RONDONIENSE É CONVOCADO PARA SELEÇÃO BRASILEIRA SUB-17

O rondoniense Gabriel Vasconcelos, 17, atacante do Fluminense, está fazendo a alegria da família e dos amigos. Na última sexta-feira, Gabriel foi convocado pelo técnico Gallo, da Seleção Brasileira Sub-17, para integrar a equipe canarinha que inicia os treinamentos com vistas ao Sul-Americano Sub-17 que será disputado entre março e abril, ainda sem data definida. Na última edição, em 2011, o Brasil foi campeão. O técnico Alexandre Gallo convocou 28 jogadores para etapa de treinamento na Granja Comary.

A delegação ficará concentrada no hotel Bel Air, devido às obras na Granja Comary, porém os treinos serão no Centro de Treinamento da Seleção Brasileira. A equipe treinará de 18 a 27 de fevereiro.

Confira a lista dos convocados:

Goleiro

Carlos – Red Bull

Marcos – Fluminense

Thiago – Flamengo

Lateral-direito

Alef – Bahia

Jeferson – Ponte Preta

Zagueiro

Eduardo – Internacional

Leo – Atlético Paranaense

Lincoln – Flamengo

Lucas – São Paulo

Lateral-esquerdo

Abner – Coritiba

Arthur – Grêmio

Danilo – Vasco

Fernando – Santos

Gustavo – São Paulo

Matheus Oliveira – Internacional

Sávio – Cruzeiro

Meio- campo

Ewandro – São Paulo

Boschilia – São Paulo

Índio – Vasco

Atacante

Alisson – Internacional

Caio – Flamengo

Gabriel – Fluminense

Igor – Cruzeiro

Matheus – Santos

Pabrício – América Mineiro

Robert – Fluminense

Kenedy – Fluminense

Yan Petter – Internacional

 

Carreira – Gabriel Vasconcelos, de 16 anos, começou no futebol aos 12 anos em Porto Velho, capital de Rondônia. As chuvas fortes, comuns em períodos do inverno amazônico na região, não impediam que o garoto encarasse dois ônibus para ir treinar, sempre com o apoio da família. A carreira começou com sacrifícios, mas logo rendeu bons frutos. Há três anos no Fluminense, agora, atuando no sub-17 também já vestiu a camisa da Seleção Brasileira Sub-15.

Gabriel Vasconcelos, atacante do sub-17 do Fluminense (Foto: Larissa Vieira/GLOBOESPORTE.COM)
Gabriel Vasconcelos, atacante do sub-17 do Fluminense (Foto: Larissa Vieira/GLOBOESPORTE.COM)

Curiosamente, o atacante revelou ao GLOBOESPORTE.COM que começou como goleiro aos seis anos de idade. O pai, um apaixonado por futebol o matriculou em uma escolinha. Entretanto, a posição o incomodava.

– Eu queria mais contato com a bola. No gol, ela não chegava muito, então quis ir para a linha – justifica.

Atacante do Fluminense, Gabriel Vasconcelos em jogo contra o Fla, em 2012 (Foto: Gabriel Vasconcelos/facebook)
Atacante do Fluminense, Gabriel no FlaxFlu (Foto: Gabriel Vasconcelos/facebook)

Com 13 anos, o menino recebeu o primeiro convite para um teste no São Paulo. Mas o Tricolor onde ele brilharia no futuro não era o paulista. De volta a Rondônia, Gabriel não desistiu do sonho e a oportunidade, mais uma vez, bateu na porta. No time mineiro do empresário Tadeu, o Guaparense, ele foi visto despertando o interesse do sub-17 do Tricolor das Laranjeiras.

– O Fluminense entrou em contato com o Tadeu, para saber se havia algum atacante que poderia seguir para a equipe, e ele me indicou. Fui aprovado e estou feliz no clube desde 2009.

No início de 2012, Gabriel foi artilheiro e capitão da equipe na BH CUP, com nove gols.

O jovem rondoniense treina dois períodos, estuda de noite e ao chegar em casa – imóvel que divide com o goleiro da equipe -, a primeira coisa que faz é ligar para a mãe, Regina Célia, que de longe torce junto com os dois irmãos do atacante.

