RONDÔNIA É O MAIOR PRODUTOR DE TAMBAQUI DO BRASIL

“Rondônia é o maior produtor de tambaqui do Brasil, ou melhor, do mundo. Temos tecnologia, genética, clima e água e precisamos divulgar o nosso produto”. A constatação é da assessora especial para o Desenvolvimento da Aquicultura e Pesca da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes), Ilce Santos Oliveira, que anuncia a realização do Congresso Água Produtiva – 1º Congresso Rondoniense de Peixes Nativos da Amazônia Continental, de 9 a 12 de outubro, em Porto Velho, com a participação de todos os oito países da Amazônia Ocidental e estados brasileiros com produção de pesca e aquicultura. O congresso será uma oportunidade para troca de informações e servirá para a prospecção de novos mercados para os produtores do estado. “Rondônia produz bem e não conta para ninguém. Temos muito a ensinar sobre o assunto e também o que aprender com as experiências de outros produtores”, afirma a assessora.

Boa parte da produção de peixes de Rondônia é comercializada em Manaus, onde enfrenta a recente concorrência de estados, como Acre, Roraima e do próprio estado do Amazonas, que estão investindo no setor. “O desenvolvimento da piscicultura em outros estados está aumentando a concorrência e nós estamos trabalhando para conquistar outros mercados”, explica Ilce Santos.
A produção de peixe em Rondônia é calculada em 45 mil toneladas, de acordo com licenças de empreendimentos emitidas pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam). Já a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron), que fez um cadastramento dos produtores durante a vacinação contra a febre aftosa, calcula a produção anual em 38 mil toneladas.

Congresso

O 1º Congresso Rondoniense de Peixes Nativos da Amazônia Continental – Congresso Água Produtiva – vai reunir em Porto Velho representantes dos oito países do bioma Amazônico – Bolívia, Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador, Guiana, Suriname e Peru. Também foram convidados, estados brasileiros produtores de peixe. Durante o evento será realizado um simpósio, apresentação de artigos científicos e minicursos. Também estão previstos: Encontro de pescadores da Amazônia Continental, para discussão de problemas inerentes à pesca; Encontro de Piscicultores; Feira Tecnológica e de Empreendedorismo; e o 2º Encontro de Negócios da Piscicultura de Rondônia.

“O Congresso será um marco de integração, muito importante para a busca de novos mercados para o peixe de Rondônia. Estamos chamando outros estados do Brasil para que nos apresentem as suas tecnologias e serviços. Queremos saber o que o resto do país tem de novidade para enriquecer a nossa produção e também temos tecnologia desenvolvida em Rondônia que o resto do país ainda não conhece”, considera a assessora para o desenvolvimento da piscicultura da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes), Ilce Santos Oliveira.

Pioneirismo na criação de pirarucu

Além do tambaqui, que é a principal espécie da piscicultura de Rondônia, o estado é o primeiro a ter uma licença do Ibama para criação de pirarucu em cativeiro e conta com um plantel chipado desta espécie. O pirarucu, pela excelência da carne e capacidade de engorda rápida, encontra grande receptividade no mercado.

“O importante é que Rondônia tem um grande potencial para aumentar a sua produção e atender ao mercado nacional – o Brasil hoje importa peixe. Com características físicas favoráveis – como água abundante e clima adequado – e apoio governamental, o estado será beneficiado com a formação dos lagos das hidrelétricas do Madeira, que vão ampliar consideravelmente o potencial produtivo”, considera Ilce.

Rodada de negócios COM estados

A Sedes está empenhada em buscar novos mercados e a primeira ação neste sentido foi a promoção de uma rodada de negócios, realizada em abril, com apoio do Sebrae e outros parceiros da cadeia produtiva. “O evento sensibilizou empresários de outros estados, que já estão em Rondônia, para viabilizar a compra do nosso pescado e investir na implantação de frigoríficos”, afirma Ilce Oliveira.

A Sedes também está de olho no mercado interno e anuncia uma campanha para incentivar o consumo do peixe, prevista para acontecer ainda este ano. A média de consumo do produto no estado é de 9 quilos por ano por pessoa, menor, portanto, do que a média nacional – de 12 quilos anuais por pessoa –, sendo que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda o consumo de 45 quilos anuais per capita.

Rondônia ainda precisa melhorar a logística de transporte e armazenamento do pescado, além da capacitação de mão de obra e de extensionistas, para a conquista de novos mercados, segundo Ilce Santos Oliveira. Ela ressalta que os produtores estão se organizando espontaneamente com o apoio de órgãos como a Sedes, a Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), o Sebrae, a Emater e prefeituras que apoiam a cadeia produtiva. O estado também conta com cursos técnicos do Instituto Federal de Educação (IFRO) e da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), que estão formando mão de obra para o setor.

Diário da Amazônia

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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