OVINOCULTURA UM NOVO NICHO NA ECONOMIA DO ESTADO

Com o apoio do Governo do Estado através da secretaria de Agricultura e Pecuária (SEAGRI), a ovinocultura vem conquistando espaços importantes na economia rondoniense, principalmente entre os pequenos e médios produtores rurais e daqueles ligados Agricultura Familiar. O Governo do Estado adquiriu na Bahia 357 ovinos da raça Santa Inês, sendo 270 matrizes meio-sangue e 54 reprodutores P.O (Puro Sangue de Origem) espécies com fáceis adaptações ao clima de Rondônia.

Um grupo de pequenos produtores rurais selecionados pela EMATER receberam um reprodutor e cinco matrizes e estão tendo acompanhamento técnico no desenvolvimento do rebanho.

Com as mudanças nos hábitos alimentares e o incentivo do Governo do Estado, à ovinocultura nos últimos 18 meses teve um aumento de 20% na produção de campo e 10% no consumo da carne de ovinos de acordo com dados da secretaria de Agricultura e Pecuária (Seagri), no Estado de Rondônia. Os destaques ficam por conta dos municípios de Porto Velho, com 13.174 cabeças e Ariquemes com 9.736 para o total de um rebanho de 289.221 ovinos.

No entanto, de acordo com as últimas estatísticas na região central do Estado composta pelos municípios de Cacoal, Presidente Médici, Espigão do Oeste, Pimenta Bueno, Rolim de Moura e Santa Luzia, área onde existe a cultura e tradição no consumo da carne de ovinos repousam nas propriedades rurais um rebanho superior a 8 mil cabeças. O secretário adjunto de Agricultura e Pecuária, Antônio Deusemínio de Almeida defende a tese de que carne de ovinos também deveria fazer parte do cardápio na alimentação escolar.

O último levantamento anual apresentado pela veterinária Sandra Régia de Paula Carvalho, responsável pela atividade de ovinocultura na Seagri, revela que somente em Porto Velho, nos açougues são comercializados 1.462 quilos de carnes de ovinos por mês, enquanto que nos restaurantes são consumidos 2.730 quilos, nos supermercados 2.805 quilos e nas feiras livres 5.576 quilos, mensais.

Segundo Sandra Régia de Paula Carvalho, esse consumo poderia ser maior levando em consideração o tamanho da capital. Contudo, só em Porto Velho, uma rede de supermercado comercializa mensalmente mil quilos de carnes de ovinos importados do Uruguai em função do preço menor do que a carne produzida aqui e dos cortes que também são inspecionados.  No interior a carne de ovinos também tem boa aceitação, principalmente nas festas de aniversário e final de ano.

Mesmo assim, a atividade continua crescendo e o rebanho aumentando em todos os municípios.  O “caminho passa pela organização da cadeia produtiva, com os produtores rurais formando cooperativas e associações, para que em breve tenhamos um rebanho de meio milhão de cabeças de ovinos no Estado”, conclui a veterinária.

Qualidade na mesa

Nos últimos dois anos o consumo da carne de ovinos teve um aumento em torno de 30% em todo o território nacional. Em Rondônia proporcionalmente este número foi menor, mas não menos significativo, tendo em vista que o consumidor também vem se tornando cada vez mais exigente na qualidade do que é levado à mesa. No lado oposto da boa qualidade da carne de ovinos comercializada nos açougues e supermercados vem o alto índice de abates clandestinos.

O abate informal, sem atenção necessária da fiscalização sanitária, tem sido uma das razões pelas quais os consumidores reclamam e deixam de levar a carne de ovinos pelo cheiro forte e sabor desagradável encontrados em alguns mercados e pontos comerciais. Mesmo assim onde existe qualidade e os cuidados que a carne de ovinos exige os consumidores que conhecem o valor nutritivo de um bom produto tornam-se clientes fieis.

Daqui mesmo

O produtor rural Teotônio Cordeiro que produz numa área de 70  hectares dividida em 29 piquetes, distante da capital Porto Velho, 8 quilômetros, 500  ovinos das raças P.O (Puro Sangue de origem) Santa Inês, Solfocle, Doper e Texel lanuda, vem obtendo excelentes resultados com os cruzamentos industrial e inseminação artificial. Borregos (carneiros) criados e alimentados no sistema de confinamento são comercializados aos 6 meses de idade com 16 quilos de carcaça.

Teotônio mostra que o consumo da carne de ovinos tem muito espaço para crescer no mercado rondoniense que está cada vez mais exigente, pedindo padronização e um nível de qualidade para o produto. Essa diferença pode estar segundo ele, em detalhes como o sabor, e a maciez do alimento que podem ser conquistado na base da cadeia produtiva.

É verdade, pois é no campo que tudo começa. Desde a forma de manejo, a alimentação, a sanidade e o trato com os animais. De acordo com Teotônio, investir no cruzamento de raças voltadas para a produção de carne, dando atenção para sanidade, essa é uma iniciativa importante por parte dos criadores que fornecem animais para o abate. A ovinocultura é um nicho que está aberto em Rondônia.

Texto e fotos José Luiz Alves

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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