OPERAÇÃO APOCALIPSE. MP DIZ QUE O OBJETIVO ERA DESMORALIZAR DESAFETOS POLÍTICOS

Mas o tiro saiu pela culatra. Anunciada como munição de alto calibre, operação se revelou menor por se desviar do objetivo e prejudicar a imagem do governo…

O que a imprensa desconfiava e já vinha denunciando acabou sendo vaticinada pelo Ministério Público e autoridades da Procuradoria Geral: a Operação Apocalipse, desencadeada pela Polícia Civil de Rondônia tinha objetivos políticos. De acordo com o Procurador de Justiça Ivo Scherer, O objeto do inquérito era a destruição política dos adversários do Governo do Estado, uma devassa na vida privada dos desafetos políticos do governo, segundo ele.

Já o Procurador Geral do Ministério Público, Everton Alves Aguiar, disse que o que está acontecendo no Estado é muito grave, se referindo a operação comandada pelo secretário de Segurança Marcelo Bessa para afastar deputados de seus mandatos e envolve-los com uma organização criminosa (esta sim, atuante no Estado), entre eles o presidente da ALE, Hermínio Coelho, cujo filho, ROBERTO RIVELINO GUEDES COELHO está preso por indícios que não se confirmam, muito provavelmente pela confusão feita pelo apelido Guga e nesse caso, ter sido confundido com outro Guga. Que a polícia, aliás, só foi admitir a existência do outro depois que a imprensa publicou a sua existência.

Desde o início da operação o deputado Hermínio Coelho, principal opositor do governo, vinha denunciando que a ação policial foi desastrada e tinha o objetivo de associa-lo a uma quadrilha que age na capital em várias modalidades de crimes. A imprensa também não embarcou nos indícios sem provas da culpabilidade de alguns dos acusados e se manifestou cobrando as motivações para que a operação envolvesse pessoas que, a priori, pouco ou nada tem a ver com o evento. O suficiente para receber críticas do titular da SESDEC.

A sociedade rondoniense assiste a tudo perplexa. Basta acompanhar as redes sociais e as participações nos comentários nos sites de notícias. Principalmente porque a operação que tinha tudo para ser exitosa acabou provocando rupturas entres as instituições. Ao criticar a atuação da juíza Sandra Silvestre a Associação do Ministério Público teve como resposta críticas da Associação dos Magistrados de Rondônia. A OAB colocou panos quentes e a sociedade desconfia que o governo trocou os pés pelas mãos numa tentativa de desviar o foco de suas deficiências atacando seus algozes. Não deu certo. Se a cúpula da Polícia Civil tivesse ouvido a orientação do MP e da Procuradoria Geral e separado a investigação sobre a organização criminosa da investigação política ao invés de coloca-los no mesmo inquérito, provavelmente estaria recebendo elogios ao invés de desconfianças.

A decisão de prorrogar por mais quinze dias o afastamento de quatro deputados soou como uma tentativa de ganhar tempo para se obter provas e formalizar o inquérito. Aponta também como indício de que o inquérito ainda não oferece elementos definitivos para a justificação da operação no seu viés político, que teve o parecer contrário do Procurador Geral. Seja lá para o que venha a servir essa prorrogação, uma coisa é certa: se dentro do inquérito havia algo de criminoso a ser combatido, no caso, a organização criminosa comandada por Beto Baba e Fernando da Gata, até esta postulação legítima pode ter sido comprometida e provavelmente quando sair da esfera estadual tem tudo para ser derrubada em instâncias superiores. Pelo simples fato de ter tido a sua natureza politizada, como acentuou o chefe do Ministério Público, Everton Aguiar e o Procurador de Justiça Ivo Scherer. Ao tentar desmoralizar o presidente da ALE, com indícios que não cabiam ação do nível desencadeado, a Operação Apocalipse apenas legitimou as denúncias que o mesmo vem fazendo contra o governo nos últimos tempos, estas sim, com munições de alta octanagem.  De qualquer forma, a imprensa e toda a sociedade esperam pelos próximos capítulos e que eles os convençam de que todo o barulho tenha seus custos justificados.

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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