Presidente do Sintero desafia decisão judicial e orienta categoria a manter greve


O TJRO designou audiência de conciliação para sexta-feira (22), às 9h, no edifício-sede do Tribunal de Justiça, em Porto Velho

Porto Velho, RO – A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (Sintero), Dioneida Castoldi, gravou um áudio direcionado à base sindical em que orienta os grevistas a não recuar diante da decisão liminar do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), que impôs medidas restritivas contra o movimento.

Na mensagem, Dioneida afirmou que a ordem judicial não encerra a greve:

“A Justiça acatou o pedido da Procuradoria Geral do Estado e divulgou uma liminar. Liminar não é decisão”, declarou. Segundo ela, a orientação do setor jurídico do sindicato é para que não haja retorno às aulas ou às escolas neste momento.

Contexto da decisão judicial

A liminar, assinada pelo desembargador Adolfo Theodoro Naujorks Neto, suspendeu a representação do Sintero sobre professores e técnicos educacionais — categorias que possuem sindicatos próprios (Simprof e Sintae). A decisão também determinou:

Atendimento mínimo de 30% dos trabalhadores em cada unidade escolar;

Proibição da entrada e permanência de grevistas em repartições públicas e escolas da rede estadual;

Fixação de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

O magistrado destacou ainda episódios recentes de tumultos, depredações e violência, usados como justificativa para restringir a circulação dos grevistas em prédios públicos.

Mobilização do sindicato

Apesar da determinação, Dioneida convocou para esta quinta-feira (21) uma assembleia geral envolvendo trabalhadores das esferas municipal, estadual e federal. A dirigente reforçou que apenas a categoria tem poder de encerrar a paralisação:
“Quem encerra greve é a categoria. Quem vai dizer quem o sindicato representa é o trabalhador. Já vencemos grandes batalhas. Não perderemos esta”, afirmou.

Segundo relatos, o Sintero estaria colhendo assinaturas de professores e técnicos educacionais para manter sua representatividade, prática contestada pela Justiça. Muitos servidores teriam assinado por receio de que ações judiciais movidas pelo sindicato em nome deles fossem abandonadas caso migrassem para os sindicatos específicos de suas categorias.

Próximos passos

O TJRO designou audiência de conciliação para sexta-feira (22), às 9h, no edifício-sede do Tribunal de Justiça, em Porto Velho. A partir dessa audiência, começa a contar o prazo para contestação do sindicato no processo de Dissídio Coletivo de Greve (nº 0810047-40.2025.8.22.0000), movido pelo Estado de Rondônia.

Enquanto isso, a greve segue em andamento, com impacto direto no calendário escolar e nas negociações entre governo e sindicato.

Fonte: Por Tudorondonia


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