PARCERIA ENTRE GOOGLE E ASSOCIAÇÃO METAREILÁ DO POVO PAITERSURUI PROPORCIONA USO DE TECNOLOGIA PARA PRESERVAÇÃO DAS FLORESTAS E MEIO AMBIENTE

A Associação Metareilá do Povo Suruí e o Google promovem em Cacoal um evento destinado a debater e a promover o uso de tecnologias na preservação e conservação do ecossistema. O evento, realizado em Cacoal, teve início na terça-feira, dia 20, e prossegue nos dias 21 e 22 em Cacoal. Cerca de 30 etnias representando Rondônia e outros estados da Amazônia participam deste momento histórico para os povos da Amazônia.

De acordo com Almir Suruí, líder do povo Paiter e um dos organizadores do evento, o principal objetivo dessa série de palestras e debates será o de apresentar à outas etnias o modelo de parceria que o seu povo já mantém com o Google desde o ano de 2007.

Encantado com o Google Earth, Almir Suruí procurou a gigante da Internet por entender que essa ferramenta seria muito útil no monitoramento de sua floresta como forma de prevenir desmatamentos e eventuais invasões da reserva. Nessa sua busca, ele encontrou-se com Rebecca Moore, do Google, e logo selaram uma parceria em que a empresa forneceria tecnologia e em contrapartida os indígenas partilhariam seus conhecimentos milenares sobre a fauna, a flora e todo o ecossistema.

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“O chefe Almir não veio apenas com desafios para o Google, ele nos trouxe ideias concretas para uma parceria. Mostrou-nos, através da nossa própria ferramenta, que o Google Earth só tinha informações das grandes cidades, dos grandes centros. Não havia informação sobre essa parte da região amazônica (ocidental), parecia que ninguém morava ali, que os Suruís não existiam, e o Almir nos propôs reverter isso”, destacou Rebecca.

Segundo Almir, quando a equipe do Google viu por satélite imagens da floresta preservada, mas cercada pelo desmatamento, impressionou-se. Na oportunidade, ele desafiou: “Vocês podem entender tudo de tecnologia, mas não entendem nada de floresta, por isso nós ensinamos vocês sobre as florestas e vocês nos ajudam a proteger as florestas com tecnologia”.

População menor e desmatamento

Para Rebecca, conhecer a realidade Suruí, foi determinante para que a parceria fosse concretizada. “Almir nos ensinou toda a história do povo Suruí”, contou. Referiu-se, por exemplo, à redução da população de cinco mil para trezentos indígenas; de como suas florestas estavam sendo desmatadas. Ele nos falou sobre a necessidade de controlar o desmatamento ilegal para ajudar a preservar sua terra e seu povo, por meio da tecnologia, do monitoramento e foi daí que surgiu a parceria”.

Almir falou dos primeiros passos a serem dados para que a parceria desse certo. Segundo ele, a primeira atitude foi ensinar ao seu povo o que é tecnologia, para que serve, como usar e saber usar. “O primeiro passo foi ensinar ao nosso povo que tecnologia é bom, mas tem perigos. Compreender a tecnologia foi o primeiro passo para o bem comum do nosso povo”.

Daniel Oliveira da Paixão

Fotos: Giliane Perin

DA REDAÇÃO DO HOJERONDONIA.COM





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