TENENTE BOMBEIRO É CONDENADO A DEZ ANOS DE RECLUSÃO APÓS ‘AFOGAMENTO ACIDENTAL’ DE ALUNO

O que parecia ser um trágico acidente ocorrido no dia 11 de janeiro deste ano e que envolveu o aluno do curso de bombeiro Aussiner Dutra Ferreira, morto por afogamento quando realizava treinamento de salvamento da corporação do Corpo de Bombeiro na piscina olímpica do colégio padrão Francisco Chiquilito Erse, na zona Leste de Porto Velho, acabou gerando uma sindicância e uma investigação da 20ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Rondônia envolvendo a responsabilidade do ocorrido ao Tenente bombeiro militar Douglas Samuel de Araújo, coordenador do curso.

Na semana passada o militar foi condenado a dez anos de reclusão por tortura seguida de morte, baseado em depoimentos de testemunhas da época após denúncia feita pela Associação dos Praças e Familiares da Polícia e Bombeiro Militar do Estado de Rondônia (Assfapom), que abriu uma investigação própria depois de ouvir relatos de abusos por parte do coordenador do curso.

VÍTIMA POR AFOGAMENTO, AUSSINER DUTRA FERREIRA,MORTO EM JANEIRO DESTE ANO...
VÍTIMA POR AFOGAMENTO, AUSSINER DUTRA FERREIRA,MORTO EM JANEIRO DESTE ANO…

Consta da investigação, que apurou o caso, que a vítima e outros colegas de curso estavam há mais de três horas realizando exercícios na piscina, no limite extremo do cansaço. Quando em determinado momento um auxiliar autorizou a liberação, porém Douglas deu uma contra ordem, mandando todos voltarem para a piscina e continuassem o treinamento com novos exercícios.

Exaustos, Aussiner e outro colega começaram a passar mal, quando alguns membros insinuaram ajudar os dois antes que ocorresse algo pior, infelizmente o tenente ordenou que ninguém tocasse neles e que os dois teriam que se virar sozinhos. Um conseguiu ainda chegar na borda da piscina e Aussiner afundou, momento em que se afogou. Resgatado, o aluno ainda foi levado a Unidade de Pronto Atendimento da zona Leste, porém já chegou morto.

No parecer final do processo que condenou o tenente bombeiro, Douglas perde o cargo da sua patente e não poderá mais assumir outro cargo no Corpo de Bombeiros pelo dobro do prazo da pena aplicada.

ASSFAPOM PEDIU JUSTIÇA

Em matéria realizada pela própria associação em meados desde ano, o presidente da entidade, Jesuíno Boabaid, já havia reforçado pedido de Justiça ao caso após ter feito denúncia contra os abusos registrados no acidente que matou Aussiner.

O texto dizia em seu teor:

“Boabaid ressaltou que, todos têm direito a ampla defesa, mas neste caso, envolvendo uma corporação reincidente de fatos semelhantes ao de Aussiner Dutra Ferreira, a Justiça deve ser feita e se for possível penalizar os denunciados por crime de tortura seguida de morte e Improbidade administrativa, pois o M.P ofereceu denúncia contra os Bombeiros Militares, Tenente DOUGLAS SAMUEL DE ARAÚJO , Aspirante BM MÁRCIO STRAUSS NUNES DE FRANÇA, SGT BM JEUDE DE OLIVEIRA MACEDO, SGT BM PEDRO PAULO RODRIGUES PALMA e CB BM LÍDIANA DA SILVA NEVES, tinham o dever legal de evitar a morte do aluno e proteger a vida desde.

Segundo Jesuíno Boabaid, as testemunhas civis que estavam no local e o depoimento de alguns alunos corajosos a respeito do curso de quem tirou a vida da Aussiner, foram importante para deflagração da ação penal. De acordo com a peça acusatória a submissão e a exaustão faziam parte do treinamento irresponsável dos superiores hierárquicos do Corpo de Bombeiros, foi a causa da morte do aluno.

“Se o lema é Vidas Alheias Riquezas a Salvar”, por que estes militares não privaram pela segurança desses alunos no treinamento? A morte desse aluno poderá servir de justiça para muitos adeptos da profissão de Bombeiro Militar em Rondônia. É inadimíssivel este tipo de postura dos Oficias e Praças em uma das profissões mais belas do mundo”, desabafou o presidente da ASSFAPOM, Jesuíno Boabaid.

A defesa dos denunciados alega que não há provas de crime de tortura seguida de morte, porém, Jesuíno Boabad, enfatiza que os indícios do crime foram suficientes para o Ministério Público, oferecer a denúncia e a Justiça deflagra ação penal. No início deste ano, o presidente da ASSFAPOM, entregou um oficio contendo informações importantes para o caso e solicitou  ao Promotor de Justiça, Alan Castiel, uma solução para o ocorrido. A ASSFAPOM vem apoiando a família do aluno morto Aussiner Dutra e acredita na justiça do Estado de Rondônia.

Fonte: Rondoniaovivo

DA REDAÇÃO DO HOJERONDONIA.COM





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