As unidades são de Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais…
Brasília, DF, 4 de Agosto de 2011 – Os russos endureceram a negociação para o fim do embargo às carnes brasileiras. Em correspondência ao Ministério da Agricultura, o Serviço Federal Veterinário da Rússia apontou irregularidades encontradas desde maio em 13 unidades frigoríficas exportadoras de carne suína, bovina e de aves de oito Estados.
As vendas brasileiras de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul estão embargadas desde 15 de junho. E as autoridades russas agora avisaram que só haverá relaxamento nas restrições quando o Brasil responder, de forma cabal, os porquês da contaminação das carnes por bactérias coliformes, listerias, mofos e micro-organismos aeróbios e anaeróbios. Os russos afirmam tratar-se de “substâncias proibidas e nocivas”.
Os problemas foram detectados nos laboratórios russos e estão comprovados com várias dezenas de “atas de perícia” enviadas à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). As unidades são de Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
“Os fatos citados e os resultados insatisfatórios da inspeção, realizada por especialistas do Serviço Federal de Controle Veterinário e Fitossanitário em 2011, comprovam controle insuficiente de produtos fornecidos à Federação da Rússia da parte do serviço veterinário estatal de referidos Estados”, escreveu o vice-diretor do serviço russo Alexey Saurin em 29 de julho.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, diz que o governo brasileiro pediu informações aos russos sobre a análise das substâncias encontradas nos 13 estabelecimentos. “Fizemos a solicitação tecnicamente, pois não se identificou a partida, nem lote, nem empresa. Não nos disseram qual a análise nem a quantidade”. Mas os russos enviaram todos os detalhes – por empresa, Estado e certificado sanitário veterinário.
Em sua defesa, Oliveira afirma que os russos disseram haver encontrado substâncias, mas não especificaram quais. “A linguagem é diferente. O termo nocivo é tudo aquilo que está fora dos padrões, ou seja micro-organismos”, diz. “Geralmente, isso não é indicativo de intoxicação e estamos pedindo informação destes laudos que eles disseram ter. Não sabemos a contagem, nem a quantidade, nem a espécie nem mesmo o tipo do alimento”.
O diretor disse que pediu informações para saber em qual indústria o erro foi detectado. A Rússia, segundo o diretor, ficou de enviar um documento com todas as informações pedidas pelo governo. “Eles disseram que haviam encaminhado um anexo de 66 páginas com as análises, mas não recebemos ainda. Somente disseram que era um organismo mesófilo”, diz.
O diretor afirma que os russos descumpriram acordo firmado anteriormente. “Queremos reforçar nosso pedido que foi feito na Rússia no dia 7. Fizemos uma proposta que dividia 88 estabelecimentos para liberação imediata de exportação pois o problema já havia sido resolvido e 37 que ficariam com restrições temporárias para que pudéssemos avaliar novamente os frigoríficos. Para nossa surpresa houve a publicação da lista das 37, não das 88”.
Após sofrer questionamentos técnicos, o Ministério da Agricultura pediu o adiamento de restrições temporárias à exportação das 37 unidades frigoríficas. Várias indústrias reclamaram da atitude unilateral da SDA.
Autor: Valor Econômico:
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