“Esses profissionais têm feito um desserviço para a profissão”, disse Akio Maluf. Advogado criticou atuação de colegas que atuam de forma antiética. Advogado criticou atuação de colegas que atuam de forma antiética.
Familiares de mato-grossenses presos no acampamento diante do QG do Exército, em Brasília, no dia 9 de janeiro, têm sido alvos da ação de advogados mal-intencionados, que se aproveitam da distância e dificuldades de comunicação para extorquir essas vítimas. Em alguns casos, eles chegam a tentar convencer as famílias a mudar de advogado, alegando que podem fazer “um trabalho melhor”. A denúncia foi feita ao RepórterMT pelo advogado Akio Maluf Sasaki, que representa parte dos manifestantes detidos no local.
Segundo o criminalista, esses advogados procuram as famílias se oferecendo para impetrar habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, como explica Akio Maluf, há um entendimento no STF de que sequer cabe esse recurso, em caso de decisões do plenário.
Outro modo de atuação comum para tirar mais dinheiro das famílias é postar vídeos nas redes sociais, chorando, reclamando das dificuldades da defesa e alegando más condições de tratamento para os seus clientes nas penitenciárias do Distrito Federal. Outra modalidade é oferecer pedidos de liberdade ou agravo depois de oferecidas as denúncias, quando já é de conhecimento público a existência de mais de 800 pareceres pela liberdade dos acusados.
“Advogados que estão querendo mídia, fazem terrorismo em cima da família para conseguir mais dinheiro”, resumiu. O profissional ressalta que está denunciando a atuação desses advogados à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Segundo Akio Maluf, a única reclamação de seus clientes, atualmente, é a qualidade da comida servida nos presídios. Ele conta que há algumas semanas os advogados ficaram dois ou três dias sem conseguir ter acesso aos clientes, mas que isso foi rapidamente solucionado com a ajuda da OAB.
Estratégia – O advogado explica que seus clientes estão sendo acusados de “incitação das Forças Armadas para o cometimento de crimes”. A estratégia da defesa parte do pressuposto de que, como as Forças não cometeram crime algum, seus clientes também não podem ser acusados.
Neste momento, ele trabalha dentro do prazo para apresentar a defesa dos seus clientes junto ao STF e reafirmar a inocência deles.
“Eu sempre digo a todos para terem cautela com o que aconteceu aqui em Brasília. É a primeira vez na história em que os Ministros do Supremo Tribunal Federal estão unidos sem qualquer voto de divergência ou em dissonância pública”, destacou.
Fonte: Por APARECIDO CARMO/DO REPÓRTER MT