– Nunca vou esquecer o momento em que ele embarcou para o Rio de Janeiro. O coração era só angústia. Quem acompanhou foi o pai, eu estava à base de calmantes, mas apesar do desespero de mãe eu sempre apoiei. Todo o sacrifício que ele fez ao pegar dois ônibus para treinar, perdendo sono, documentos e muitas outras coisas, eu sei… Valeu a pena – relata a mãe.

Gabriel Vasconcelos, atacante do sub-17 do Fluminense (Foto: Larissa Vieira/GLOBOESPORTE.COM)
Gabriel Vasconcelos, atacante do sub-17 com a mãe Regina (Foto: Larissa Vieira/GLOBOESPORTE.COM)

Regina afirma acompanhar tudo na vida de Gabriel mesmo à distância.

– Todos os dias ligo e converso com ele, mas não tem jeito. Lembro da comida preferida, dos momentos que passamos juntos e dá saudade. Nunca vou me acostumar. Mas é o sonho dele e ele deve seguir focado – diz a mãe emocionada.

Emoção de vestir a amarelinha

O dia 15 de março de 2011 ficará marcado duplamente na vida do jovem atacante. Era A convocação (que acontenceu no dia do seu aniversário) veio por telefone e foi a mãe dele que recebeu a notícia. Gabriel estava em Rondônia e mal sabia que os olhos da Seleção Brasileira estavam voltados para ele.

Gabriel Vasconcelos, atacante do sub-17 do Fluminense (Foto: Larissa Vieira/GLOBOESPORTE.COM)
Gabriel Vasconcelos, mostra suas conquistas (Foto: Larissa Vieira/GLOBOESPORTE.COM)

– Estava em casa quando ligaram pedindo detalhes sobre meu uniforme: número de calção, chuteira, coisas do tipo. Então, avisaram que a convocação estava no site da CBF e que meu nome estava lá. Foi uma emoção indescritível – relembra.

Na Seleção Sub-15 ele conquistou a Sulamericana 2011 que aconteceu no Uruguai. Um dos momentos mais marcantes foi o gol contra o Peru na cidade de Rivera.

– Com certeza esse é um dos meus preferidos. Eu tinha acabado de entrar no segundo-tempo. A jogada começou pela esquerda com o Matheus (do Santos), ele virou o jogo para Fuguete (do Vasco), que cruzou na área e eu entrei de peixinho. A bola passou entre as pernas do goleiro peruano – descreve.

E foi no ano em que o Flu foi tetracampeão do Brasileiro, que Gabriel teve o primeiro contato com os jogadores do profissional. Ele recebeu conselhos do elenco, que o garoto afirma que vai levar para a vida inteira.

– Todos os jogadores são simples, conversam e treinam com a gente quando dá. Dão dicas, falam sobre futuro no futebol e como lidar com o sucesso e participar de tudo isso me enriqueceu muito.

Gabriel Vasconcelos, atacante do sub-17 do Fluminense (Foto: Larissa Vieira/GLOBOESPORTE.COM)
Gabriel, camisa número 20 da Seleção Brasileira Sub-15 (Foto: Larissa Vieira/GLOBOESPORTE.COM)

Nas merecidas férias que terminam só no fim de janeiro, o atacante que atualmente só recebe os mimos da família, faz uma reflexão da carreira.

–  Desde quando entrei na equipe do Flu nunca peguei banco. Nosso time está fechado desde 2009, mas todos os dias chegam cerca de 20 garotos em busca do sonho, e se não tiver foco qualquer um perde o espaço. Entrar é mais fácil, difícil é se manter – garante.

Ele relembra ainda que logo que chegou ao futebol carioca, quanto as impressões que os colegas tinham de Rondônia.

– Me perguntavam se eu morava em oca, se tinha índio perto de casa, onça atravessando a rua e muita coisa do tipo. Nunca levei como ofensa, sabia que era brincadeira e deu tudo certo. O clima na equipe é de total entrosamento.

Quanto a falta de oportunidade para os meninos rondonienses, ele finaliza com um recado.

– A bola é redonda em qualquer lugar, o futebol é o mesmo. Então, não adianta lamentar e dizer que só por que é de Rondônia não vai ter chance. Tem que ter foco, treinar duro e matar um leão por dia para se manter no time.

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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