Dirigentes do Sindicato Médico levantam a suspeita de que o Governo do Estado está deixando as coisas piorarem na saúde para fortalecer o discurso da necessidade de privatização…
Às vésperas da data marcada para a Assembleia Legislativa apreciar autorização para que o Governo do estado possa repassar às organizações sociais, chamadas OS, todo o sistema de saúde do Estado, o Sindicato Médico de Rondônia (Simero) denuncia mais descaso com o único hospital público de pronto socorro de Porto Velho, o João Paulo II.
Neste fim de semana, segundo denuncia o Simero, o João Paulo II disponibilizou apenas um cirurgião de plantão para atender as pessoas que chegam – e toda hora o hospital recebe acidentados ou doentes com outros problemas – e ainda dar conta das intercorrências nas enfermarias, além de realizar cirurgias de urgência e emergência.
Como um hospital do porte do João Paulo II pode ficar com apenas um cirurgião de plantão ? Questionam os dirigentes do Sindicato Médico, levantando a suspeita de que o Governo do Estado está deixando as coisas piorarem na saúde para fortalecer o discurso da necessidade de privatização.
Nesta terça-feira será discutida na Assembleia Legislativa a lei das OSs, mas os sindicatos e conselhos profissionais da área acusam o governo de deixar ocorrer o sucateamento do setor para justificar a privatização; enquanto o governo, mesmo com parte do seu staff da saúde preso por acusação de desvio de verba, diz que com menor controle dos gastos a saúde vai ficar mais ágil. “Acredite quem quiser”, já afirmou o deputado Hermínio Coelho, que se diz contra a iniciativa do Governo.
O presidente do Sindicato Médico de Rondônia, Rodrigo Almeida, afirma que após quase um ano de governo a situação do recém-eleito pior hospital de pronto socorro do Brasil continua ruim. Aliás, está cada vez pior. “Não bastasse a situação caótica do atendimento, o odor insuportável dos corredores sem ventilação e onde se aglomeram seres humanos doentes no chão e em situações indignas, agora o João Paulo II encontra dificuldade até mesmo para fechar as suas escalas de plantões médicos. Neste domingo só havia um médico cirurgião de plantão e que tinha que atender os pacientes que chegavam, atender as intercorrências nas enfermarias e ainda realizar as cirurgias de urgência e emergência. Enfim, algo impossível”, observa Rodrigo Almeida.
A situação de penúria do João Paulo II, segundo o vice-presidente do Simero, médico Willian Paschoalim, infelizmente passou a ser rotina, afetando também as outras profissões e com tendência para piora, porque forma-se um círculo vicioso e a falta de plantonista sobrecarrega ainda mais o atendimento de quem está lá. Paschoalim credita aos baixos salários e as péssimas condições de trabalho o afastamento de vários profissionais e assegura que alunos de medicina e residentes também estão estressados.
“Fica difícil alguém aprender algo que preste em um ambiente destes”, diz o vice- presidente do Simero. “Quem trabalha hoje no João Paulo II ainda corre um alto risco de ser processado. E por culpa do governo”, alerta o presidente do SIMERO, Rodrigo Almeida.
Assessoria de Imprensa Simero
Fonte/hojerondonia.com.