OPINIÃO: NOTA SOBRE O NOVO SECRETÁRIO DE SAÚDE

Ao contrário do que pessoas ligadas à atual administração dizem, eu não sou do contra. Não quero o quanto pior melhor. Não ganho nada com isso. Torço que o novo secretário de saúde acerte e a população de Cacoal tenha acesso à saúde de qualidade. Mas em vez de entender o nosso legítimo direito de nos indignarmos, o pessoal ligado à atual administração tenta desmerecer às vozes críticas que ecoam pelos quatro cantos da cidade.

Dizem que nós, por criticarmos essa dança das cadeiras, somos do contra, mas não conseguem explicar qual a razão de tantas trocas de secretários. Cinco delas em apenas um ano. (Raimundo Nonato Soares; Múcio José da Silva; Júlio César da Rocha; Ana Claudia Takahashi Bianchini; Marcio Welder Ferreira).

Eu não torço contra. Eu não sou como uns poucos ligados à atual administração, que têm salário de marajá e não precisam de hospital público. Eu nem posso pagar um plano de saúde, como eles. Então, por que é que eles não se calam em vez de falarem besteiras? Eu torço, sim, e muito para o novo secretário fazer com que a saúde pública em Cacoal, enfim, funcione, pois está um caos. Só mesmo quem tem olhos vendados (pela venda da conveniência), é ousado a ponto de justificar o caos na saúde pública de Cacoal.

Mas o fato de querer que o novo secretário acerte não faz de mim um idiota. Não vou dizer que as coisas estão a mil maravilhas, quando sei que não estão. Não vou dizer que é normal a troca de cinco secretários para uma mesma secretaria, em apenas um ano. Mesmo quem é filiado ao PT, em sã consciência, não tem como aprovar essa troca de 11 secretários em tão pouco tempo. Aliás, há muita gente no PT revoltada e bem sabemos. Apenas uns poucos expõem, publicamente, opiniões favoráveis ao STATUS QUO atual, mas que não emanam da razão e nem do coração. Pelo contrário, dizem o que, convenientemente, corrobora com interesses políticos, ideológicos ou mercadológicos.

Eu entendo que, ao exercerem funções públicas exclusivamente através de portarias, certas pessoas não têm por que sair criticando a administração que paga os seus salários. É compreensível que se mantenham discretas e evitem, publicamente, fazer críticas aos que exercem a governança em nossa cidade. Mas isso não quer dizer que tais pessoas precisem expor-se ao ridículo de tentar defender o indefensável, quando não precisam disso.

Basta andarem pelos bairros da cidade, rua por rua, que se percebe que algo não está muito bem. Durante o dia, percebemos os muitos buracos nas ruas e, à noite, corre-se o risco de cair nesses buracos por falta de iluminação pública adequada. Trocam secretários, especialmente de saúde, como se isso fosse debelar o problema da falta de medicamentos, leitos, infraestrutura básica nesses hospitais, etc.

(Até promessas feitas com estardalhaço, como bairros que seriam asfaltados 100 por cento, não se cumpriram. Tiveram a audácia de asfaltar ruas que não davam 500 metros e deixaram os 80 metros restantes sem concluir, como fizeram no meu bairro, o Jardim Saúde)

Mesmo que não tenhamos com culpar 100% o prefeito atual, não podemos ser ingênuos a ponto de dizer que todas as mazelas em Cacoal, hoje testemunhadas por quem votou e por quem não votou no PT, devam ser lançadas à cota das administrações anteriores, pois este é já o segundo mandato da atual administração. Já se passaram mais de cinco anos para que a casa fosse colocada em ordem. E não foi. A troca de 11 secretários em cinco anos é apenas uma dessas provas. O caos na infraestrutura é outro depoente que dificulta bastante “os argumentos da defesa”.

Enfim, minha gente: eu quero desejar boas vindas e tudo de bom para o novo secretário. Torço, de verdade, que ele acerte. Também torci, com toda a minha alma, pelo sucesso de todos os 10 secretários que vieram antes dele. O povo todo torceu e acreditou que, cada um dos que era nomeado, teria melhores condições que seus antecessores e não sucumbiriam. Mas sucumbiram. Não precisamos torcer para isso. Torcemos pelo contrário. Que eles resolvessem os problemas. Mas não deixaram. Então, como diria o rei da Espanha, Juan Carlos, repitamos a pergunta (e bronca) dele aos que querem justificar o injustificável: ‘POR QUE NO TE CALLAS’?

Autor: Daniel Oliveira da Paixão

Jornalista em Cacoal

DA REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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