RECONHECIMENTO: “Soldados da Borracha” são agora heróis da Pátria

A presidente Dilma Roussef sancionou a Lei 12.447, publicada nesta segunda-feira, que inscreve os nomes de cerca de 65 mil “Soldados da Borracha” no Livro dos Heróis da Pátria. A proposta passou por todas as comissões da Câmara e foi aprovada, em caráter conclusivo, na tarde da última segunda-feira, na Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Senado, sendo o último relatório assinado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) antes de ela assumir o cargo de ministra-chefe da Casa civil. “Os Soldados da Borracha estiveram sujeitos a condições de trabalho e sobrevivência extremamente severas, contribuindo diretamente para o mesmo objetivo dos ex-combatentes, que se uniram às Forças Aliadas para derrotar as Potências do Eixo”, defendeu a senadora-ministra. Seu voto foi acatado pela unanimidade dos senadores.

A homenagem se deve ao trabalho realizado pelos 65 mil brasileiros que foram para a Amazônia durante a 2ª Guerra Mundial. “Esse contingente realizou notável trabalho, suprindo as necessidades de látex durante o conflito mundial, uma vez que foi bloqueado o acesso aos seringais da Malásia”, explica ela.

Em seu relatório, Gleisi Hoffmann explica que, “embora não tenham participado dos combates, os Soldados da Borracha estiveram sujeitos a condições de trabalho e sobrevivência extremamente severas, contribuindo diretamente para o mesmo objetivo dos ex-combatentes, que se uniram às Forças Aliadas para derrotar as Potências do Eixo”.

Os dez heróis do Livro dos Heróis da Pátria

Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes (1746-1792)

Primeiro a ter o nome inserido no Livro dos Heróis da Pátria (21 de abril de 1992), por ocasião do bicentenário de sua execução. Mineiro, foi dentista prático e pertenceu ao Regimento de Dragões de Minas Gerais. Participou de um movimento contra os pesados impostos cobrados pela coroa portuguesa (Inconfidência Mineira), reprimida pelo governo central. Foi enforcado e depois esquartejado.

Zumbi dos Palmares (1655-1695)

Batizado com o nome de Francisco, Zumbi foi entregue ao padre Antônio Melo com quem viveu até os 15 anos quando fugiu para Palmares, quilombo entre o estado de Pernambuco e Alagoas, onde se reuniam os escravos fugidos. Lá ele se fez líder graças à sua coragem, capacidade de organização e comando. Tornou-se símbolo da luta dos negros por dignidade e igualdade.

Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892)

Militar desde os 18 anos, lutou na Guerra do Paraguai e liderou a facção do Exército favorável à abolição da escravatura. Em 1889, o alagoano lidera o movimento político-militar que acaba com a Monarquia e proclama a República. Foi o primeiro presidente do país.

Dom Pedro I (1798-1834)

Nascido em Lisboa, herdeiro do trono português, chegou ao Brasil em 1808 com a família real. Em janeiro de 1822, dom Pedro anuncia sua decisão de permanecer no país, e em 7 de setembro proclama a independência do Brasil. No mesmo ano é aclamado imperador e coroado com o título de dom Pedro I.

Duque de Caxias (1803-1880)

O marechal carioca Luís Alves de Lima e Silva participou dos movimentos para a independência, pacificando várias províncias rebeldes. Nomeado comandante-em-chefe das forças do Império em operações contra o Paraguai, conclui sua jornada com a tomada de Assunção em 1869. É o patrono do Exército Brasileiro.

Plácido de Castro (1873-1908)

Militar gaúcho, em 1899 foi para o Acre e liderou os brasileiros instalados no território para expulsar os bolivianos. Derrotados estes, em 1903 proclamou-se a autonomia do Acre, obrigando as forças bolivianas à capitulação. Castro assumiu a chefia do governo provisório.

Almirante Tamandaré (1807-1897)

Joaquim Marques Lisboa, gaúcho de Rio Grande, entrou para a Marinha com 15 anos  e tomou parte na campanha da independência, atuando em vários momentos contra os insurgentes. Participou da Confederação do Equador, da Campanha Cisplatina e na Guerra do Paraguai. É patrono da Marinha Brasileira.

Almirante Barroso (1804-1882)

Francisco Manoel Barroso da Silva, português de Lisboa, Portugal, veio para o Brasil em 1808 com a família real. Participou de combates na Guerra da Cisplatina, em operações contra a Cabanagem, na Província do Pará, e comandou a Força Naval Brasileira na Batalha Naval do Riachuelo.

Alberto Santos Dumont (1873-1932)

Teve o nome inserido no Livro dos Heróis da Pátria em 2006, em comemoração ao ano do Centenário do Vôo do 14-Bis, que marca o início da aviação no mundo. Mineiro, patrono da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira, inventou o avião e o relógio de pulso. Posteriormente, recebeu a patente honorífica de marechal-do-ar.

José Bonifácio de Andrada e Silva (1763- 1838)

O Patriarca da Independência, natural de Santos, formou-se na prestigiosa Universidade de Coimbra em Ciências Naturais e Direito. Doutor em Filosofia, foi o principal articulador, junto a dom Pedro I, da independência do Brasil. Era considerado o mais culto brasileiro do seu tempo. Em 1831, dom Pedro I, ao abdicar da Coroa, indicou-o para tutor de seu filho, o herdeiro do trono, e de suas irmãs.

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