é um bom exemplo para nós. Os seus fiscais humildes, vivem com suas famílias migrando de um ponto a outro, patrioticamente, com salário equivalente a duzentos reais por mês.
Se tudo feito e bem feito, como penso e sonho – as futuras gerações dirão, com certeza, muito obrigado.
FONTE/HOJERONDONIA.