Quem tem mais prioridade num momento de catástrofe, o comandante Schettino ou os passageiros do Costa Concórdia?
A assessoria do paço municipal se superou hoje. Ao tentar explicar um caminhão pipa da prefeitura abastecendo o hotel do prefeito Zé Rover, se saiu com uma maior. Disse que se trata de demagogia a matéria veiculada pelas mídias sociais, uma vez que o hotel pagou pelo abastecimento e isso é um direito do contribuinte. Perfeito. E é mesmo. A matéria em momento algum disse que a água depositada nas caixas do hotel do prefeito foi de graça, muito menos disse que ele não tem direito.
Só deixou no ar uma questão de prioridade. Quem tem mais prioridade num momento de catástrofe, o comandante Schettino ou os passageiros do Costa Concórdia? O Schettino fugiu e os passageiros morreram afogado. Quanto vale uma aula perdida? Os alunos ficaram sem aula, mas os hóspedes do Hotel do prefeito Não! Porque ele pode pagar pela água? E a prefeitura que é dona da água, pode deixar seus alunos sem ela e mandá-los para casa um dia menos sábios? Ao contrario do que diz a nota, uma aula perdida, nunca mais se repõe apenas se preenche no ano letivo.
Deixemos de lado as criancinhas, para não se dizer que de novo se fala de demagogia, vamos ao cidadão. Ele, caso não saibam os senhores, também pagam pela água, mas a ele não se tem toda a preocupação de lhe socorrer com caminhões pipas. A eles foram impostos uma camisa de força chamado hidrômetro que lhes obriga a economizar até a última gota, mas nos bairros mais abastados quando a água é farta, também é farto o desperdício porque por mais que gastem o preço é apenas uma taxa, enquanto o chacareiro tem que economizar até na hora de produzir e a dona de casa no momento de banhar seu filho porque cada gota custa lhe um naco da cestas básica. O hotel do prefeito também pode gastar a vontade porque não tem hidrômetro.
Não. Não é demagogia. É uma questão de prioridade. É uma questão de justiça. Nem picuinhas, muito menos manobra de gosto duvidoso. É o propicioso momento de discutir as coisas pequenas, as coisas básicas de que necessitamos. Chega de macroprojetos, de macroengenharias. Queremos respeito nas coisas mínimas, nas coisas pequenas que nos são tão caras, como á água em nossas casas e em nossas escolas. Schettino vai chegar aos tribunais.
Por Odair Araújo (Blog Vilhena Hoje)
REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM