Tradições culturais indígenas estão se perdendo

Diário da Amazônia:

O contato com cultura não indígena, proporcionado pelas proximidades com a sociedade urbana no município de Chupinguaia, tem causado preocupação no Cacique Devair Aikanã, da comunidade Tubarão Latundê. Ele teme a perda da cultura nativa por estarem somente há 20 quilômetros da cidade. Segundo ele, cada vez mais o grupo tem se envolvido com as tradições não indígenas, estremecendo a verdadeira identidade étnica. Tradições como a caça já está sendo escassa entre a nova geração dos Latundê e Aikanã.

Segundo o Cacique, os Aikanã viviam nas proximidades do rio Tanaru, localizado na região do município de Pimenta Bueno, abalada no período da seringa por volta de 1940, parte do grupo saiu das terras ricas e seguiram para a região de Chupinguaia onde fizeram morada, parte dos que ficaram também acabaram morrendo vitimadas pelas doenças trazidas pelos não indígenas. Junto com os que seguiram para Chupinguaia estavam alguns dos Kwazá e Latundê, que por fim formaram a comunidade Tubarão Latundê.

Na época, eles eram um numero bem reduzido, que aos poucos foi se fortalecendo. Os Kwazá tinham fama de ferozes, mas a paixão entre membros das etnias foi extinguindo a rivalidade, hoje perderam tal identidade, sendo reconhecidos na Aldeia Tubarão Latundê como somente Aikanã. Logo, surgiram três comunidades.

REALIDADE

Hoje é extremamente raro qualquer tipo de celebração na comunidade, contudo a língua materna, Aikanã, ainda é ensinada aos mais novos, empregada durante os diálogos na comunidade. Luzia Aikanã, uma das professoras do dialeto, a índia retrata a dificuldade dos jovens em distinguir o português da língua materna. “Hoje, eles só aprendem a escrever em Aikanã a partir do 5º ano do ensino da Língua Portuguesa, porque acontece muita confusão pedagógica no emprego das letras em cada dialeto”, explica Luzia.

RITUAL

Em umas das cerimônias que recentemente foram resgatadas Devair retratou a passagem da menina moça, que por anos ficou sem ser celebrada. O reinício da cerimônia ocorreu neste ano, onde três índias adolescentes participaram da cerimônia, que consiste em ser empregada ao entrar no período menstrual. “Enquanto tomávamos Chicha (bebida fermentada preparada com milho) e cantávamos, elas permaneceram por três dias numa maloca fechada, onde recebiam comida pelas mãos das mães e só se permitia a saída das adolescentes durante a noite para o banho, após o recolhimento dos demais membros da aldeia”, enalteceu o Cacique.

Fonte/hojerondonia.com





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