A possibilidade de levar adiante o projeto de integração do Brasil com os países vizinhos que oferecem saída para o Oceano Pacífico, a partir da BR-429, alternativa que encurta em mais de 1.200 quilômetros a viagem até os portos de Ilo e Matarani, no Peru e Arica, Iquique e Antofagasta, no Chile, em relação a rota pela BR-364, foi considerada pelo governador Confúcio Moura como possível de ser discutida com autoridades federais, envolvendo um amplo acordo político.
De acordo com o vereador Dinho Mesquita, ex-prefeito de Costa Marques e marido da atual prefeita, Jaqueline Mesquita, o projeto se arrasta desde o governo de Jerônimo Santana, no final dos anos 80, quando foi assinado um protocolo de intenções para a construção dos primeiros 70 quilômetros da rodovia em território boliviano, na Província de San Joaquin.
Depois disso, com o recrudescimento da temática sobre a proteção ao meio ambiente e devido a característica do bioma da região do Vale do Guaporé, o projeto entrou em passo de espera, foi definhando e se perdeu no tempo. Agora, por iniciativa do deputado José Eurípedes Lebrão e um grupo de autoridades bolivianas, que inclui governadores, prefeitos, vereadores e lideranças empresariais, o tema vem sendo retomado. Para isso, a Assembléia Legislativa realizou audiência pública no último sábado no bosque da Igreja Matriz de Costa Marques, com a presença de autoridades brasileiras e bolivianas.
Embora não tenha participado da audiência pública no sábado (29) devido a problema apresentado na aeronave pouco antes da decolagem e de compromissos já agendados fora do Estado, o governador Confúcio Moura enviou o diretor-geral do DER, Lúcio Mosquini para representá-lo e tomar ciência da proposta.
De acordo com o deputado Lebrão, o projeto em discussão é criar um corredor de integração alternativo à BR-364, por meio da BR-429, até o Forte Príncipe da Beira, onde as carretas com produtos para exportação farão a travessia do rio Guaporé por balsas, entrando em território boliviano para seguir até os portos no Peru ou Chile. Na parte brasileira da rodovia, falta asfaltar apenas o trecho entre Seringueiras e São Francisco do Guaporé, algo em torno de 100 quilômetros da BR-429, mais o trecho de 25 km entre Costa Marques e o Forte Príncipe da Beira. No lado boliviano, faltam cerca de 250 a 300 km para serem asfaltados.
Ao final da audiência publica foi elaborada uma carta-compromisso, por meio da qual as autoridades brasileiras e bolivianas, principalmente os senadores Acir Gurgacz e Ivo Cassol, que participaram da audiência, se comprometem a buscar linhas de crédito junto ao BNDES para financiar o asfaltamento do trecho restante do lado boliviano, que já chegou a localidade de Trinidad.
DECOM/GOVERNO/RO.
Fonte/hojerondonia.com