Quilombo


Soja e milho sobem com dólar forte e retração de vendas, aponta Cepea


Os preços da soja e do milho avançaram na última semana, impulsionados pela valorização do dólar frente ao real e pela menor oferta de vendedores. A análise é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, que acompanha diariamente as cotações e o comportamento do agronegócio brasileiro.

No caso da soja, o Cepea aponta que a moeda norte-americana mais valorizada aumentou a competitividade do produto brasileiro em relação ao grão norte-americano, estimulando as exportações. A maior demanda externa e a expectativa de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos à China — que entram em vigor em novembro — reforçam o interesse do país asiático pela soja do Brasil.

Pesquisadores do Cepea observam, no entanto, que o movimento de alta no mercado doméstico foi parcialmente contido pela queda das cotações futuras em Chicago, que reduziram o espaço para novas valorizações internas. Ainda assim, os produtores mostram cautela nas negociações, vendendo volumes menores à espera de preços mais atrativos.

Projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a área plantada com soja deve crescer 3,6% na safra 2025/26, chegando a 49,07 milhões de hectares — o maior patamar da série histórica. A produção total é estimada em 177,6 milhões de toneladas, impulsionada pela substituição de áreas de arroz por soja em diferentes regiões.

No mercado de milho, o Cepea destaca que as cotações permanecem firmes no interior e em alta nos portos, em resposta ao mesmo cenário cambial e à valorização internacional do cereal. Esse movimento tende a elevar a paridade de exportação, sustentando os preços domésticos.

No campo, a semeadura da safra de verão 2025/26 avança em ritmo acelerado: 31,2% da área total prevista já foi sido plantada, de acordo com dados da Conab. O percentual supera a média dos últimos cinco anos (30,7%) e representa avanço de 2,1 pontos percentuais na comparação semanal.

Mesmo com o bom andamento do plantio, a Conab projeta que a produção total de milho em 2025/26 deve recuar 1,8% ante a temporada anterior, somando 138,6 milhões de toneladas. O ajuste reflete expectativas de produtividade mais baixa em algumas áreas da segunda safra, especialmente no Centro-Oeste.

Fonte: Por Redação Pensaragro


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