Um garimpo clandestino que opera no Rio Madeira, na região do Abunã, fronteira com a Bolívia foi alvo, nesta segunda-feira, de uma operação coordenada pela Marinha do Brasil com o apoio de Policiais Rodoviários Federais e do Ibama. A ação atende pleito da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia – FECOMÉRCIO, preocupada que essa atividade esteja contribuindo para causar o encalhe da balsa que liga Rondônia ao Acre e acabe gerando grandes prejuízos para o setor empresarial e o desabastecimento do estado vizinho.
Cerca de 20 dragas estão na região e, desse total, 10 são bolivianas e operam na faixa divisória do rio. A equipe da Marinha e do Ibama notificaram cinco proprietários e gerentes que estavam com problemas nas licenças e fora da área de autorização de lavra. A Armada Boliviana, a qual deveria colaborar na operação, acabou apoiando os garimpeiros que estavam do lado de seu país sem se preocupar com os problemas que estão sendo causados.
Nessa época do ano a balsa do Abunã encalha na travessia do rio Madeira, devido ao assoreamento provocado pela seca e intensificado pelo grande número de garimpos a montante do rio, ação foi uma maneira de alertar e repreender os garimpeiros que atuam naquela região.
“A seca já é uma realidade natural, típica desta época do ano, mas não é ela sozinha que provoca o encalhe da balsa. Isso intensifica com o trabalho do garimpo naquela região e, se estender assim, com o acúmulo continuado de areia naquele ponto, analisou o superintendente da Fecomercio, Rubens Nascimento.
De acordo com o capitão tenente da Marinha, Arilmes, as dragas são as principais responsáveis pelo assoreamento do rio no ponto de travessia da balsa. “Com toda certeza o trabalho das dragas no momento em que retiram uma grande quantidade de areia do fundo do rio e lançam de volta a jusante, seguindo o percurso da correnteza, é a principal causa da formação dos bancos de areia naquele trecho”, certificou Arilmes.
O fiscal do IBAMA, Davi Fontes, disse que haverá uma inspeção mais aprofundada no local para constatar que o movimento dragas compromete diretamente no acúmulo de areia na travessia.
Para a Fecomércio no próximo mês a obstrução na passagem da balsa vai ser constante e se os garimpeiros continuarem com o trabalho naquela região, o caos será inevitável.
Ao todo, foram notificados quatro garimpos, apenas dois estavam com a licença de funcionamento em dia, os outros trabalhavam sem a renovação do seguro. Os garimpos, apesar de possuírem licença brasileira no Ibama e Matinha e vinculo à Cooperativa dos Garimpeiros do Rio Madeira (Coagarima), estavam operando na fronteira boliviana, o que impediu uma ação imediata da PRF, Marinha e do IBAMA.
O próximo passo será encaminhar um pedido de vistoria para o IBAMA com o objetivo de que os garimpos se desloquem do atual ponto e sejam restabelecidos a jusante da travessia. A Fecomercio vai tentar reunir na próxima semana com a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), o IBAMA e a Coagarima.
A operação contou com o apoio e a participação de 13 policiais rodoviários federais, comandados pelo inspetor da PRF, João Marcos Giarola, dois representantes da Marinha da Delegacia Fluvial de Porto Velho e um fiscal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Autor: Assessoria
Fonte e Foto: Hojerondonia: