Governo propõe adicional para repor perdas salariais acumuladas ao longo dos últimos dez anos…
Representantes dos policiais militares, das associações de esposas e de familiares, foram os primeiros a negociar a pauta de reivindicações salariais com o Núcleo de Relações Sindicais. Logo após a posse do Núcleo na manhã desta quarta-feira (16), seus membros se reuniram no gabinete da Casa Civil com as lideranças que representam os militares para discutir a forma de reposição das perdas salariais acumuladas ao longo dos últimos dez anos, principal reivindicação da pauta.
As lideranças dos militares pedem a reposição de 44,76% que representa o acumulado em dez anos. O presidente do Núcleo de Relações Sindicais e secretário-adjunto das Finanças, Wagner Luiz de Souza, disse que a média do cumulado geral das perdas salariais de todas as categorias nos últimos oito anos gira em torno de 25%, “o que não é possível repor em um ou dois anos de governo”, observou.
No caso dos soldados da polícia militar, boa parte já obteve significativa reposição das perdas só com a unificação das classes, um compromisso de campanha do então candidato Confúcio Moura, que foi cumprido logo no início do governo, quando acabou com a segunda e terceira classe de soldados da PM e transformou todos em primeira classe.
Só com a unificação dos postos, os policiais que em janeiro eram de terceira classe e recebiam R$ 1,65 mil, passaram a receber R$ 2,13 mil. Com o reajuste salarial de 8% passaram a R$ 2,36 mil e em janeiro de R$ 2012 estarão ganhando R$ 2,65 mil, ou seja, 60,3% de reajuste.
Os policiais que em janeiro eram de segunda classe e recebiam R$ 2,13 mil, com os 8% de reajuste deste ano passaram a R$ 2,36 mil e em janeiro também estarão com o soldo de R$ 2,65 mil, que representa, neste caso, reajuste de R$ 24,2%.
Proposta
Depois de uma explanação sobre a evolução dos vencimentos Polícia Militar, as perdas salariais e principalmente, considerando que a corporação não tem Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (é regida por estatuto), os membros do Núcleo apresentaram a proposta de um adicional de realinhamento por formação, num índice de 12% em três parcelas de 4%, mais o reajuste geral que o governo concede anualmente em duas parcelas, em abril e outubro.
Pela proposta oferecida pelo governo e levada pelas lideranças para avaliação junto as bases, o governo concederá 12%, sendo 4% em janeiro de 2012, 4% em outubro e os 4% restantes em abril de 2013, mais o índice de reajuste geral que este ano foi de 8%, e cuja estimativa para o ano que vem é que oscile entre 6,5% e 8%.
Foi agendada nova reunião para a tarde desta quinta-feira (17), na Coordenadoria da Receita Estadual, quando se tentará o fechamento da negociação e discussão de outras pautas, como as promoções de praças que estavam congeladas há dez anos.
Lideranças reclamaram que a única coisa que o governo anterior permitiu foi o endividamento dos policiais militares por meio de empréstimos consignados que comprometiam até 70% da renda.
Vencido
O secretário de Estado do Planejamento, George Braga, membro do Conselho de Gestão Estratégica foi voto vencido na reunião. Ele foi contra a proposta em função da expectativa do impacto na folha de pagamento. Segundo ele, este ano o reajuste de 8% provocou um impacto de mais de R$ 120 milhões e a previsão com base nos índices propostos para o próximo ano indicam que o impacto será superior a R$ 200 milhões.
DECOM/GOVERNO/RO.
Fonte/hojerondonia.com